Radar: Banco projeta queda nos dividendos da Engie (EGIE3), Eletrobras (ELET3) deve vender fatia na ISA Cteep (TRPL4) e analistas preveem upside para B3 (B3SA3)

Em nova análise sobre as ações da Engie (EGIE3), analistas do Itaú BBA destacaram que, dados os movimentos recentes da companhia, a expectativa atual é de menores proventos.

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Os especialistas apontaram para o fato de que nesta segunda (30) a Engie anunciou que adquiriu um complexo solar da Atlas Renovável, composto por cinco ativos com capacidade instalada total de 545 MWac.

“O valor total da empresa é de R$ 3,2 bilhões. Com base nas informações fornecidas pela empresa e em alguns suposições que fizemos, nossa percepção é que este negócio é neutro em termos de VPL. No entanto, dado do tamanho da transação, esperamos que os dividendos da Engie sejam reduzidos à frente”, diz o BBA.

Com a transação, os analistas esperam um rendimento médio de dividendos de 6,4% para 2023-2024, em comparação com uma estimativa anterior de um rendimento de ~12% no cenário de um payout de 100%.

O complexo adquirido pela Engie possui:

  • 545 MWac de capacidade instalada
  • 145,1 MW médios de energia
  • Rodos os projetos já em pleno funcionamento e em sua maioria contratados (ACR e ACL)

“Para os quatro projetos contratados no mercado regulado, o preço médio de venda é muito elevado
(R$ ~380/MWh). Existe apenas um projeto contratado no mercado livre (Lar do Sol), mas
a empresa não divulgou o preço médio dos CAEs”, observa o BBA sobre a transação.

A companhia tem um valor patrimonial de R$ 2,269 bilhões e dívida líquida de R$ 971 milhões. Segundo Engie, o valor patrimonial será atualizado pela Selic até a data de fechamento do negócio, que deve ser ainda no fim deste ano.

O BBA destaca que espera que a Engie será capaz de alavancar 70% do desembolso de capital ao IPCA + 6% na holding com benefício fiscal.

“Na ausência de uma análise completa do custo de financiamento da nova dívida que a Engie está assumindo, estamos assumindo um custo médio da dívida de IPCA+ 5% para a dívida assumida (R$ 971 milhões), a ser integralmente amortizada dentro 20 anos”, diz a casa.

Além de Engie, confira outros destaques desta segunda-feira:

Eletrobras (ELET3) deve lançar oferta para vender fatia na ISA Cteep (TRPL4) nos próximos dias, diz jornal

  • Eletrobras (ELET3), seguindo seu plano estratégico de desinvestimento em ativos não essenciais, planeja anunciar esta semana uma oferta subsequente de ações (follow-on) para vender sua participação na ISA Cteep (TRPL4), segundo informações do jornal Valor Econômico.
  • A Eletrobras atualmente detém 35,74% do capital total da empresa de transmissão, o que representa uma fatia considerável do quadro societário da companhia.
  • Para estruturar a oferta de ações, a Eletrobras contratou o Citi, Itaú BBA, Santander e Safra, conforme fontes a par do assunto.
  • A decisão de seguir com o desinvestimento na ISA Cteep é parte da estratégia da Eletrobras de racionalizar sua estrutura societária e concentrar recursos em ativos mais alinhados com suas operações centrais.
  • A expectativa é de que a oferta pública seja lançada após a divulgação do resultado do terceiro trimestre da ISA Cteep, que ocorre nesta segunda (30).
  • A Eletrobras busca melhorar sua eficiência operacional e tributária, bem como potencialmente direcionar recursos para novos projetos alinhados com sua estratégia de negócios ou para o pagamento de dividendos aos acionistas.
  • A Eletrobras já tomou medidas semelhantes em outras empresas em que detinha participações minoritárias, como parte de seu processo de reestruturação.
  • A empresa reduziu o número de Sociedades de Propósito Específico (SPEs), transformou subsidiárias em subsidiárias integrais, anunciou desinvestimentos em térmicas, reduziu sua força de trabalho e vendeu sua posição em empresas consideradas não estratégicas, como na Copel (CPLE6).

Lucro no trimestre da B3 (B3SA3)? Analistas recomendam compra das ações e veem upside de 42,8%

  • B3 (B3SA3) deve ter um lucro líquido estável no terceiro trimestre de 2023 (3T23), projeta a Genial Investimentos. A corretora recomenda as ações da B3, visando um upside de 42,8%. 
  • De acordo com estimativas dos analistas, o lucro líquido deve aumentar 1,3% em relação ao trimestre anterior, com um crescimento de 3,6% na base anual, atingindo o valor total de R$ 1,06 bilhão. 
  • Para a Genial , a queda trimestral de 11,6%  do volume financeiro médio diário (ADTV) da B3, chegando a R$ 24,5 bilhões, sinaliza um cenário ainda desafiador para o mercado de capitais brasileiro. 
  • No entanto, a diminuição de volumes na B3 resultou em um aumento do preço das operações, o que, por sua vez, gerou margens mais elevadas e uma receita estável. 
  • “Além de nossa expectativa de que a receita permaneça estável, prevemos um aumento nas despesas operacionais da B3 devido a acordos salariais, embora isso deva ser compensado por um aumento no resultado financeiro e uma redução na alíquota de imposto”, explica a Genial. 
  • Em relação a 2024, a Genial projeta a retomada dos resultados da empresa que administra a Bolsa, com um lucro contábil estimado em R$ 5,1 bilhões, representando um aumento de 19%. “Do lado positivo, observamos um crescimento na receita mais atrativo, impulsionado por uma recuperação do mercado, com a perspectiva de um maior volume financeiro médio diário (ADTV).”
  • Do lado negativo é prevista uma queda no resultado financeiro da B3 devido à expectativa de redução nas taxas de juros. 
  • Neste contexto, a corretora recomenda compra das ações da B3, com preço alvo de R$ 16 – ante os R$ 11,08 atuais. “Acreditamos que a ação está negociando a patamares atrativos, passando de um múltiplo de 13,5x P/L em 2023 para 12,5x P/L em 2024.”

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ISA Cteep (TRPL4) tem lucro 22,7% maior no 3T23, para R$ 474,5 milhões

  • ISA CTeep (TRPL4) anunciou um lucro líquido de R$ 474,5 milhões no terceiro trimestre de 2023 (3T23), o que representa um aumento de 22,7% na comparação com o lucro do mesmo trimestre do ano passado, que tinha sido de R$ 386,7 milhões.
  • Conforme aponta o novo balanço da ISA Cteep no 3T23, o Ebtida da empresa, que representa o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações, teve um crescimento anual de 17,9%, chegando a R$ 876,6 milhões.
  • Já a margem Ebtida alcançou os 80,2% no 3T23, com variação negativa de 0,6 ponto percentual em relação ao terceiro trimestre de 2022.
  • De acordo com o documento divulgado ao mercado hoje (30), os resultados da ISA Cteep foram impactados positivamente pelas operações de projetos que visam aprimoramento, greenfield e reforços no intervalo de 1 ano.
  • Além disso, o resultado do 3T23 da ISA Cteep também foi impactado de forma positiva pelo reajuste do IPCA durante o ciclo tarifário dos anos 2023/2024.

Natura (NTCO3): analistas projetam impacto positivo nas ações após acordo para venda da The Body Shop

  • O Itaú BBA avalia que o acordo da Natura (NTCO3) sobre a exclusividade para potencial venda da The Body Shop demonstra o esforço da companhia em simplificar sua estrutura organizacional. Segundo o BBA, o potencial das vendas pode ter impacto positivo nas ações. Dessa forma, a casa recomenda compra da NTCO3. 
  • Nesta segunda-feira (30), a Natura celebrou um acordo de exclusividade com a Aurelius Investment Advisory Limited, dono de negócios como a rede Lloyds Pharmacy, visando a potencial venda da The Body Shop, marca inglesa de cosméticos, produtos de beleza e perfumes da fabricante brasileira.
  • “Nossa opinião sobre é neutra, já que isso era em certa medida esperado. Essa notícia destaca o compromisso da Natura & Co em priorizar a venda da The Body Shop”, ressalta o BBA. 
  • A equipe do BBA estima que o valor patrimonial da The Body Shop chegue a US$ 200 milhões, considerando o preço atual das ações. No entanto, o BBA ressalta que alguns investidores projetam valores mais altos, entre US$ 300 a 400 milhões.  
  • “Dependendo do valor patrimonial anunciado, esperamos que esse desenvolvimento sirva como um gatilho para o desempenho das ações”, explica 
  • O BBA reitera recomendação de compra das ações na Natura, com preço-alvo de R$ 21. As ações estão cotadas hoje a R$ 12,45.

Automob, da Simpar (SIMH3), adquire rede de lojas de carros por R$ 120 milhões

  • A Automob, empresa de vendas de automóveis da Simpar (SIMH3), anunciou nesta segunda-feira (30) a aquisição de 100% da rede de lojas Best Points, que possui oito concessionárias das marcas Renault, Ford e Honda na cidade de São Paulo, pelo valor de R$ 120 milhões.
  • Segundo a Simpar, a aquisição da Best Points adicionará R$ 620 milhões à receita bruta anualizada da Automob, que chega a R$ 8 bilhões com base no segundo trimestre de 2023 anualizado – considerando os resultados combinados da Original, UAB Motors, Sagamar, Autostar, Green Automóveis, Nova Quality, Grupo Alta e Best Points.
  • Com essa mais nova aquisição, a Automob atinge a marca de 105 lojas, presentes em 18 cidades e mix de 27 marcas, ampliando sua escala e capilaridade.
  • Nos 12 meses até o segundo trimestre deste ano, a Best Points apresentou R$ 585 milhões em receita bruta, com R$ 25 milhões em Ebitda e lucro líquido de R$ 15 milhões. A empresa vendeu 2,2 mil veículos e 1,9 mil seminovos no período.
  • “A Best Points contará com todo o suporte da controlada Automob para um novo ciclo de desenvolvimento, ao mesmo tempo em que manterá sua equipe e gestão independentes, tendo como foco primordial a excelência no atendimento para proporcionar a melhor experiência aos clientes”, explicou a Simpar.
  • A Simpar controla também a Movida (MOVI3), de aluguel de carros, a Vamos (VAMO3), de caminhões e máquinas, e a JSL (JSLG3), de logística e transporte rodoviário.

Nubank (ROXO34) deve ter lucro de US$ 270 milhões, diz XP

  • Segundo analistas da XP, o Nubank (ROXO34) deve apresentar mais um trimestre sólido no seu próximo resultado, com lucro acima das expectativas do consenso de mercado.
  • A projeção da casa é de que o lucro do Nubank seja de US$ 269 milhões no acumulado do 3T23.
  • “Esperamos resultados positivos no 3T23 para a Nu. Por mais um trimestre, a Nu deverá manter o bom ritmo de aquisição de clientes aliado à maior alavancagem operacional (aumentando o ARPAC e mantendo o Custo de Servir (CTS) abaixo de US$ 1)”, diz a XP.
  • “Prevemos um crescimento robusto da carteira de crédito de +9% T/T e +76% A/A, à medida que o banco consegue manter a inadimplência sob controle. Como as novas safras apresentam desempenho melhor do que o previsto, esperamos que a inadimplência permaneça estável”, completa.
  • Sobre o segmento de fintechs e neobancos, a XP reitera que o trimestre foi marcado por
  • Taxas de juro elevadas
  • Sinais de estabilização da inadimplência, ainda que em patamar elevado
  • Melhoria do índice de eficiência através do controle de custos e alavancagem operacional
  • “Espera-se que os neobanks continuem a monetizar a sua base de clientes, a reprecificar as carteiras de crédito e a implementar iniciativas para melhorar os custos de financiamento e o custo de serviço (CTS)”, observam os analistas.
  • “No geral, os neobanks deverão reportar resultados sólidos, com o Nubank provavelmente apresentando um forte desempenho e o Inter&Co (INBR32) se destacando. Méliuz (CASH3) poderá ter mais um trimestre desafiador devido ao estágio inicial da parceria BV”, seguem.

Da Engie à B3, essas foram as empresas que se destacaram hoje. Para ler todas as matérias clique aqui.

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Vanessa Loiola

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