Nubank (NUBR33) afunda 16% e chega ao menor valor desde o IPO; entenda o que aconteceu

O Nubank (NUBR33) teve novo dia de forte queda no valor de suas ações e já caiu 50% em relação ao preço que alcançou na abertura de capital (IPO, em inglês). Em dezembro, o papel estreou na Bolsa de Nova York (Nyse) a US$ 9, com a fintech avaliada em US$ 41 bilhões. Na mínima desta segunda-feira, 9, foi negociada a US$ 4,35, com o banco valendo US$ 20,5 bilhões. Ao final do pregão os papéis do banco digital caíram 16,25%, a US$ 4,38, menor valor desde o IPO. As BDRs, as ações negociadas na B3 (B3SA3), seguiram o mesmo caminho e derreteram 14,41%, cotadas a R$ 3,80.

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O Nubank surpreendeu ao entrar na Nyse valendo mais que o Itaú (ITUB4), em uma badalada oferta inicial de ações. Hoje, porém, a fintech brasileira vale a metade do maior banco privado brasileiro. O Itaú não teve muita alteração em seu valor de mercado desde dezembro e vale US$ 40,6 bilhões hoje. Com a queda, o Nubank não só perdeu o posto de banco mais valioso da América Latina como, no Brasil, passou a valer menos que o Santander (SANB11). O banco espanhol tem valor hoje no mercado brasileiro de US$ 24 bilhões.

Nesta segunda-feira, além do novo dia de mau humor generalizado no mercado internacional, com a Nasdaq caindo mais de 2% em meio a preocupações com a inflação elevada e temor de mais altas de juros nos Estados Unidos, um fator local ainda pesou para o papel do Nubank cair mais que seus pares.

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Nubank: cartão de crédito

O presidente do Itaú Unibanco, Milton Maluhy, mostrou cautela na teleconferência de resultados do banco com as operações de cartões, sobretudo no meio digital, principal produto do Nubank. “Estamos reduzindo em 40% a aquisição (de clientes) em cartões, por entender que é um produto mais volátil.”

Maluhy afirmou que o Itaú tem privilegiado a venda de cartões a clientes que já estão no banco, por já conhecer o perfil de crédito. Cartão é um produto de relacionamento, que ajuda a fidelizá-los à instituição. Mesmo assim, tem tido cautela diante da alta dos juros, da inflação e da perda de renda da população.

O Itaú é líder de mercado em cartões de crédito no Brasil. Por meio da Itaucard, da Credicard e do Iti, seu banco digital, detém cerca de um terço do mercado, de acordo com estimativas. Atrás dele vêm Bradesco, Banco do Brasil, Santander e por fim, o Nubank.

Inadimplência

No caso da fintech, analistas de bancos como Goldman Sachs e Bank of America esperam alta da inadimplência e das provisões para calotes no primeiro trimestre, por causa do crescimento das operações de crédito do banco, em cartões e empréstimos pessoais, em momento de juros em alta.

Os cartões de crédito exigem provisionamento maior, porque são uma concessão de crédito sem garantia, ou seja: os bancos não conseguem recuperar ativos cedidos pelos clientes caso tomem um calote.

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O Bradesco (BBCD4) também mostrou cautela com seus bancos digitais ao anunciar os resultados do primeiro trimestre. “Vamos privilegiar menos o crescimento acelerado e mais a fidelização, a retenção e a rentabilização desses clientes”, disse o presidente do Bradesco, Octavio de Lazari Junior, ao falar dos três bancos digitais da casa.

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Somados, Next e Digio e a carteira digital Bitz já têm 21 milhões de clientes. O Nubank tem 54 milhões de clientes, e o Banco Inter (BIDI4) tem cerca de 19 milhões. “Vamos fazer um tradeoff (troca) com o crescimento, até porque a gente sabe o que está acontecendo com as empresas de crescimento”, disse Lazari, na teleconferência.

Com informações do Estadão Conteúdo

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Redação Suno Notícias

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