Natura (NTCO3) vai “enxugar” holding após prejuízo no 2º trimestre

A Natura (NTCO3) deve enxugar a sua holding – Natura&Co – e priorizar a geração de caixa e margens maiores nos próximos trimestres.

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A decisão se dá após a Natura registrar prejuízo líquido aos controladores de R$ 766,7 milhões no segundo trimestre de 2022, conforme balanço financeiro divulgado na semana passada.

“Não estamos falando em nenhuma decisão em relação às empresas. Estávamos vendo que a holding estava ficando pesada. É ela quem vai ficar mais enxuta”, disse Fábio Barbosa, atual presidente da companhia.

As decisões, comenta o executivo, vem no sentido de desburocratizar a companhia, que mantinha muitas pessoas em ‘cargos redundantes’.

“Houve redundância de pessoas que estão sendo desmobilizadas. O objetivo maior era desburocratizar [a administração] para as pessoas tomarem as melhores decisões”.

A projeção do presidente da Natura é que, caso esses cortes tivesse sido feitos ainda em 2021, a companhia teria uma redução na casa de 40% em relação às suas despesas.

No seu último resultado, o Ebitda menor – de R$ 694,9 milhões – e as maiores despesas financeiras são apontados como causa do prejuízo líquido de R$766,7 milhões no trimestre.

No acumulado dos primeiros seis meses deste ano, a empresa soma R$ 1,4 bilhão de prejuízo. A expectativa da companhia é de que isso se reflita já no balanço financeiro do terceiro trimestre.

“Esses ajustes não vão aparecer todos no terceiro trimestre. Alguns custos relacionados a essas redundâncias identificadas aparecerão no quarto trimestre”, disse o presidente da Natura.

Além disso, o diretor financeiro da companhia, Guilherme Castellan, disse que a mesma deve avaliar suas presenças ao redor do globo.

“A ideia é minimizar ao máximo possível a presença em países em que continuamos operando com perdas e, especialmente, com caixas negativos”.

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Veja mais números do resultado da Natura

Além do prejuízo líquido de R$ 766,7 milhões no segundo trimestre, a empresa teve receita líquida consolidada no trimestre, totalizando R$ 8,7 bilhões, com queda de 8,6% em reais e alta de 0,4% em moeda constante.

América Latina, aponta o resultado da Natura, registrou um aumento de vendas de 5,6% em moeda constante, enquanto a Avon International apresentou queda de 11,4% no mesmo critério.

O Ebitda ajustado da companhia teve margem de 8%, com queda de 0,5 ponto porcentual em relação à de um ano antes.

“Os bonds de 2023 da Avon foram totalmente resgatados com o bond de 2029, de US$600 milhões, emitido em abril, e a Natura emitiu R$826,0 milhões em debêntures com vencimento em 2027, substituindo parcialmente as emissões de 2022/2024 e estendendo o prazo médio de vencimento da dívida”.

Queda de NTCO3

Após a divulgação do balanço, as ações NTCO3 caíram 10,8%, acumulado baixa de 20% nos últimos cinco dias.

Desde o início do ano, as ações da Natura caem 43%, ampliando a baixa de 12 meses para 72%.

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Eduardo Vargas

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