Após prejuízo bilionário do 3T, vale a pena investir em Natura (NTCO3)? Ações despencam 14%
A Natura (NATU3) reportou, na noite de ontem (10), o balanço de resultados do terceiro trimestre de 2025. No período, a fabricante de cosméticos registrou prejuízo líquido consolidado de R$ 1,93 bilhão, redução de 71,2% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, quando as perdas somaram R$ 6,69 bilhões.
De acordo com a varejista, o resultado foi afetado por pressões sobre a receita e a rentabilidade, além de despesas financeiras líquidas mais elevadas.
Após a divulgação dos resultados, as ações da Natura estão despencando na sessão de hoje. Por volta das 12h20, os papéis derretem 14,67%, a R$ 7,85.
Menor rentabilidade e queda na receita pressionam resultados
Entre julho e setembro, o Ebitda recorrente da Natura atingiu R$ 577 milhões, queda de 33,7% em relação ao mesmo período de 2024, com margem de 11,1%, recuo de 3,5 pontos percentuais. A receita líquida somou R$ 5,2 bilhões, retração de 13,1% em reais e de 3,8% em moeda constante.
A margem bruta ficou em 67,2%, leve queda de 10 pontos-base. Já a dívida líquida encerrou o trimestre em R$ 4 bilhões, equivalente a 2,53 vezes o Ebitda.
Itaú BBA mantém recomendação para Natura (NATU3)
Em relatório divulgado nesta manhã, o Itaú BBA destacou que os resultados foram negativos e ficaram abaixo das expectativas da casa, que já eram baixas. No entanto, a instituição manteve a recomendação outperform (desempenho acima da média, equivalente à compra) para as ações NATU3, com preço-alvo de R$ 13,00 ao fim de 2026.
“Os resultados do terceiro trimestre reforçam um ambiente operacional mais desafiador do que o esperado e, no curto prazo, as dificuldades devem continuar pesando sobre os resultados e o sentimento dos investidores”, destacou o BBA.
O banco ressaltou, porém, que o fechamento da venda da Avon International à Regent, previsto para o primeiro trimestre de 2026, deve reduzir riscos estruturais e melhorar o perfil financeiro da empresa.
Ainda assim, o Itaú BBA apontou que a geração de caixa continua sendo “um ponto de preocupação”, e que a recuperação das ações da Natura (NATU3) dependerá de “uma melhora clara no fluxo de caixa livre e na execução estratégica ao longo dos próximos trimestres”.