Petrobras (PETR4): União emplaca sete vagas do conselho e barra avanço de minoritários

O Governo Federal conseguiu conter o avanço dos acionistas minoritários da Petrobras (PETR4)[Baixe o relatório] dentro do conselho de administração da companhia ao emplacar sete das oito cadeiras disponíveis na eleição desta segunda-feira (12). As informações são do Valor Econômico.

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A Petrobras, com o êxito da União, segue com o seu conselho de administração composto pela relação de sete membros indicados pelo governo e três indicados pelos demais investidores. O Governo Federal mantém sete dos 11 assentos que compõe a mesa – o assento que sobra é para o nome indicado pelos funcionários.

Com a derrota no pleito, Marcelo Gasparino, o único nome eleito pelos acionistas minoritários, pretende renunciar ao posto a fim de que uma nova eleição seja convocada em meio à troca no comando da empresa.

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Entre os eleitos no pleito está o nome de Joaquim Silva e Luna, indicado pelo governo para assumir a presidência da Petrobras. Além dele, a União emplacou:

  • Eduardo Bacellar
  • Ruy Schneider
  • Marcio Weber
  • Murilo Marroquim
  • Cynthia Silveira
  • Sonia Suzbeck Villalobos

Eduardo Bacellar foi reeleito para mais um mandato de dois anos como presidente do conselho de administração da Petrobras com 75,68% dos votos. Foram apenas 3,38% votos contrários, sendo que os 20,94% restantes optaram pela abstenção.

O nome de Marcio Weber, um dos indicados pela União, foi contestado pela FIA Dinâmica. Pedro Medeiros, que contava com apoio das gestoras Absolute, AZ Quest, Kapitalo, e outras, mas que não foi eleito, também foi contestado no Comitê de Pessoas – caso Weber fosse impedido, os minoritários, possivelmente, conseguiriam ocupar mais uma vaga.

O presidente da assembleia, o advogado Fracisco Costa e Silva, porém, não viu motivo para manter os dois nomes inelegíveis, afirmando que o Comitê de pessoas da Petrobras não tem “poder decisório”.

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Votação para conselho da Petrobras foi recheada de polêmicas

Contra Medeiros, a argumentação era que ele não podia assumir a cadeira por ter sido, até dezembro de 2020, diretor do Citi, banco responsável pela abertura de capital (IPO) e pela oferta subsequente de ações (follow on) da BR Distribuidora (BRDT3), antiga subsidiária da Petrobras. Contra Weber, o argumento era que ele foi até agosto de 2020 presidente da Petroserv, que fornece sondas para a estatal.

Nos dois casos, os nomes teriam negociado com a Petrobras do outro lado da mesa: pelo estatuto da companhia é vedada a indicação ao conselho de nomes que tenham firmado contrato de compra ou de prestação de serviço com a Petrobras ou com as suas controladas.

No caso de Weber, que foi eleito, ele argumento que não foi sócio ou acionista da Petroserv. Ele negou que possua qualquer vínculo que possa comprometer sua independência.

Além do problema com esses nomes, a assembleia da Petrobras foi marcada também por outra polêmica: em determinado momento, os minoritários contestaram o resultado apontando que a redação do boletim de voto à distância diferia sua versão em inglês e em português, com diferenças de informações nas duas versões.

A mesa diretora, entretanto, rejeitou o pedido. As versões, segundo o presidente da assembleia, estariam diferentes, mas não seriam conflitantes.

A Associação de Investidores no Mercado de Capital (Amec) afirmou que nos últimos dias recebeu reclamações de acionistas da Petrobras, principalmente de estrangeiros, que estariam encontrando dificuldade no processo de votação remota. O Grupo de Governança Corporativa (GGC) apontou que o sistema de votação a distância da Petrobras não contem instruções suficientes sobre alguns processos.

Os minoritários pretendiam emplacar de dois a três candidatos no conselho da Petrobras, para tentar diminuir o poder do acionista controlador. Os votos, porém, se diluíram, com os minoritários apoiando até mesmo nomes indicados pelo Governo Federal.

São, agora, três representantes dos minoritários no conselho da Petrobras: Rodrigo de Mesquita e Marcelo Mesquita, cujo mandatos não estavam em jogo na eleição desta segunda-feira (12), e, agora, Marcelo Gasparino. Leonardo Antonelli, que buscava a reeleição, ficou de fora. A mesa é formada ainda por Rosângela Buzanelli, representante dos empregados da estatal.

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Vitor Azevedo

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