Grana na conta

Nasdaq define regras de diversidade para empresas listadas no índice

A segunda maior bolsa de valores dos EUA, o Nasdaq terá metas obrigatórias de gênero e diversidade para suas empresas listadas.

Na última sexta-feira (6), o índice Nasdaq da bolsa de valores dos EUA recebeu aval do SEC (Comissão de Valores Mobiliários americana) para definir propostas de diversidade obrigatórias às companhias listadas na carteira teórica.

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As empresas na Nasdaq, que incluem gigantes da tecnologia como Apple (AAPL34) e Tesla (TSLA34), terão de ter pelo menos uma mulher no Conselho ou alguém que se identifique como membro de uma minoria sub-representada, como a LGBTQIA+. Caso não tenha, terão que explicar por que não o fazem.

A aprovação da SEC para o plano está entre as ações mais substanciais da agência para estimular a diversidade e inclusão nas companhias. Isso acontece porque as exigências ambientais, sociais e de governança (também conhecidas como ESG) são prioridades do governo Biden.

De acordo com um estudo da Nasdaq de dezembro de 2020, mais de 75% de suas empresas listadas não atingiam as metas propostas pelo índice naquele momento.

A partir de agora, deixa de ser opcional e passar a ter efeito vinculativo: as empresas deverão divulgar estatísticas de diversidade sobre seus conselhos e responder quando não atingirem a meta.

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Com a medida, a bolsa americana exigirá que as empresas cumpram suas regras de diversidade no prazo de quatro anos a partir do endosso da SEC. Exceções se aplicam às companhias pequenas ou estrangeiras, mas elas ainda terão que mostrar alguma diversidade.

Uma medida semelhante existe na Califórnia, onde empresas sediadas no estado devem atender aos mesmos requisitos de diversidade da Nasdaq ou enfrentam multas a partir de US$ 100.000.

Reação ao plano de diversidade da Nasdaq

Com sede na cidade de Nova York, o índice Nasdaq acompanha 3.300 ações e está em segundo lugar na lista das bolsas de valores dos EUA por capitalização de mercado, atrás somente da Bolsa de Valores de Nova York (NYSE).

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Em comunicado, um porta-voz da Nasdaq se posicionou sobre a aprovação: “Estamos satisfeitos que a SEC tenha aprovado a proposta da Nasdaq para melhorar a divulgação da diversidade do conselho e encorajar a criação de empresas mais inclusas por meio de uma solução liderada pelo mercado.”

Para o presidente da SEC, Gary Gensler, essas regras permitirão que os investidores obtenham melhor compreensão de como estão as empresas listadas na Nasdaq em relação à diversidade.

Em entrevista à BBC americana, Gensler observou: “São regras que refletem os apelos dos investidores por maior transparência sobre as pessoas que lideram as empresas públicas. Uma ampla seção transversal de comentários apoiou o plano de divulgação de diversidade do conselho proposta pelo índice”.

O plano do índice de tecnologia dos EUA também recebeu elogios de democratas e algumas empresas, a exemplo do banco Goldman Sachs (GSGI34).

Republicanos, como o senador Pat Toomey, criticaran a iniciativa do Nasdaq e disseram que abriria espaço para criar uma “cota única para todos”.

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Monique Lima

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