Natura (NTCO3) anuncia deslistagem de ADRs em Nova York

O conselho de administração da Natura (NTCO3) aprovou a deslistagem de suas American Depositary Shares (ADSs), representadas por American Depositary Receipts (ADRs) na bolsa de Nova York (Nyse), de forma voluntária, por considerar que a listagem não é mais atrativa para os negócios de longo prazo da companhia, de acordo com comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

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Listada na Nyse desde janeiro de 2020, após a compra da rival Avon, a companhia explicou que não faz sentido ter os papéis negociados no exterior, uma vez que prioriza as ações ordinárias da Natura, listadas na B3, a bolsa brasileira.

Na B3, inclusive, a empresa disse que manterá a listagem de suas ações ordinárias no segmento do Novo Mercado, sujeita aos requisitos de divulgação aplicáveis, nos termos das leis e regulamentação brasileira.

“A deslistagem da NYSE está em linha com a estratégia de longo prazo da companhia de simplificar suas operações”, diz a Natura, em fato relevante divulgado nesta quinta-feira, 18.

Apesar dessa iniciativa, a empresa de cosméticos brasileira, uma das maiores do mundo, informou que continuará, por enquanto, registrada sob o Exchange Act da Nyse, e que continuará a cumprir suas obrigações de divulgação nos termos do Exchange após sua deslistagem. “A Natura &Co reserva-se o direito, por qualquer motivo, de postergar esses arquivamentos ou retirá-los antes de sua eficácia e de modificar seus planos a esse respeito”.  

Segundo a Natura, a deslistagem da bolsa de Nova York deverá ser efetivada 10 dias após a apresentação do Form 25, documento necessário para sinalizar sua intenção de retirar as ADRs de circulação, perante a Securities and Exchange Commission dos Estados Unidos (SEC). Com isso, a expectativa é que a Nyse suspenda a negociação dos ADRs até 9 de fevereiro.

Natura (NTCO3) conclui venda da The Body Shop para grupo de investimentos alemão

Natura (NTCO3) informou que a venda da marca de produtos de beleza The Body Shop ao grupo internacional de investimentos Aurelius foi concluída em 30 de dezembro. Em comunicado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a empresa destacou que a transação contribuirá para otimizar suas operações e simplificar seus negócios.

Além disso, a venda da The Body Shop posiciona a companhia para focar em prioridades estratégicas, especialmente a integração da Natura e Avon na América Latina, o modelo de venda direta e a otimização adicional da presença internacional da Avon.

Quando foi anunciado, em novembro, o negócio foi avaliado em £ 207 milhões (R$ 1,25 bilhão), valor que será pago em até cinco anos. A Aurelius, com sede na Alemanha, é dona da rede de farmácias Lloyds, no Reino Unido.

rede The Body Shop foi comprada pela Natura em 2017, em um acordo de € 1 bilhão (algo como R$ 3,6 bilhões na época). A empresa já era dona, na época, da rede australiana Aesop, comprada em 2012 por cerca de US$ 70 milhões (R$ 341 milhões).

Os planos eram montar uma grande operação internacional. A experiência, porém, não foi positiva. Neste ano, a Natura se desfez da Aesop, vendida para a L’Óreal por US$ 2,5 bilhões (R$ 12 bilhões) e da rede The Body Shop.

Processo de reestruturação das operações

Em teleconferência, em novembro, os executivos da Natura&Co deram detalhes sobre o processo de reestruturação das operações da companhia. “Continuamos na jornada de simplificação”, disse o CEO, Fábio Barbosa, durante a apresentação dos resultados do terceiro trimestre.

“A venda da The Body Shop está de acordo com nossas estratégias. Esse é um passo importante da dinamização do nosso negócio”, acrescentou.

Segundo ele, a venda da Aesop acabou sendo decisiva para a Natura apresentar um lucro líquido consolidado de R$ 7,024 bilhões no terceiro trimestre, revertendo um cenário de prejuízo líquido do mesmo período de 2022. “A venda da Aesop nos ajuda a retornar para a posição de caixa líquido”, comentou o CEO da Natura.

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