PIB do Brasil desacelera no 2º trimestre de 2025; entenda o impacto da Selic e a previsão para o futuro
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O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil apresentou crescimento de apenas 0,28% no segundo trimestre de 2025, de acordo com os dados mais recentes do Banco Central. Esse resultado reflete uma desaceleração significativa após o desempenho recorde no primeiro trimestre do ano. Os números foram apresentados através do Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), indicador que antecipa o resultado oficial do PIB, divulgado pelo IBGE.

Setor de Serviços impulsiona o crescimento, mas agropecuária recua
O avanço da economia nacional no 2º trimestre foi sustentado principalmente pelo setor de serviços, que registrou um aumento de 0,67%. Este setor representa cerca de 70% da atividade econômica do país, o que demonstra sua importância para o crescimento observado. Por outro lado, a indústria permaneceu quase estável, com uma variação positiva de apenas 0,11%, enquanto a agropecuária sofreu um forte recuo de 3,14%. Este desempenho do campo reflete, em parte, os desafios enfrentados pela economia brasileira diante da atual política monetária.
A Selic continua pesando sobre a economia brasileira
O resultado abaixo das expectativas para o 2º trimestre também está intimamente ligado ao impacto da alta da taxa Selic, mantida em 15% ao ano desde 2006. A elevação da Selic tem como objetivo combater a inflação, mas também tem um efeito restritivo sobre o consumo e os investimentos. Isso afeta negativamente a atividade econômica, especialmente em setores mais sensíveis ao crédito, como a indústria e a agropecuária.
Segundo os dados mais recentes, o PIB do Brasil apresentou uma alta de 1,4% no primeiro trimestre de 2025, mas a desaceleração no segundo trimestre é um sinal de que a economia está começando a sentir o efeito do custo elevado do crédito. No entanto, comparado ao ano passado, o crescimento da economia continua positivo, com uma alta de 3,9% no acumulado de 12 meses.
Expectativas para o futuro: PIB e inflação sob vigilância
A previsão do mercado para o crescimento do PIB em 2025 permanece em 2,21%, com projeções de desaceleração para 1,87% em 2026. A expectativa para o dólar está em R$ 5,60 para o final de 2025, enquanto a inflação (IPCA) deve ficar acima do teto da meta do Banco Central, com um valor projetado de 4,95% para este ano.
Os analistas continuam a acompanhar de perto os efeitos da Selic sobre a economia e aguardam um possível corte nos juros apenas no ano seguinte. Para 2026, a expectativa é de que a Selic possa ser reduzida para 12,5%, o que poderia aliviar parcialmente a pressão sobre a atividade econômica.
Esses dados revelam a complexidade do momento econômico brasileiro, que continua sendo moldado pela política monetária agressiva adotada pelo Banco Central, com impactos diretos sobre o crescimento, a inflação e o câmbio. Com um cenário de juros elevados, o Brasil enfrenta desafios, mas a economia ainda apresenta resiliência, refletida na alta do PIB em relação ao ano anterior.