Foram 517 mil trabalhos criados em janeiro nos Estados Unidos, excetuando o setor agrícola. Os dados foram divulgados pelo relatório de emprego, ou Payroll, na manhã desta sexta-feira (3), pelo Departamento do Trabalho do país.
O número do Payroll ficou bem acima das expectativas do mercado. O consenso Refinitiv mirava uma criação de somente 185 mil vagas de emprego no mês em questão.
Apesar disso, as bolsas dos Estados Unidos caem, com influência dos balanços trimestrais que estão sendo divulgados, além do fato de que os números mostram um mercado de trabalho extremamente aquecido em meio ao ciclo altista de juros por parte do Federal Reserve (Fed).
O S&P 500 cai 1,3% ante uma retração de 0,64% do Dow Jones. A Nasdaq, por sua vez, recua 2% em meio à uma deterioração dos resultados das big techs.
Ainda nesta semana o Fed aumentou em 0,25 ponto percentual a taxa de juros dos EUA, para um intervalo 4,50% a 4,75% – por lá, os juro são uma banda e não um número ‘cravado’.
Analistas esperam que esse número do Payroll influencie as próximas decisões da autoridade monetária, atualmente chefiada por Jerome Powell.
“Um mercado de trabalho altamente aquecido pode pressionar o Fed e fazer com que seja revisto seu plano de política monetária para ajustes de rota, inclusive voltando a considerar subir os juros além do previsto. É algo que pode preocupar e refletir negativamente no mercado, no curto prazo, causando volatilidade e incerteza”, comenta Carlos Vaz, CEO da Conti Capital
“Agora, fazendo uma leitura não isolada do índice, ainda sinto confiança em dizer que os dias mais difíceis estão ficando para trás, apesar de ainda ser momento para cautela. Para mim, a economia dos EUA vem surpreendendo positivamente, de forma geral, e oferecendo ao mercado financeiro e à sua população um recado de que amadureceu bastante, especialmente depois da Grande Recessão, em 2008”, completa.
Além do Payroll, veja como ficou a taxa de desemprego
Ainda segundo os dados do Departamento do Trabalho dos EUA, a taxa de desemprego dos EUA recuou para 3,4% em janeiro, ante 3,5% em dezembro.
O consenso do mercado estimava uma manutenção da taxa em 3,5% no mês passado.
O órgão também revisou para cima os números de criação de postos de trabalho de dezembro, de 223 mil para 260 mil, e também de novembro, de 256 mil para 290 mil.
O salário médio por hora subiu 0,3% em relação a dezembro, com um incremento de US$ 0,10, a US$ 33,03.
Na comparação anual, houve ganho salarial de 4,43% no último mês, acima da projeção de 4,30%.
Conforme reportado pelo Departamento do Trabalho nos dados do Payroll e do desemprego, houve crescimento generalizado, liderado pelos ganhos em lazer e hotelaria, atividades profissionais, serviços empresariais e cuidados de saúde.
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