Lucro da Nvidia (NVDC34) salta 628% no balanço do 1T24, com recorde de US$ 14,88 bi; empresa anuncia dividendos

A Nvidia (NVDC34) anunciou um lucro líquido de US$ 14,88 bilhões no primeiro trimestre deste ano (1T24), um aumento de 628%, ou sete vezes mais, em relação aos US$ 2,04 bilhões registrados no mesmo período do ano passado (1T23). O crescimento recorde, diz a empresa, foi impulsionado pela alta demanda de vendas de chips de inteligência artificial.

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O balanço da Nvidia no 1T24 informa que a companhia cresceu 262%, equivalente a US$ 26 bilhões, e superando as expectativas dos investidores de US$ 24,7 bilhões.

No segmento automotivo e de robótica, a Nvidia reportou receitas de US$ 329 milhões, um crescimento de 11% em comparação ao 1T23. As receitas de soluções de visualização de design profissional somaram US$ 427 milhões, registrando um aumento de 45% no mesmo período.

As despesas operacionais da Nvidia no 1T24 subiram 39%, totalizando US$ 3,5 bilhões, enquanto o lucro operacional alcançou US$ 18,06 bilhões, um aumento anual de 492%.

Esse desempenho fez as ações da Nvidia subirem nas negociações pós-mercado desta quarta-feira (22), que fecharam 2% acima do dia anterior. Por volta das 18h50 de hoje, as ações da Nvidia subiram 6,3%, chegando a US$ 1.009,50 no pregão em Nova York.

No decorrer do 1T24, o lucro por ação da Nvidia foi de US$ 6,12, acima das estimativas de US$ 5,59, e a margem bruta atingiu 78,4%, superando a previsão de 77%. Em comparação, a AMD (A1MD34), uma de suas concorrentes, registrou uma margem ajustada de 52% no seu primeiro trimestre fiscal.

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Receita da Nvidia com data centers cresce 427%; empresa anuncia novos chips de IA

Google (GOGL34), Microsoft (MSFT34), Meta (M1TA34) e Amazon (AMZO34) indicaram que seus gastos com infraestrutura de Inteligência Artificial (IA) continuarão elevados este ano. A receita da Nvidia com data centers, relacionada aos seus chips de IA, cresceu 427% no trimestre, atingindo US$ 22,6 bilhões.

Em março, a empresa anunciou os novos chips Blackwell, prometendo desempenho duas vezes maior que a geração atual e cinco vezes mais rápido na “inferência” de modelos de IA. Esses novos chips estão programados para serem lançados ainda este ano.

Apesar do ritmo acelerado de lançamentos, alguns analistas questionaram se a transição para a nova linha de produtos poderia criar um “vácuo temporário” na demanda. A Amazon, por exemplo, alterou seus planos de encomendar chips da última geração para optar pela nova linha Blackwell.

Outra preocupação dos especialistas é que inteligência artificial generativa ainda gera o que eles chamam de “receita desprezível” comparado com o investimento de centenas de bilhões de dólares sendo feito.

“Acreditamos que enquanto os modelos continuarem a ficar substancialmente melhores, essa preocupação será deixada de lado pelo mercado e pelas grandes empresas de tecnologia, pois, mesmo se a família atual não está gerando tanta receita assim, as novas famílias podem gerar substancialmente mais receita ao serem capazes de lidar com muitos mais casos de uso”, analisa o sócio da Arbor Capital, Matheus Popst.

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Terceira empresa mais valiosa dos EUA projeta receita de US$ 28 bilhões no 2T24

Desde o início do ano passado, a capitalização de mercado da Nvidia aumentou mais de seis vezes, alcançando US$ 2,3 trilhões e ultrapassando a Alphabet, dona do Google, e a Amazon, tornando-se a terceira empresa de capital aberto mais valiosa dos Estados Unidos.

Esse aumento se deve principalmente à alta demanda por suas unidades de processamento gráfico (GPUs), especialmente em data centers, impulsionada pela corrida das grandes empresas de tecnologia para desenvolver infraestrutura de inteligência artificial.

Para o trimestre atual (2T24), a Nvidia quer uma receita de aproximadamente US$ 28 bilhões, com uma margem de erro de 2%, novamente superando as expectativas de US$ 26,8 bilhões. A companhia projeta também uma margem bruta ajustada de 75,5%, com uma margem de tolerância de mais ou menos 50 pontos base.

Analistas preveem uma margem bruta média de 75,8%. No primeiro trimestre, a Nvidia reportou uma margem bruta ajustada de 78,9%, superando as estimativas de 77%. Em comparação, a AMD, uma de suas concorrentes, registrou uma margem ajustada de 52% no seu primeiro trimestre fiscal.

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Nvidia anuncia desdobramento de ações, enquanto rivais tentam atrair clientela

A Nvidia anunciou um desdobramento de ações de 10 para 1 a partir de 7 de junho e um aumento de 150% no dividendo trimestral em dinheiro, de US$ 0,04 por ação para US$ 0,10 por ação ordinária. O dividendo elevado, equivalente a US$ 0,01 por ação pós-desdobramento, será pago na sexta-feira, 28 de junho de 2024, a todos os acionistas registrados até terça-feira, 11 de junho de 2024.

Isso porque rivais como AMD e Intel (ITLC34) estão lançando chips voltados à IA para competir com a Nvidia e colaborando com clientes para oferecer alternativas à sua plataforma de software, Cuda. Contudo, ambas apresentaram resultados fracos no primeiro trimestre e previsões modestas, sugerindo que ainda não estão colhendo os benefícios da demanda crescente.

A Microsoft, por exemplo, já anunciou que usará os novos chips aceleradores MI300X da AMD e seu software ROCm para executar tarefas de IA em sua plataforma de nuvem Azure.

Mas, para o sócio da Arbor Capital, Matheus Popst, comparada com a desenvoltura da AMD, a Nvidia mostra que é líder indisputável em inteligência artificial no data center. “Enquanto a AMD espera fazer $3.5B de receita de IA neste ano, a Nvidia está numa receita anualizada de $112B e crescendo. Quando a Nvidia começar a vender a sua nova geração de chips no fim do ano, as GPUs Blackwell, ela vai ter espaço para continuar a crescer receita”, diz.

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Murilo Melo

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