Petrobras (PETR4) ou Vale (VALE3): qual é a melhor ação para ter renda passiva?
Existem diversos estilos de investimento — alguns focados em valorização de capital, outros em segurança e previsibilidade. Dentro desse segundo grupo, que inclui ações como Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3), está a estratégia de gerar renda passiva, aquela em que o investidor recebe proventos periodicamente apenas por manter ações na carteira, sem precisar vender os papéis.

A principal métrica para medir esse tipo de retorno é o dividend yield, que mostra quanto da cotação da ação é devolvido ao acionista em forma de dividendos. E entre os papéis mais negociados da bolsa brasileira, Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3) figuram entre as preferidas de quem busca esse perfil.
Segundo o Status Invest, PETR4 apresenta um dividend yield de 17,96%, quase o dobro da Vale, que registra 9,42% nos últimos 12 meses. Quando se observa o ROE (retorno sobre o patrimônio líquido) — que mede o lucro gerado sobre o capital dos acionistas — a Vale leva ligeira vantagem, com 15,57%, ante 12,16% da Petrobras.
Já em valor de mercado, a petroleira domina: a Petrobras vale cerca de R$ 425,16 bilhões, enquanto a Vale está avaliada em R$ 215,74 bilhões. Ou seja, além de pagar mais dividendos, a Petrobras tem hoje quase o dobro do valor de capitalização da concorrente.
XP recomenda compra de PETR4 e vê potencial limitado para VALE3
Em relatório recente, a XP reiterou recomendação de compra para Petrobras, com preço-alvo de R$ 46. Os analistas Regis Cardoso e Helena Kelm destacaram que “a revisão para cima na produção reduziu nossa previsão de lifting costs, o que resultou em uma forte revisão em nosso EBITDA e FCF para os próximos dois anos”. Eles apontam que os FPSOs mais novos, como o Almirante Barroso, superaram as curvas de produção esperadas e que houve surpresas positivas em campos maduros, como o cluster do Parque das Baleias.
Apesar dos riscos fiscais e políticos, os especialistas ressaltam que “a Petrobras deverá ter um aumento de aproximadamente 30% em sua produção comercial de petróleo e gás nos próximos cinco anos”, o que sustenta a atratividade do papel mesmo diante de potenciais oscilações de mercado.
Já para a Vale, a XP alterou a recomendação para neutra, com preço-alvo de R$ 66. Segundo os analistas Lucas Laghi, Guilherme Nippes e Fernanda Urbano “continuamos a considerar a perspectiva para o minério de ferro como pouco inspiradora e o principal fator detrator da narrativa de equity da Vale”. Embora reconheça avanços operacionais e na governança, a casa vê pouco potencial de valorização no cenário atual, especialmente com o minério girando em torno de US$ 100/t.