Petrobras (PETR4) beira R$ 100 bilhões em dividendos; vale a pena comprar agora?

Em sua última assembleia, os acionistas da Petrobras (PETR4) aprovaram uma cifra de R$ 94,3 bilhões em dividendos para seus acionistas – incluindo proventos extraordinários e ordinários.

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Segundo analistas da XP, as ações da Petrobras passaram por uma forte alta no ano passado. Os especialistas atribuem esse avanço a uma combinação de reclassificação de risco e revisão de lucros, com uma produção surpreendendo positivamente, e crack spreads (diferença de preço entre o barril de petróleo bruto e seus subprodutos) também acima do esperado.

“Por um lado, com esse desempenho, o valuation da empresa agora está mais próximo ao das majors europeias e chinesas, além dos riscos, sendo fusões e aquisições um dos principais destaques, na nossa visão. Por outro lado, a empresa ainda possui um valuation descontado, e isso se soma ao fato de que ela deve apresentar um crescimento de produção relevante (cerca de 30%) nos próximos cinco anos”, diz a casa.

Nesse sentido, a casa mantém recomendação de compra para PETR4 com preço-alvo de R$ 45,10, ao passo que os papéis negociam pouco abaixo dos R$ 42.

Além disso, a expectativa da XP é de que os dividendos da Petrobras representem um yield de 14% no ano que vem.

Vale destacar que os proventos, a serem distribuídos em maio e junho, serão pagos em duas parcelas que totalizam R$ 2,89 por ação ordinária e preferencial.

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BB-BI também segue otimista com Petrobras

Endossando teses semelhantes à da XP, especialistas do BB-BI também se mantêm otimistas com a petroleira estatal.

O preço-alvo da casa, contudo, é um pouco mais elevado, de R$ 47 por ação.

“Os fortes resultados da indústria de petróleo e gás em 2022, impulsionados por guerras e conflitos geopolíticos, foram seguidos por uma queda anual nos lucros em 2023, com praticamente todas as grandes companhias do setor apresentando um decréscimo no lucro líquido entre 30% e 40% em relação a 2022, principalmente devido à queda nos preços de petróleo”, diz a casa.

“Ao longo dos últimos anos, a entrada em operação de várias novas plataformas, aliada às reduções nos custos de extração, vem resultando em forte geração de caixa operacional. Assim, vimos em 2023 um Ebitda (Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) consolidado em R$ 262,2 bilhões, redução de 23% ante 2022, devido à queda de 18,4% no preço do Brent e à redução de 3,3% no dólar médio de venda”, completa.

O analista Daniel Cobuccci destaca ainda que esse montante ficou 1,5% acima da estimativa do BB-BI e 2,4% abaixo do consenso de mercado, enquanto o lucro líquido anual fechou em R$ 124,8 bilhões, representando queda de 34% na base anual e 2,4% menor do que o consenso de mercado.

Sobre os dividendos, o especialista do BB-BI comenta que nos modelos da casa é considerada uma distribuição de 36,9% do lucro líquido 2024E, estimado em R$ 114,9 bilhões, ponderando a fórmula atual de distribuição de 45% do fluxo de caixa livre (FCL).

Ou seja, isso deve resultar em uma distribuição de R$ 3,09 por ação para 2024 (yield de 7,4%) e R$ 3,97 por ação para 2025 (yield de 6,7%).

“Essa é uma projeção conservadora, ou seja, o que entendemos como payout mínimo dadas as regras vigentes, e que tem chances de ser elevada pela distribuição de dividendos extraordinários”, pontua o BB-BI.

“Os dividendos extraordinários devem seguir, junto com as recompras de ações, como ferramenta de remuneração complementar aos acionistas em momentos de petróleo mais elevado, graças aos esforços da companhia na redução de seu lifting cost e aumento de volumes, o que vem contribuindo para uma diluição dos custos fixos. Podem chegar a um valor adicional que deve variar entre 50% a 80% em relação a esse cenário base”, completa, sobre a Petrobras.

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Eduardo Vargas

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