Polícia de SP faz operação contra pirâmide financeira que fez 4 mil vítimas

Na manhã desta quinta-feira (18), em mais um caso de pirâmides financeiras, a Polícia civil de São Paulo realizou uma operação contra uma pirâmide financeira que oferecia falsos retornos em investimentos, para cerca de 4 mil pessoas de Osasco, Itapevi, Cotia, Barueri e Sorocaba.

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A intitulada “Operação Seth”, segundo informações do jornal Cruzeiro do Sul de Sorocaba, teve como principal alvo a empresa MSK Operações e Investimentos, que operava com criptomoedas. A investigação teria iniciado em março deste ano, após diversas denúncias.

Pirâmides financeiras se caracterizam por práticas fraudulentas que buscam lucrar com o recrutamento de pessoas, a quem normalmente são prometidos altos retornos.

A polícia investigou endereços de residências e empresas dos 19 suspeitos de fazer parte da pirâmide financeira e apreendeu bens dos envolvidos. O sequestro deve somar mais de R$ 700 milhões, junto com veículos de luxo.

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A investigação ocorreu nas cidades de Votorantim, São Paulo, Osasco, Itapevi, Cotia e Barueri, segundo o jornal Cruzeiro do Sul, apurando os crimes de lavagem de dinheiro, organização criminosa, estelionato, falsidade ideológica, crimes contra economia popular e crimes contra o consumidor.

Pirâmide financeira semelhante

Em julho, a Polícia Federal investigou pirâmide financeira semelhante, com criminosos que se intitulavam “traders” de mercado financeiro, prometendo lucros de até 6,4%, não provados, para as vítimas.

O grupo movimentou mais de R$ 200 milhões, segundo dados da Agência Brasil, por meio de 22 empresas não autorizadas pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) para operar com investimentos no mercado.

Além disso, a polícia constatou que, além de o grupo não aplicar na Bolsa de Valores a totalidade dos recursos, a fatia que era alocada resultava em prejuízo para o “cliente”.

Dois brasileiros são acusados de fraude com criptomoedas nos EUA

Também em julho, dois brasileiros foram acusados de fraude nos EUA por um esquema de pirâmide financeira, envolvendo criptomoedas, que teria deixado US$ 100 milhões em perdas.

Emerson Sousa Pires e Flavio Mendes Gonçalves, com o americano Joshua David Nicholas, estão sendo investigados por supostamente se apropriar de milhões de dólares de investidores.

O caso foi denunciado ontem pelo Departamento de Justiça dos EUA e reguladores do mercado de capitais, como a Securities and Exchange Commission (SEC), equivalente à CVM, e a Commodity Futures Trading Commission (CFTC).

A investigação envolve ainda o FBI e a Agência de Investigações de Segurança Interna dos EUA, a HSI.

Os brasileiros, ambos de 33 anos e apontados como fundadores da EmpiresX, teriam retornado ao Brasil no início do ano, após a eclosão do esquema. Já o americano Joshua David Nicholas, de 28 anos, é apresentado como diretor de negociação da empresa. A reportagem não conseguiu contato com os acusados.

Como era o esquema

De acordo com a acusação, a pirâmide financeira começou em meados de 2020 e arrecadou cerca de US$ 40 milhões de investidores, conforme a SEC.

Os envolvidos prometiam lucros de 1% ao dia, a partir de um robô de investimentos em criptomoedas.

“Os réus supostamente se apropriaram indevidamente de grandes somas de dinheiro dos investidores para alugar um Lamborghini, fazer compras na Tiffany & Co., fazer um pagamento em uma segunda casa e muito mais”, disse a SEC, ontem, em comunicado.

Tanto a SEC quanto a Justiça dos EUA listam uma série de acusações aos brasileiros e ao americano, que incluem informações falsas a investidores, envio de documentos aos órgãos reguladores, licenças para operar, além de ofertas de títulos não registrados.

“Os réus supostamente se envolveram em uma oferta não registrada com uma série de declarações fraudulentas destinadas a atrair investidores com a perspectiva de lucros diários constantes”, diz a chefe interina da unidade de ativos e cibernética da SEC Enforcement Division, Carolyn Welshhans.

A partir de um júri no Distrito Sul da Flórida, Pires e Gonçalves também foram denunciados por conspiração para cometer lavagem internacional de dinheiro.

Se condenados por todas as acusações, Pires e Gonçalves podem pegar até 45 anos de prisão, e Nicholas pode pegar até 25 anos, segundo a Justiça dos EUA. No mesmo comunicado que acusou os brasileiros, o órgão anunciou ainda o indiciamento no total de seis pessoas, em quatro casos por suposto envolvimento em fraudes relacionadas a criptomoedas e pirâmide financeira.

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Ana Clara Macedo

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