Petrobras (PETR4): queda na projeção de dividendos não abala tese do BTG; recomendação é de compra das ações

A queda na estimativa de dividendos da Petrobras (PETR4) não parece ser a maior preocupação do BTG Pactual. Segundo relatório publicado pelo banco nesta quinta-feira (7), após uma queda nas ações e reações negativas do mercado ao corte nos proventos da petroleira, o BTG sustenta a tese de compra e perspectiva de valorização para os papéis da companhia.

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O projeto de lei (PL) para as diretrizes orçamentárias de 2024 divulgadas pelo governo, com projeções para as estatais (estimando R$ 21,4 bi em proventos da Petrobras), indicou uma redução de 55% nos dividendos em comparação ao ano anterior. As ações da Petrobras viram seu preço cair “à medida que os investidores se preocupavam que o valor sugerisse que a empresa estatal de petróleo poderia não pagar dividendos extraordinários.”

O banco diz que a estimativa foi feita com base nos preços do petróleo em US$ 70 o barril e uma taxa de câmbio a R$ 4,9.

O relatório do BTG ressalta que os analistas não acreditam que o PL necessariamente vá significar um enxugamento no pagamento de dividendos, mesmo com os riscos da reserva estatutária aprovada pelos acionistas, e que as reações negativas à notícia podem ser um sinal de ponto de entrada para a compra de ações da Petrobras, especialmente para os ADRs.

De 2021 para cá, como aponta o relatório, o governo federal vem embolsando o pagamento de dividendos quatro vezes mais do que o previsto no orçamento fiscal.

“O capex da Petrobras ficou 17% abaixo de sua orientação, o que levou a uma maior geração de caixa e distribuições mais significativas”, analisou.

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BTG mantém bandeira verde para compra de ações da Petrobras

Sob essa ótica, o banco acredita que, mesmo com as mudanças previstas, a Petrobras ainda tem potencial para pagar dividendos atrativos e que a ênfase no crescimento da companhia tem sido positiva.

“Os últimos meses mostraram uma mudança na estratégia da Petrobras (PETR4), o que pode acabar sendo insuficiente para a criação de valor a longo prazo“. balanceia.

No curto prazo, entretanto, os analistas do BTG ressaltam que a estatal poderá adotar posicionamentos mais pragmáticos e não pagar dividendos acima do valor de caixa gerado.

O BTG manteve sua avaliação de “compra” para ações da Petrobras negociadas na bolsa dos Estados Unidos, sob o ticker de “PBR”, com o preço-alvo para os próximos doze meses previsto em US$ 16. Hoje os ADRs da Petrobras são negociados na casa dos US$ 14,42.

Além disso, o banco estima uma valorização de11% nos papéis da estatal na B3 e um dividend yield de 20%.

Quais investimentos da Petrobras estão sendo avaliados pelo mercado?

Como já apresentaram em relatório anterior, os analistas do BTG Pactual (BPAC11) enxergam cinco pontos principais positivos no plano de investimentos da Petrobras (PETR4):

  • Crescimento de 31% no CAPEX, para US$ 102 bilhões, agora dividido entre os investimentos em implementação (US$ 91 bilhões) e em avaliação (US$ 11 bilhões); excluindo esse último, que inclui potenciais fusões e aquisições, os investimentos aumentaram 17%;
  • A curva de produção de 2024 a 2027 mostra uma queda média de 0,7% ao ano, com números de 2025 em diante ficando aquém do último plano estratégico;
  • Considerando apenas os investimentos “em implementação”, o capex para 2024 e 2025 aumentou para US$ 18,5 bilhões e US$ 21 bilhões, respectivamente, acima dos US$ 18 bilhões em ambos anos antes;
  • Exploração e Produção passa a representar 80% (contra 78% em 2022) do plano de investimentos e investimentos em projetos de baixo carbono (em todos os segmentos) aumentaram para US$ 11,5 bilhões (ante US$ 4,4 bilhões);
  • A curva média do preço do petróleo aumentou 6%, com os preços do Brent em 2024 em US$ 80 por barril e em 2025 a US$ 78 por barril.

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Camila Paim

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