Petrobras (PETR4) acumula queda de 16% no ano: ainda vale a pena investir?

As ações da Petrobras (PETR4; PETR3) despencaram na última semana e acumularam queda de mais de 7% apenas na sexta-feira (8), após a divulgação do balanço do segundo trimestre de 2025. No acumulado do ano, os papéis da petrolífera já recuam mais de 16%.

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O resultado trouxe desempenho operacional positivo, mas frustrou o mercado na parte financeira, com fluxo de caixa e dividendos abaixo do esperado. Ainda na semana passada, a Petrobras anunciou um pagamento de US$ 1,6 bilhão em dividendos ordinários, equivalente a um dividend yield de 2%, percentual que ficou abaixo das projeções de consenso.

Ações da Petrobras despencam após resultados

No 2T25, a Petrobras reportou EBITDA ajustado de US$ 10,2 bilhões, em linha com o consenso, e lucro líquido de US$ 4,8 bilhões. Apesar disso, o fluxo de caixa operacional foi de US$ 7,5 bilhões, ante expectativa de US$ 8,2 bilhões. O capex atingiu US$ 4,1 bilhões, superando as projeções de US$ 3,8 bilhões e refletindo o avanço de projetos como a construção de FPSOs para o campo de Búzios.

De acordo com a XP, o trimestre foi “melhor operacionalmente, pior financeiramente”, com ganhos vindos de maior produção e crack spreads no refino, mas prejudicado pela menor conversão de EBITDA em geração de caixa.

O UBS BB destacou que a produção de petróleo em julho atingiu 2,47 milhões de barris por dia, e a empresa espera encerrar 2025 no topo da faixa de projeção, de 2,3 milhões de barris por dia (±4%). No entanto, a administração indicou baixa probabilidade de dividendos extraordinários neste ano, priorizando o plano de investimentos de US$ 18,5 bilhões.

“A probabilidade de dividendos extraordinários este ano é muito baixa, sendo viável apenas em um cenário de excesso de caixa, combinado com a estratégia em andamento da companhia de maior realização de capex, crescimento da produção e expansão para novos negócios, como o GLP”, destaca o UBS.

O Itaú BBA avaliou que o resultado financeiro fraco reduz a previsibilidade para dividendos, elemento considerado essencial para a tese de investimento na estatal.

Além disso, o banco destacou que o conselho aprovou diretrizes para que a Petrobras volte a atuar no segmento de distribuição de GLP, movimento que exigirá atenção do mercado.

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Vale a pena investir em Petrobras (PETR4)?

Apesar da reação negativa no curto prazo, algumas casas mantêm projeções positivas para PETR4. O UBS BB reiterou recomendação de compra e preço-alvo PETR4 de R$ 46,00 para o fim de 2025, considerando o potencial de crescimento de produção e eventual revisão positiva na curva de longo prazo.

O Itaú BBA manteve recomendação outperform, com preço-alvo de R$ 43,00, e o BB Investimentos manteve visão neutra, projetando R$ 45,00 para 2026.

Entre os fatores que preocupam analistas estão a queda de 16% no preço do petróleo Brent nos últimos 12 meses, o aumento da oferta pela Opep+ e a perspectiva de superávit no segundo semestre, o que pode pressionar as cotações da commodity e, consequentemente, o desempenho da estatal.

Por outro lado, a Petrobras segue registrando redução no custo de extração, especialmente no pré-sal, que caiu 13,9% no trimestre, segundo o BB Investimentos. Essa eficiência operacional, aliada a volumes elevados, pode ajudar a sustentar a lucratividade no longo prazo.

Vale ressaltar que esta matéria não representa uma indicação de compra ou venda das ações da Petrobras (PETR4). Todas as decisões de investimentos devem ser tomadas com base nos objetivos e perfil de risco de cada investidor.

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Giovanna Oliveira

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