Procon-SP vai multar planos de saúde que pedem aval de marido para pagar DIU

Planos têm 72 horas para prestar esclarecimentos. Unimed do Brasil, Omint e Amil já se posicionaram, veja abaixo.

O Procon-SP solicitou explicações para 11 planos de saúde depois da denúncia de que os convênios estariam exigindo autorização do marido para a implantação do método contraceptivo DIU (dispositivo intrauterino) em mulheres casadas.

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De acordo com a denúncia, o preenchimento de um termo de consentimento seria necessário para que os planos de saúde que cobrissem o procedimento em mulheres casadas.

“Algumas seguradoras estão exigindo consentimento do marido para reembolsar inserção do DIU em mulheres casadas. A prática é abusiva, ilegal, descabida e afrontosa à condição e dignidade da mulher”, afirma Fernando Capez, diretor executivo do Procon-SP.

Capez esclarece que a fundação de direito do consumidor está notificando as empresas para saber quais adotaram essa imposição. Na lista de convênios questionados estão:

  • Amil
  • Bradesco Saúde
  • Central Nacional Unimed
  • Notre Dame Intermédica (GNDI3)
  • Omint
  • Porto Seguro Saúde
  • Qsaúde
  • Sompo Saúde
  • Sul América
  • Unimed Seguros e
  • Vision Med (Golden Cross).

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Os planos de saúde têm até 72 horas para prestar esclarecimentos sobre as coberturas oferecidas para métodos contraceptivos transitórios ou reversíveis. Além de detalhar procedimentos de esterilização feminina e masculina e  as condições e exigências impostas aos beneficiários do plano, indicando os fundamentos legais para os critérios estabelecidos.

De acordo com Capez, o Procon-SP vai multar e punir severamente os planos de saúde que estiverem utilizando o recurso de consentimento do marido para se negar a cobrir os procedimentos.

“Não é possível admitir que para não pagar e reembolsar o seguro algumas empresas utilizem desse tipo de justificativa. Péssimo pretexto. A consumidora que passou por essa situação deve denunciar ao Procon-SP”, alertou.

Respostas dos Planos de Saúde

Unimed do Brasil

Por meio de nota, a Unimed do Brasil, representante do Sistema Unimed em todo o país, informa que as situações questionadas foram pontuais e já corrigidas pelas cooperativas, que serão acompanhadas pelas áreas de Gestão de Saúde e Regulatória.

A empresa ainda pontua que tem conhecimento de que a exigência consentimento do cônjuge para implantação do DIU é ilegal e que o procedimento tem cobertura assegurada pelos seus planos de saúde.

A empresa reconhecer ser uma decisão exclusiva da paciente, apoiada nas orientações de seu médico ou equipe de saúde. Orienta ainda para que caso a paciente receba uma orientação diferente, acione a Unimed por meio no site.

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“Lamentamos o ocorrido, que vai contra o compromisso de cuidado da marca Unimed. Também reforçamos a recomendação a todo o Sistema Unimed, quanto à importância do termo padrão de consentimento livre e esclarecido, que deve ser assinado somente pela própria paciente e pelo seu médico, como forma de preservar o direito à informação, a autonomia e a segurança na tomada de decisão”, diz em nota.

Omint

Por meio de nota, a Omint respondeu que não exige documento de consentimento do cônjuge para autorizar a inserção do DIU. “Esclarece, ainda, que esse procedimento possui cobertura do plano de saúde e não apresenta Diretriz de Utilização. Dessa forma, é necessário apenas o pedido médico para a sua inserção”.

A Amil também declarou que não pratica esse tipo de exigência.

A reportagem não conseguiu contato com os planos de saúde Porto Seguro e Vision Med (Golden Cross). As operadoras Bradesco Saúde, Notre Dame, Qsaúde, Sompo Saúde, Sul América não responderam aos questionamentos da Agência Brasil.

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Com informações de Agência Brasil 

Monique Lima

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