Privatizações não resolvem problemas do País, diz ministro da Fazenda

O ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, disse nesta quarta (12) que a venda das empresas estatais não vai resolver o problema fiscal do País.

A fala de Eduardo Guardia se refere ao plano de privatizações de Paulo Guedes, futuro ministro da Economia do presidente eleito Jair Bolsonaro. O atual ministro afirmou que a prioridade no momento é a reforma da Previdência.

“A questão fiscal é a mais importante e você não resolve o problema fiscal com a privatização. Resolve implementando controle de gasto e com algo urgente, que é a reforma da Previdência”, declarou o ministro da Fazenda quando perguntado sobre o plano de Guedes para a venda das estatais.

Ele insistiu que os Estados precisam resolver o problema de aumento de gastos com pessoal. Segundo Guardia, o problema do País não é a falta de receita, mas a despesa crescente, principalmente nos estados. Muitos governadores estão com dificuldades para cumprir as exigências previstas na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) neste fim de ano.

O ministro, no entanto, minimizou os possíveis pedidos de socorro financeiro vindo dos estados. “A LRF sempre determinou de maneira clara sobre obrigações para o próximo ano. Não é surpresa para ninguém. Está aí há 20 anos”.

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O chefe do Ministério da Fazenda afirmou que o mais urgente e necessário no momento é aprovar a reforma das aposentadorias e pensões. Para Guardia, o grande desafio nessa questão é a comunicação.

“Do nosso lado, temos enfatizado que precisamos criar os instrumentos necessários para o ajuste fiscal”, declarou. “Tema central pendente é a reforma da Previdência, extremamente importante para o ajuste dos governos estaduais”.

Privatização da Eletrobras

O ministro disse também que a pasta fez o possível para aprovar a privatização da Eletrobras, mas a proposta não avançou no Congresso em razão da resistência dos parlamentares. Guardia havia anunciado anteriormente que privatizar a estatal de energia seria uma das prioridades de sua gestão.

“Não faltou diálogo. Mas não tínhamos ambiente este ano. Existem resistências ainda para a privatização da Eletrobras. Privatização nunca é um tema fácil, é sempre polêmico, que traz divergências e que precisa ser debatido”, disse o ministro da Fazenda.

Guilherme Caetano

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