Collor, é você? Pressionado, Putin limita saques, aumenta juros e reduz reserva dos bancos

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou estar preparado para as sanções ocidentais assim que iniciou os ataques à Ucrânia e recebeu as punições comerciais como devolutivas. De cara, ele disse que as reservas internacionais da Rússia eram de cerca de US$ 700 bilhões, com 20% do valor em ouro, além de euro e ienes.

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Ainda assim, a pressão das sanções ocidentais não está sendo trivial para a nação russa. Para conter a sangria financeira e conter a fuga de capital estrangeiro do país, Vladimir Putin lançou uma série de medidas que têm muitas similaridades com um plano que os brasileiros conheceram há 32 anos: o Plano Collor.

Assim como o presidente Fernando Collor de Mello em 1990, Vladimir Putin confiscou o dinheiro dos russos. Por meio de um decreto, Putin proibiu a retirada de mais de US$ 10 mil em moeda estrangeira do país.

Em 1990, Collor tinha como objetivo conter a hiperinflação do Brasil – hoje, Putin visa garantir a estabilidade financeira da Rússia em meio à guerra que deu início no último dia 24.

“A exportação de dinheiro em moeda estrangeira e instrumentos de moeda estrangeira acima de US$ 10.000, calculados com base na taxa de câmbio oficial estabelecido pelo Banco Central da Rússia no dia da exportação, será banida a partir de 2 de março”, diz o decreto.

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Rublo está valendo pouco

Após as sanções do ocidente, a moeda russa caiu drasticamente. O rublo perdeu mais de 30% de seu valor e agora é negociado a cerca de 109 por dólar. Um dia antes da invasão do Exército Russo ao território da Ucrânia, um rublo russo valia US$ 83,5.

No último sábado (26), Estados Unidos, União Europeia, Reino Unido e Canadá  divulgaram novas sanções contra a Rússia, expulsando alguns bancos russos do sistema Swift, um serviço global de transações financeiras. Além disso, os países também congelaram os ativos do banco central da Rússia.

Com isso, parte dos ativos em capital estrangeiro acumulados por Putin devem ficar paralisados durante o período da guerra com a Ucrânia.

Em vista da situação, o banco central da Rússia implementou medidas de emergência na segunda-feira (28), ao aumentar as taxas de juros de 9,5% para 20%.

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Saques nas ruas da Rússia

 

Assim como Collor promoveu caos entre os brasileiros há pouco mais de trinta anos, Putin desestabilizou os russos. Os cidadãos estão correndo para os caixas eletrônicos na tentativa de reaver suas economias e protegê-las dos congelamentos das sanções e outras medidas que o governo pode promover nos próximos dias.

O problema é que os bancos não mantêm fisicamente todo o dinheiro dos seus correntistas. Além disso, um percentual deve ser mantido em reserva para que a instituição não quebre.

Com o efeito manada, a corrida dos cidadãos aos bancos são um risco para a economia, pois podem provocar um colapso no sistema financeiro e posterior depressão econômica.

Ainda assim, Vladimir Putin reduziu a quantidade de reserva financeira que os bancos são obrigados a manter em caixa. O banco central russo cortou a taxa compulsória em 2,7 trilhões de rublos (cerca de US$ 26,19 bilhões).

A justificativa foi liberar mais dinheiro para clientes e empresas num momento em que a economia da Rússia é atingida por sanções ocidentais.

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Monique Lima

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