Fundo imobiliário reduz dividendos a menor valor em 2 anos e gestão detalha estratégia
O fundo imobiliário PSEC11, anteriormente negociado com o ticker RVBI11, reportou resultado distribuível de R$ 12,228 milhões em novembro, alta de 6,2% frente a outubro (R$ 11,512 milhões). As receitas totalizaram R$ 24,692 milhões, com despesas de R$ 1,028 milhão.
A distribuição de dividendos do PSEC11 ficou em R$ 0,65 por cota, o menor patamar em 24 meses, refletindo a dinâmica recente de inflação. A gestão atribui a queda dos proventos ao efeito defasado da indexação nos fundos de CRI.
No trimestre, a combinação de IPCA negativo em agosto e inflação baixa em setembro e outubro reduziu a remuneração dos papéis atrelados ao índice. Como a correção inflacionária costuma afetar os rendimentos com atraso de M-1 a M-2, o impacto apareceu com mais força em novembro, comprimindo os fluxos de caixa do portfólio. Esse efeito tende a se normalizar conforme a inflação corrente se transmite aos ativos.
Entre as alocações, 34,8% do patrimônio do FII PSEC11 está em fundos de papel, distribuídos em 23 posições. Vinte desses veículos pagaram rendimentos abaixo da média de 12 meses. A queda média foi de 8,8%, mas, ponderada pelos pesos, alcançou 15,6%, ampliando a pressão sobre a distribuição.
O quadro foi intensificado pela relevância de KNIP11, PCIP11, RBRR11, VGIP11 e KNHY11, todos com predominância em IPCA+. Em conjunto, esses cinco fundos tiveram rendimentos impactados em cerca de 25%, contribuindo para o recuo total. A gestão segue monitorando a sensibilidade do portfólio à inflação e à curva de juros.
PSEC11 detalha próximos passos
A estratégia do Patria Real Estate, responsável pela gestão do PSEC11, prevê dois eixos para os próximos meses: realização de ganhos de capital e redução gradual do número de posições para algo entre 40 e 50 ativos no primeiro semestre de 2026.
A gestão do fundo imobiliário PSEC11 também pretende reforçar exposições com potencial de valorização e otimizar o giro no secundário, buscando maior eficiência de alocação. Além disso, o veículo aumentará a participação em ativos de menor liquidez, como CRIs e estruturas de equity sênior ou mezanino, originadas internamente.
Essas iniciativas, lideradas pela equipe do fundo imobiliário PSEC11, buscam uma relação risco-retorno assimétrica favorável e a estabilização dos dividendos ao longo dos próximos ciclos.