Balanços da semana

Radar: B3 (B3SA3) vai pagar R$ 773 milhões em dividendos, Netflix (NFLX34) demite mais de 300 funcionários, Banco Inter (INBR31) estreia em queda na Nasdaq

Nesta quinta-feira (23), o Banco Inter estreou suas ações na Nasdaq, em Nova York, negociadas sob o ticker INTR, após uma frustrada tentativa de entrar na bolsa americana no final do ano anterior.

Apesar das expectativas, o primeiro dia de negociações dos papéis do banco fechou de forma negativa, com uma forte queda de 12,56% nos ativos, negociados agora a US$ 3,48.

Nos últimos meses, o banco anunciou que estava retomando seus planos de migração da B3 para a bolsa de valores norte-americana. Analistas acreditam que — além de esperar um considerável aumento de capital, com estrutura intacta — a empresa tem altas expectativas de adquirir uma maior visibilidade mundo fora e um maior acesso a uma base de investidores mais diversa.

A empresa afirma que será possível para os acionistas investir na Inter&Co diretamente pela bolsa dos EUA.

Previamente, já era possível investir nos papéis do Inter jatravés de BDRs (Brazilian Depositary Receipts). Contudo, o último dia de negociações das ações BIDI3 e BIDI4, além das units BIDI11 na B3, foi na última sexta-feira.

De acordo com informações do banco, os acionistas que tiverem recebido BDRs podem desde 22 de junho deste ano realizar a solicitação de conversão dos BDRs de sua titularidade em Class A Shares de emissão de Inter & Co (INTR) nos EUA.

O valor final por ação a ser pago aos acionistas que optarem pelo cash-out é de R$ 39,18.

Além do Inter, confira outros destaques desta segunda-feira:

Defasagem dos combustíveis pode custar R$ 4,5 bi a menos em dividendos da Petrobras (PETR4)

  • O reajuste mais recente da Petrobras (PETR4) ainda não conseguiu alinhar o preço dos combustíveis com os valores internacionais. Na última sexta-feira (17), a empresa anunciou um aumento de 5,2% para gasolina e 14,2% para o diesel.
  • Mas associações do setor e especialistas apontam que o reajuste está longe de acabar com a disparidade em relação ao preços do petróleo nos mercados do exterior. E mais: essa defasagem pode afetar os dividendos bilionários pagos aos acionistas da estatal.
  • A Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) diz que, para equilibrar o preço interno com o praticado no Golfo do México, de onde sai a maioria das cargas de petróleo, o reajuste deveria ser de R$ 0,57 para a gasolina e de R$ 1,37 para o diesel, diante de defasagens de 13% e 21%, respectivamente.
  • Em contas realizadas por analistas do BTG Pactual (BPAC11) para o portal Exame, a cada US$ 15 de defasagem nos preços dos combustíveis usados pela Petrobras, em relação à cotação internacional do petróleo, afeta o Ebitda anual da companhia no total de R$ 7,5 bilhões.
  • O balanço do primeiro trimestre da Petrobras mostra que o Ebitda ajustado recorrente foi de R$ 78,7 bilhões, ou seja, quase 10% desse impacto da defasagem dos preços dos combustíveis. Nas contas dos analistas, isso leva a R$ 4,5 bilhões a menos em dividendos aos acionistas.
  • Dois efeitos foram considerados dentro da conta: a venda feita pela Petrobras, assim como as compras, já que a companhia adquire o que o país não consegue produzir para importação. Conforme a análise do BTG Pactual, o desconto praticado pela companhia é de cerca de 25% na gasolina e de 7% no diesel.

Com redução no número de assinantes, Netflix (NFLX34) demite mais de 300 funcionários

  • A Netflix (NFLX34) realizou 300 demissões nesta quinta-feira (23), de acordo com o portal Variety, dos Estados Unidos, e confirmado pelo jornal Insider, com nota de um porta-voz da empresa.
  • A empresa, que registrou no primeiro trimestre de 2022, uma redução expressiva do número de assinantes, justificou os cortes com a desaceleração da receita.
  • “Hoje, infelizmente, demitimos cerca de 300 funcionários”, disse o porta-voz em comunicado. “Enquanto continuamos a investir significativamente no negócio. Fizemos esses ajustes para que nossos custos cresçam de acordo com o crescimento mais lento de receita. Somos muito gratos por tudo o que eles fizeram pela Netflix e estamos trabalhando duro para apoiá-los nessa difícil transição.”
  • De acordo com as reportagens, as demissões na Netflix ocorreram em vários departamentos da empresa, majoritariamente nos Estados Unidos.
  • Em abril, a companhia demitiu uma dúzia de redatores de seu novo site editorial Tudum, além de 25 funcionários de marketing.
  • No mês seguinte, demitiu cerca de 150 funcionários em período integral, devido também à “desaceleração do crescimento da receita“, conforme um porta-voz da Netflix na época.
  • Além disso, também demitiu 70 em seu estúdio de animação e pelo menos 60 na divisão de redes sociais.
  • No 1T22, a Netflix perdeu 200 mil assinantes, culpando parcialmente o compartilhamento de senhas pela perda de assinantes. A estimativa da companhia é de que mais de 100 milhões de lares estão usando o serviço por meio de uma senha compartilhada com eles, incluindo 30 milhões na América do Norte.
  • A Netflix viu uma década de crescimento acelerado, que levou a companhia a atingir mais de 220 milhões de assinantes globais. A previsão da empresa é de perder mais 2 milhões no segundo trimestre de 2022, mesmo com o lançamento de novas temporadas de séries de sucesso como Stranger Things e The Umbrella Academy.
  • Em março, a empresa começou a testar um novo recurso para monetizar o compartilhamento de contas nas regiões da América Latina. Os usuários poderiam adicionar até duas contas de “membro extra” por uma pequena taxa adicional, além de sua assinatura mensal.
  • Agora, a Netflix está considerando uma opção para a plataforma com anúncios, que até pouco tempo tinha sido rejeitada.

Sanepar (SAPR11) vai distribuir R$ 154,2 milhões em JCP; confira valor por ação

  • A Sanepar (SAPR11) anunciou nesta quinta-feira (23) que vai pagar R$ 154,2 milhões em Juros Sobre Capital Próprio (JCP) aos seus acionistas.
  • O valor dos proventos será de R$ 0,09 por ação ordinária e R$ 0,10 por ação preferencial. O valor a ser pago por unit será de R$ 0,51
  • Os JCP da Sanepar ainda não possuem data de pagamento, que será decidida na Assembleia Geral Ordinária (AGO) da empresa em abril de 2023.
  • Apenas os investidores com ações da Sanepar no dia 30 de junho de 2022 poderão receber os rendimentos. A partir de 1º de julho, as ações serão negociadas sem direito aos dividendos.
  • Segundo documento arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), esses proventos fazem parte dos dividendos obrigatórios do exercício de 2022.
  • O valor dos JCP terá retenção do imposto de renda na fonte, com alíquota de 15%.

B3 (B3SA3) vai pagar R$ 773 milhões em dividendos; veja valor por ação

  • A B3 (B3SA3) anunciou nesta quinta-feira (23) que vai pagar R$ 360 milhões em Juros Sobre Capital Próprio (JCP) e R$ 413 milhões em dividendos aos seus acionistas.
  • O valor dos dividendos por ação será de R$ 0,06957822. Para o JCP da B3, será de R$ 0,06064724 por ação.
  • Os proventos serão pagos em 08 de julho de 2022.
  • Os JCP da Sanepar ainda não possuem data de pagamento, que será decidida na Assembleia Geral Ordinária (AGO) da empresa em abril de 2023.
  • Apenas os investidores com ações da B3 no dia 28 de junho de 2022 poderão receber os rendimentos. A partir do dia 29 de junho, as ações serão negociadas sem direito aos dividendos.
  • Segundo documento arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), esses proventos fazem parte dos dividendos obrigatórios do exercício de 2022, referentes ao primeiro trimestre.
  • O valor dos JCP terá retenção do imposto de renda na fonte, com alíquota de 15%, resultando em aproximadamente R$ 0,05 por ação.

Fast Shop sofre ataque hacker; app e loja online saem do ar

  • A Fast Shop sofreu um ataque hacker na quarta-feira (22) que deixou seu aplicativo e loja online fora do ar. O ataque cibernético também afetou o perfil do Twitter da empresa.
  • Um post na conta do Fast Shop no Twitter havia anunciado o fechamento temporário de todas as lojas da rede e o adiamento dos pedidos feitos pela internet, e pedia desculpas pelos transtornos.
  • Em nota ao jornal O Estado de S. Paulo, a empresa declarou: “A Fast Shop informa que identificou uma tentativa de acesso não autorizado aos sistemas da companhia. Como forma de prevenção, a empresa acionou os protocolos de segurança, e por este motivo, o site e o app ficaram temporariamente indisponíveis, porém já se encontram restabelecidos e funcionando normalmente”.
  • Ainda, a companhia ressaltou que todas as lojas continuam abertas e mantém suas operações normais no país.
  • “Salientamos que toda a base de informações da empresa está sob rígidos processos de segurança e não houve evidências de danos aos dados de nossos clientes”, disse a companhia.
  • Porém, uma das mensagens publicadas no perfil da companhia no Twitter informa sobre um ataque hacker que teria roubado terabytes de informações de diferentes serviços de computação em nuvem. Cada terabyte equivale a 1.024 gigabytes.
  • Na manhã desta quinta-feira (23), o aplicativo e a loja online haviam voltado a funcionar e a empresa comunicou que as lojas estão abertas e operando normalmente.
  • Os ataques na internet são tentativas de criminosos, conhecidos como hackers, de danificar ou destruir uma rede de sistemas. Essas violações podem fazer com que dados sigilosos sejam roubados ou expostos, podendo causar o roubo de identidade e extorsão do titular das informações.
  • Apesar de apresentarem instabilidade no período da manhã desta quinta-feira, o site e o aplicativo da Fast Shop continuavam no ar.
  • A Fast Shop não é a única empresa a sofrer com ataques hackers. A Americanas (AMER3) teve uma invasão de seu sistema em fevereiro deste ano, a Localiza (RENT3) viu seu site fora do ar em janeiro e a Gafisa (GFSA3) identificou uma alteração criminosa em seu sistema também no início do ano.

Do banco Inter à Fast Shop, essas foram as empresas que se destacaram hoje. Para ler todas as matérias clique aqui.

Jorge C. Carrasco

Compartilhe sua opinião