Radar: venda aprovada dos ativos da Oi (OIBR3), produção da Petrobras (PETR4) sobe e Suzano (SUZB3) tem queda no lucro

Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou a compra pela TIM (TIMS3), Vivo (VIVT3) e Claro dos ativos móveis da Oi (OIBR3). O julgamento sobre a operação terminou com quatro votos favoráveis e três contrários.

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O conselheiro Luis Braido, do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), votou por reprovar a compra da Oi (OIBR3) por TIM (TIMS3)Vivo (VIVT3) e Claro. Ele é o relator do julgamento da operação no órgão antitruste. Os conselheiros Paula Farani e Sérgio Ravagnani acompanharam o voto do relator. O presidente do Conselho Alexandre Cordeiro, Lenisa Prado e Luis Hoffman votaram a favor da aprovação. Cordeiro deu o voto de minerva. A sessão começou por volta das 11h30 desta quarta (9).

De acordo com o conselheiro-relator, os remédios propostos são insuficientes para aprovar o negócio proposto. Para ele, a Oi está tendo um bom desempenho no processo de recuperação judicial, angariando clientes e se tornando atrativa para os investidores. Assim, seu retorno ao mercado independe da operação envolvendo as três concorrentes. Farani e Ravagnani usaram os mesmos argumentos para contar contra a aprovação da compra dos ativos da Oi.

O Cade estipulou alguns remédios fixos para a venda dos ativos para mitigar os efeitos anticoncorrenciais. De acordo com a conselheira Lenisa Prado, os remédios precisam ser condicionantes prévios à aprovação da operação. Confira as condições:

  • Aluguel por prazo de espectro não utilizado pelas compradoras;
  • Oferta pública de alienação de rádio base pós-operação;
  • Oferta de rádio frequência de produtos no atacado, para rooming;
  • Oferta de referência de rede de uso em alta frequência;
  • Ofertas para cessão temporária e onerosa de direitos de uso de radiofrequência;
  • A nomeação de trustee para monitoramento e contratação de arbitragem para resolução de eventuais conflitos.

Para o conselheiro, o principal ativo da Oi, que é espectro, não havia sido negociado anteriormente durante a operação e era fundamental para aprovar o negócio. “Apostaram no poder de captura do estado e não quiseram negociar remédios firmes”, criticou o relator.

Em tom duro contra as teles, disse que a Anatel tem plenas condições para garantir o funcionamento do mercado caso a Oi vá a falência.

Além da XP, veja as notícias que movimentaram o noticiário nesta quarta:

Petrobras (PETR4): produção tem alta de 1% no 4T21, mas cai no acumulado do ano

  • A Petrobras (PETR4) atingiu todas as metas de produção para o ano de 2021, indica relatório de produção e vendas divulgado nesta quarta-feira (9). A estatal registrou aumento de 1% na produção de óleo e gás — mas houve recuo no acumulado do ano.
  • Um dos destaques foi o recorde na produção própria do pré-sal, com média anual de 1,95 milhões de barris de óleo equivalente por dia (MMboed), representando 70% da produção total da Petrobras. No pré-sal, foram extraídos 1,6 milhão de bpd no quarto trimestre de 2021, alta de 9,3% ante o quarto trimestre de 2020.
  • “Nossa produção no pré-sal vem crescendo rapidamente e o recorde registrado representa mais do que o dobro do volume que produzíamos nesta camada há 5 anos”, diz relatório da estatal.
  • Além disso, a petroleira destaca outro recorde anual, dessa vez de aproveitamento de gás, com a marca de 97,2% do gás produzido. “Esse recorde contribui de forma significativa para a redução das emissões e maior eficiência em carbono”.

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Privatização da Eletrobras (ELET3) volta a ser discutida pelo TCU em fevereiro; veja a data da sessão

  • O TCU (Tribunal de Contas da União) voltará a discutir neste mês o processo de privatização da Eletrobras (ELET3).
  • Haveria mais um mês para que o processo fosse apreciado pela corte. P,orém, o ministro Jorge Oliveira pediu para que a análise fosse adiantada, e não houve resistência de outros envolvidos sobre o pedido.
  • A sessão foi marcada para o dia 15 de fevereiro, às 16h, com a pauta única da privatização da Eletrobras.
  • A análise já deveria ter sido realizada, com a data original em 15 de dezembro do ano passado. O ministro Vital do Rêgo pediu vistas, ou seja, um prazo maior de análise, e o acordo foi de 60 dias. O período de recesso de final de ano não entrava na conta.
  • Na época, o relator do processo, Aroldo Cedraz, afirmou que era necessário fazer diversos ajustes na modelagem do leilão da estatal.
  • Mas, com a intenção de não atrasar a venda das ações, os ministros fizeram um acordo para que o governo continuasse com os trâmites do processo, com a especificação de que seriam válidos apenas depois do aval da corte de contas. No caso, isso já pode ser realizado na semana que vem.

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Suzano (SUZB3) lucra 61% menos no 4T21; Ebitda avança 60%

  • Suzano (SUZB3) registrou lucro líquido de R$ 2,31 bilhões no período de outubro a dezembro de 2021, número que corresponde a uma queda de 60,9% na comparação com o mesmo período em 2020. No acumulado do ano inteiro, o lucro líquido da empresa de papel e celulose foi de R$ 8,63 bilhões.
  • Em relatório de resultados do 4T21 da Suzano, divulgado nesta quarta (9), a empresa justifica que a variação negativa no lucro líquido de um ano para o outro se deve à variação negativa no resultado financeiro. Porém, o documento diz que a perda foi parcialmente compensada pelo melhor resultado operacional.
  • Analistas do mercado esperavam, em média, um lucro líquido de R$ 1,6 bilhão para a Suzano nos três últimos meses do ano passado e Ebitda de R$ 6,1 bilhões. Em ambos os casos, os números registrados foram maiores.
  • O lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado somou R$ 6,35 bilhões, alta de 60% na comparação anual. Já a margem Ebitda ficou em 55%, avanço de 0,6 p.p. frente um ano antes.
  • A receita líquida da Suzano ficou em R$ 11,47 bilhões no quarto trimestre de 2021, avançando 43% na comparação anual e 7% na comparação trimestral. No acumulado do ano, o avanço da receita líquida foi de 34%, somando R$ 40,96 bilhões.
  • “Em relação ao 3T21, o aumento de 7% da receita líquida ocorreu em função da valorização de 7% do dólar médio frente o real e maior volume total de vendas (+3%), parcialmente compensado pelo menor preço médio líquido da celulose”, explica balanço da Suzano.
  • Já a elevação de 43% da receita líquida em relação ao 4T20 é justificada pela empresa pelo maior preço médio líquido da celulose em dólar e do papel: valorização do dólar médio vs. o real de +3% e aumento no volume vendido +3%.

Embraer (EMBR3) reduz entrega de aeronaves para a Força Aérea

  • A Embraer (EMBR3) disse nesta quarta-feira (9) que firmou aditivos a contratos firmados com a Força Aérea, reduzindo de 28 para 22 o número total de aeronaves KC-390 Millennium a serem entregues.
  • A Embraer acrescentou que vai ajustar outras cláusulas contratuais a título de compensação pela redução, para minimizar o impacto financeiro na companhia.
  • A decisão ocorreu após “intensa tratativas sobre o tema, cuja complexidade exigiu um grande número de reuniões com a participação de diversos representantes das partes”, de acordo com fato relevante arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
  • Em novembro, a companhia confirmou a intenção da União de reduzir unilateralmente em 25% o valor total dos contratos firmados em 2014.
  • A Embraer estima que a medida gerará uma redução na carteira de pedidos firmes de aproximadamente US$ 500 milhões. Além disso, afirma que os aditivos poderão gerar impacto imediato nos resultados operacionais de até US$ 50 milhões e estarão refletidos nas demonstrações financeiras de 2021, sem efeito imediato no caixa da companhia. No entanto, pontua que mesmo com os impactos em 2021, a meta do guidance apresentado para o ano passado não será comprometida.
  • “A Embraer reforça seu compromisso com o projeto KC-390/C-390 Millennium, aeronave multimissão de nova geração, bem como sua crença no potencial de exportação deste produto, que traz inovações únicas em sua categoria e que já foi adquirido por duas nações europeias”, finaliza.

Vale (VALE3) e CSN (CSNA3): minério de ferro se valoriza e empresas pegam carona

  • As empresas do setor de siderurgia e mineração apresentaram recuperação ao longo do mês de janeiro, após uma melhora do cenário para a demanda de aço na China e com a alta no preço do minério de ferro. A análise é feita em relatório do BB Investimentos, que tem recomendação de compra para Usiminas (USIM5)Vale (VALE3)CSN (CSNA3) e Gerdau (GGBR4).
  • Segundo o banco, o preço do minério de ferro passou por uma melhora gradual no mês passado, com acúmulo de US$ 25/t de alta no período, “refletindo a retomada do crescimento da produção de aço na China”. Com isso, pegaram carona no movimento os papéis da Vale e da CSN.
  • Ao longo de janeiro, a Vale registrou 3,73% de valorização nas ações VALE3, subindo de R$ 78,00 para R$ 80,87. Já a CSN somou 2,20% de ganhos, saindo de R$ 24,51 para R$ 25,54.
  • O movimento deve continuar nos próximos dias, já que a expectativa é de que a demanda pela commodity fique ainda mais firme depois das Olimpíadas de Inverno, com a possibilidade de que as restrições ambientais sejam reduzidas.

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Johnson & Johnson (JNJB34) encerra ‘discretamente’ produção de vacinas da Janssen

  • A Johnson & Johnson (JNJB34) decidiu encerrar “discretamente” as operações da fábrica de vacinas que produz a vacina Janssen contra a Covid-19, segundo o jornal americano The New York Times.
  • Apesar de a empresa afirmar que tem milhões de vacinas em estoque, as entregas para países pobres e em desenvolvimento – principais clientes da vacina, que é fácil de estocar e transportar – têm sofrido atrasos.
  • Os principais afetados pela demora são países africanos, como a África do Sul, que teve doses redirecionadas para a Europa.
  • A fábrica, que fica em Leiden, na Holanda, em vez de produzir a vacina contra o novo coronavírus, deu agora prioridade a outros imunizantes, mais lucrativos, que não têm relação com a Covid-19.
  • A pausa é temporária e a expectativa é de que a fábrica em Leiden volte a produzir vacinas da Janssen – ou imunizante similar contra a Covid-19 – nos próximos meses. Ainda não há detalhes se a interrupção deve afetar ainda mais a distribuição dos produtos em função dos estoques de vacinas, em níveis adequados.
  • Segundo fontes, a paralisação deve reduzir o estoque de vacinas da Janssen em algumas centenas de milhões de doses.
  • Outras fábricas foram contratadas pela Johnson & Johnson para repor a produção, mas ainda não começaram o processo.
  • O anúncio pegou de surpresa os principais clientes da vacina, a União Africana e o consórcio Covax, que distribui imunizantes entre os países-membros, a maior parte deles em desenvolvimento.
  • Para Ayoade Alakija, co-diretor do programa de distribuição de vacinas da União Africana, “este não é o momento de mudar linhas de produção ou algo do tipo”. “Não quando as vidas de pessoas por todo o mundo em desenvolvimento estão na balança”, afirmou.
  • Recentemente, a vacina da Janssen tem enfrentado dificuldades regulatórias nos Estados Unidos e em outros países desenvolvidos por causa de uma rara mas perigosa possibilidade de causar coágulos sanguíneos. Estudos apontam que a imunização da vacina também ficou aquém de resultados da competidoras Pfizer e Moderna.

Da Oi a Johnson & Johnson, essas foram as empresas que se destacaram hoje. Para ler todas as matérias clique aqui.

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Victória Anhesini

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