Produção industrial no Brasil recua 0,2% no primeiro bimestre

A produção industrial no Brasil recuou 0,2% no primeiro bimestre de 2019, em relação ao mesmo período do ano passado. Um resultado negativo que atingiu 54% dos segmentos industriais do País. As informações são do jornal “O Estado de S.Paulo”.

Esse desempenho alimenta a tendência de queda da produção industrial brasileira registrada desde o final dos anos 1980. Há trinta anos a participação da indústria de transformação na composição do Produto Interno Bruto (PIB) vem caindo.

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Se em 1980 a indústria chegou a ter uma participação de 30% no PIB, em 2018, o setor representou somente 11,3%. O menor nível em mais de 70 anos, desde que é realizada essa série histórica, em 1947.

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O pior desempenho do setor têxtil, que registra perdas pelo menos desde outubro 2018. O principal problema para esse setor industrial é que não há demanda para seus produtos.

Indústria em crise

A perda de espaço desse setor na economia é um fator estrutural, devida as crises sucessivas. Normalmente, quando a economia se contrai, a indústria costuma recuar mais do que o PIB total.

Um estudo do economista Paulo Moceiro, revela que a produção industrial se encontra hoje no patamar de 2004. Desde 2013, o PIB industrial vem caindo de forma acelerada. O período que se teve grande destaque do setor foi entre os anos 2000 e 2008.

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A situação é ainda pior para os fabricantes de bens intermediários, já que esse segmento está em recessão técnica desde setembro do ano passado. No total, já são dois trimestres consecutivos de queda. Outra preocupação é o fato desse setor ser fornecedor de insumos para outros ramos da indústria.

Panorama complicado

Em relação comparativa a todos os segmentos da indústria, a farmacêutica possui o pior desempenho. Levando em consideração apenas o primeiro bimestre, esse setor obteve um recuo de 12,3% em comparação com o mesmo período do ano passado.

A indústria têxtil, também está em um momento de dificuldade. O setor registrou um retrocesso de 1,8% em comparação ao mesmo período no ano de 2018. Nem mesmo as exportações tem salvado do mau desempenho. Isso em grande parte por causa dos resultados negativos da exportação, que tinha tinha como destino a Argentina, país que enfrenta uma dura recessão.

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Por outro lado, as importações também recuaram nos últimos cinco anos. Entretanto, em comparação com 2004 elas dobraram.

A Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) estimava no começo do ano que o segmento cresceria em 3% em 2019. Após as quedas nas projeções do PIB  feito pelo boletim Focus, do Banco Central, a associação também reduziu a projeção para 2%

 

Poliana Santos

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