PIB: CNI prevê queda de 4,2% da economia brasileira em 2020

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) estima que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cairá 4,2% neste ano. A projeção foi divulgada por meio de uma nota nesta segunda-feira (11), e assinada pelo presidente da confederação, Robson Braga de Andrade.

Segundo a CNI, o nível de assertividade da contenção dos impactos da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) será essencial para o PIB. Dada a situação atual, o estudo Informe Conjuntural traçou um cenário pessimista, um base e um otimista para a economia brasileira.

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“A expectativa é de que as medidas econômicas para enfrentar a crise vão, neste cenário, possibilitar uma recuperação mais rápida, impedir a falência de um grande número de empresas e o aumento significativo do desemprego, além de reduzir os impactos sobre problemas logísticos, falta de insumos e sobre o emprego e, assim, possibilitar uma recuperação mais rápida”, afirmou Andrade no comunicado.

Quanto ao PIB industrial, no melhor cenário dentre os estudados, irá cair 1,8%. No cenário mais provável, irá cair 3,9%. E, no pior cenário, recuaria 7% em relação a 2019. Em dezembro de 2019, a CNI estimava um avanço de 2,5% da economia brasileira.

Caso as medidas de auxílio governamental, como o que ficou conhecido como coronavoucher, se mostraram ineficazes no combate à crise, acarretando em uma “falência generalizada” das empresas, existe grande chance da economia brasileira recuar tal qual mostra o pior cenário.

Para que o PIB permaneça dentro do cenário otimista, mesmo que ainda em recessão, as medidas de proteção da renda dos trabalhadores e de acesso ao crédito devem evitar que os resultados de março e abril na economia tenham impactos permanentes, como queda do emprego e renda, e falha nos canais de distribuição e acesso a insumos. A CNI, no entanto, considera o cenário otimista pouco provável no momento.

De acordo com a CNI, com base na pesquisa, não será possível evitar por completo o fechamento de empresas, o entrave do acesso ao crédito e a queda de faturamento. Isso fará com que os empresários fiquem mais cautelosos, gerando um efeito negativo na economia.

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A confederação também salienta o fato de que o comércio internacional foi afetado pela doença, o que poderá dificultar as exportações brasileiras, mesmo com o câmbio desvalorizado. Quanto às ligações nas cadeias globais de valor, a CNI diz que dependerá da evolução da pandemia, já que não se sabe se medidas de relaxamento do isolamento social poderão ser implementadas.

Para a CNI, o governo necessita continuar na busca pela redução da dívida pública, com foco no equilíbrio fiscal, o que fará com que investimentos no País sejam mais atrativos, fazendo com que o PIB retome sua trajetória de crescimento.

Jader Lazarini

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