PIB cresce, mas acende o alerta — o que vem por aí?
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O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 0,4% no segundo trimestre de 2025 na comparação com os três meses anteriores, informou na manhã desta terça-feira, 2, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na comparação anual, frente ao segundo trimestre de 2024, a economia avançou 2,2%. Em valores correntes, o total do PIB privado e público atingiu R$ 3,2 trilhões.

PIB: resultado e sinais de desaceleração
Os números ficam perto das projeções de mercado, que aguardavam um crescimento modesto trimestre a trimestre. Apesar da sequência de expansão, as leituras mostram um arrefecimento da dinâmica econômica: agentes e analistas esperavam uma continuidade no crescimento, mas com perda gradual de intensidade — o terceiro trimestre consecutivo de desaceleração na comparação com o mesmo período do ano anterior é a expectativa predominante, com projeção de avanço de cerca de 2,1%.
Serviços e consumo: pilares do trimestre
O comportamento setorial explica o quadro: serviços e indústria deram sustentação ao resultado trimestral, enquanto a agropecuária apresentou variação negativa no período recente. Pelas óticas de oferta e demanda, o consumo das famílias seguiu em alta, mas investimentos recuaram, refletindo a influência da política monetária mais restritiva sobre atividades que dependem de crédito.
Do ponto de vista da composição, o Produto Interno Bruto (PIB) do país variou 0,4% no segundo trimestre de 2025, em relação ao trimestre anterior, e totalizou R$ 3,2 trilhões em valores correntes. Em termos setoriais, as altas de Serviços e Indústria compensaram a leve queda da Agropecuária; pelo lado da demanda, o Consumo das Famílias cresceu 0,5%, enquanto o Consumo do Governo caiu 0,6%, e Investimentos recuaram 2,2%.”
O resultado anual foi puxado, sobretudo, pelo desempenho da agropecuária e por puxadas pontuais na indústria extrativa, enquanto o setor de serviços manteve trajetória robusta. Na comparação com o segundo trimestre de 2024, houve crescimento em Agropecuária (10,1%), Indústria (1,1%) e Serviços (2,0%). No acumulado do semestre e nos últimos quatro trimestres, o PIB cresceu 2,5% e 3,2%, respectivamente — e, segundo o instituto, “Com esse resultado, o PIB atingiu o maior patamar da série histórica, iniciada em 1996. Serviços e Consumo das Famílias também atingiram patamares recordes.”
Sobre a estrutura do setor de serviços, que representa cerca de 70% da atividade nacional, analistas destacam sua resiliência. Em fala destacada do IBGE, observa-se que “Foi uma alta disseminada pelo setor e puxada pelas Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados; Informação e comunicação, impulsionado pelo desenvolvimento de software, e Transporte, armazenagem e correio, puxado por transporte de passageiros.”
O setor externo também contribuiu positivamente no trimestre — exportações subiram, enquanto importações recuaram — e a evolução dos salários reais e as transferências governamentais ajudaram a sustentar o consumo das famílias. Como colocou a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, “O total de salários reais segue crescendo e há uma manutenção dos programas governamentais de transferência de renda, o que contribui para o consumo das famílias”.
Por fim, a coordenadora ressalta que a desaceleração era esperada em parte devido ao aperto da política monetária: “Era um efeito esperado a partir da política monetária restritiva (alta nos juros) iniciada em setembro do ano passado. As atividades Indústrias de Transformação e Construção, que dependem de crédito, são mais afetadas nesse cenário.” Esse mecanismo ajuda a explicar tanto a retração nos investimentos quanto a dificuldade de alguns segmentos mais ligados a crédito em recuperar fôlego.
Os dados integrados fazem parte do Sistema de Contas Nacionais Trimestrais (SCNT) divulgados nesta terça-feira pelo IBGE, encerrando a análise do pib
Com informações da Agência Estado