Nvidia (NVDC34) ultrapassa Amazon (AMZO34) e holding do Google (GOGL34) e se torna a quarta empresa mais valiosa do mundo; entenda

Um dia após superar a capitalização de mercado da Amazon, a gigante dos chips Nvidia (NVDC34) superou a Alphabet (GOGL34), controladora do Google, e se consolidou como a quarta empresa mais valiosa do mundo e a terceira dos Estados Unidos.

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No fechamento desta quarta-feira (14), as ações da Nvidia registraram uma alta de 2,5%, alcançando valor de mercado de aproximadamente US$ 1,83 trilhão.

Em seu novo posto no mercado estadunidense, a Nvidia fica atrás apenas da Microsoft, que tem valor de mercado estimado a US$ 3,043 trilhões, e a Apple, com capitalização de US$ 2,843 trilhões. A Saudi Aramco, da Arábia Saudita, avaliada em cerca de US$ 2 trilhões, é a próxima da lista, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.

A última vez que a Nvidia ultrapassou a Amazon foi em 2002, quando ambas valiam menos de US$ 6 bilhões (R$ 30 bilhões) cada.

A trajetória ascendente dos papéis da Nvidia em 2024 é notável, com um aumento de aproximadamente 49% no ano, adicionando cerca de US$ 602 bilhões em valor. Esse desempenho é impulsionado pela forte demanda por seus produtos, especialmente os chips utilizados em data centers para executar tarefas complexas de inteligência artificial (IA), segundo analistas de Wall Street.

Por que a Nvidia chama atenção no mercado financeiro?

A Nvidia controla cerca de 80% do mercado de chips de IA de ponta, assim, tende a ser beneficiada diante da ascensão da tecnologia.

Além disso, estrategistas financeiros novaiorquinos observam sinais de uma demanda contínua e robusta pelos chips de IA H100 da Nvidia. As vendas são impulsionadas pelos investimentos em IA de grandes clientes, incluindo Microsoft e Meta.

O processador H100, com seus 80 bilhões de transistores, supera em cerca de cinco vezes a capacidade dos iPhones de última geração. Cada unidade custa, em média, US$ 30 mil, representando um desafio financeiro para empresas interessadas em ingressar no mercado de inteligência artificial.

Além do design de chips, a Nvidia se destaca no desenvolvimento de plataformas de computação que otimizam o desempenho das unidades de processamento gráfico (GPUs). Sua equipe global de engenheiros e pesquisadores inclui profissionais brasileiros, segundo informações da companhia.

O otimismo em relação à Nvidia é refletido nas projeções de preço, com pelo menos cinco corretoras aumentando as metas neste mês. Em média, os analistas elevaram as estimativas de receita para 2024 em mais de 100% nos últimos 12 meses, conforme dados da Bloomberg.

Enquanto a febre da IA impulsiona as ações de empresas de tecnologia, a Nvidia se destaca como uma das poucas a demonstrar um crescimento significativo de receita proveniente da IA. Após a Nvidia, a Meta foi a grande empresa de tecnologia que mais cresceu nos últimos 12 meses, registrando uma valorização de 165%. Em janeiro, a Microsoft, impulsionada por produtos relacionados à IA ao longo do último ano, superou a Apple em valor de mercado pela primeira vez desde 2021.

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EUA tenta restringir acesso de chips da Nvidia ao mercado chinês

Em janeiro deste ano, o CEO da Nvidia, Jensen Huang, realizou sua primeira visita à China desde o início da pandemia, percorrendo Pequim, Xangai e Shenzhen, cidades onde a Nvidia possui subsidiárias. A companhia está no centro dos esforços americanos para restringir o acesso chinês a chips avançados, buscando contornar as limitações de exportação à China impostas pelo Departamento de Comércio dos EUA desde 2022, segundo a Reuters.

Esse conjunto de medidas visa impedir que Pequim adquira tecnologias avançadas norte-americanas e fortaleça suas capacidades militares. O problema é que, conforme a Bloomberg, cerca de um quinto da receita da Nvidia é proveniente da China, e Jensen Huang, fundador da empresa em 1993 e detentor de cerca de 3,5% das ações, destaca a importância desse mercado. 

Ele alerta que, se privados do mercado chinês, a empresa não possui uma contingência adequada, e a China pode desenvolver seus próprios chips, caso não possa comprá-los. A Reuters disse, em janeiro deste ano, que a ida de Huang à China serviu como um acordo de planejamento “para dar início à produção em larga escala de um de seus chips de inteligência artificial (IA) destinado ao mercado chinês, denominado H20, a partir do segundo semestre de 2024”. 

O lançamento, que compreende três processadores distintos, está alinhado com a estratégia da empresa para aderir às regulamentações de exportação dos Estados Unidos. 

Nvidia: otimismo no relatório 4T23 

A Nvidia deve divulgar os resultados do 4º trimestre de 2023 na quarta-feira (21). “Estamos esperando outro relatório forte, mas a expectativa está alta”, disse o analista do Susquehanna Investment Group, Christopher Rolland, em nota ao Bloomberg divulgada nesta quarta-feira (14).

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Murilo Melo

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