Qualicorp (QUAL3) vê lucro subir 18% no 3T20 para R$ 130,9 milhões

A Qualicorp (QUAL3) teve um lucro líquido de R$ 130,9 milhões no terceiro trimestre de 2020, alta de 18,1% em relação ao mesmo período do ano passado. De acordo com o release de resultados, a alta se deve ao melhor desempenho operacional e à menor alíquota efetiva de Imposto de Renda/CSLL, que passou de 39% para 34%.

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A empresa destacou que o terceiro trimestre foi “atípico” devido à suspensão do reajuste anual de preços, definida pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) em agosto deste ano.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) somou R$ 301,5 milhões, alta anual de 6,7%. De acordo com a Qualicorp, o Ebitda foi ajudado pela redução de 11% nos custos e despesas na comparação anual.

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Já a receita líquida da Qualicorp atingiu R$ 524,6 milhões, aumento de 1,3% ante o terceiro trimestre de 2019. A empresa contabilizou o reajuste de preços no trimestre, mas a cobrança efetiva ocorrerá somente no ano que vem.

O portfólio de adesão da empresa cresceu 21,2% na comparação anual, para 1,536 milhão de vidas.

A dívida líquida da Qualicorp somou R$ 388,2 milhões ao final do trimestre, alta anual de 344%. A companhia afirmou que o aumento se deve à redução de capital ocorrida em 2019.

Ao mesmo tempo, a relação entre dívida líquida e Ebitda saltou de 0,09 vez para 0,45 vez, também na comparação anual. Além disso, o resultado financeiro foi negativo em R$ 10,1 milhões, alta anual de 34%, principalmente pelo aumento da dívida da Qualicorp no trimestre.

 

Qualicorp teve trimestre “atípico”

Em seu relatório de resultados, a Qualicorp destacou que seu desempenho foi impactado pela suspensão de reajuste de preços definida pela ANS. Entre estes efeitos está a redução do churn (taxa de clientes cancelados) em relação ao comportamento usual.

Houve uma saída de 102 mil vidas no final do terceiro trimestre, passando de um churn de 11,2% da carteira inicial do terceiro trimestre de 2019 para 8,6% no terceiro trimestre de 2020.

Além disso, a empresa citou uma assimetria entre a carteira antiga, que está com reajuste suspenso, e a venda de novos planos, com preços já reajustados. “Isso afetou negativamente nossos esforços comerciais ao tornar as novas vidas mais custosas em relação aos planos já contratados”, explicou a Qualicorp.

Outro efeito foi o reconhecimento da receita do reajuste sem a sua efetiva cobrança, além da contabilização de provisões para devedores duvidosos (PDD) adicional pela incerteza do recebimento de parte da recomposição em 2021.

O PDD da Qualicorp, incluindo liminares, foi de R$ 27,5 milhões no terceiro trimestre de 2020, crescimentos de 63% e 18% nas comparações trimestral e anual, respectivamente. Ocorreu provisionamento adicional de R$ 17,9 milhões relativos aos valores de reajustes de preços contabilizados e não-cobrados, que possuem alto risco de inadimplência por só poderem começar a ser cobrados a partir de janeiro de 2021.

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Natalia Gómez

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