PIB de 2020 crescerá 2,20%, mas existe risco de baixa, diz Itaú

O Itaú Unibanco (ITUB4) anunciou, nesta segunda-feira (10), suas projeções de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil para 2019, 2020 e 2021. Segundo a instituição, a economia do País cresceu 1,2% no ano passado, e crescerá respectivos 2,20% e 3% nos dois anos seguintes.

O banco reconhece, no entanto, que a atuação de uma política monetária menos expansionista e o impacto de uma possível desaceleração econômica da China, sobretudo devido ao surto do coronavírus, adicionam um risco de baixa dessas projeções sobre o PIB.

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Os analistas do banco, por meio de um relatório de revisão do cenário, salientam que os dados da atividade industrial do País recuaram em novembro, o que também deve acontecer em dezembro. “Isso leva a um carrego estatístico negativo para o primeiro trimestre de 2020 e reforça nossa visão de que o crescimento do PIB perderá força no começo deste ano”, informa a instituição.

O Itaú espera um crescimento do PIB de 0,6% no quarto trimestre do ano passado e 0,3% no primeiro trimestre deste ano, frente o trimestre anterior com ajuste sazonal.

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Para a inflação, a expectativa permanece em 3,3% para 2020 e 3,5% para o ano que vem. O Itaú indica que o aumento dos preços para este ano tem tendência de baixa.

“Além da carne bovina, outros produtos também indicam potencial viés baixista para a inflação deste ano, notadamente energia elétrica e gasolina. Enxergamos, portanto, algum espaço para revisão para baixo na nossa projeção”, afirma o economista-chefe Mario Mesquita.

Déficit primário em comparação com o PIB

O banco estima que o déficit primário será de 1,0% do PIB (R$ 80 bilhões) neste ano e, no ano que vem, de 0,5% do PIB (R$ 40 bilhões).

“O resultado de 2020 é pior do que o registrado em 2019 (R$ 62 bilhões ou 0,9% do PIB), em razão das menores receitas extraordinárias previstas para o ano: esperamos R$ 40 bilhões (0,5% do PIB) em eventos não-recorrentes para este ano, diante de R$ 63 bilhões (0,9%) no ano passado”, informa o banco no relatório.

Além do PIB e do endividamento do País, o banco também manteve sua estimativa da taxa de câmbio em R$ 4,15 em 2020 e 2021. Quanto à taxa de juros básica da economia (Selic), o Itaú projeta que permaneça em 4,25%.

Jader Lazarini

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