Multilaser (MLAS3) precifica ações e chegará à B3 valendo R$ 9 bilhões

A Multilaser (MLAS3) precificou suas ações a R$ 11,10 e levantará R$ 1,9 bilhão em sua oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) na B3. A empresa chegará à Bolsa brasileira valendo R$ 9 bilhões.

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Depois de adiar a estreia na B3 na semana passada, por causa da volatilidade do mercado, a empresa conseguiu emplacar sua abertura de capital. A demanda entre investidores para a oferta da Multilaser foi bastante elevada, apesar das preocupações relativas à variante Delta da covid-19 na economia.

A companhia registrou demanda de “múltiplas vezes” o volume ofertado no IPO, segundo o jornal O Estado de S.Paulo.

A ação foi precificada um pouco acima do piso da faixa indicativa de preço, que ia de R$ 10,80 a R$ 13. Dentre os gestores institucionais, a companhia atraiu nomes como os fundos Velt, Moat, Trust e XP Asset.

Mesmo com a elevada demanda, a empresa decidiu não vender as ações adicionais, limitando-se à oferta-base.

Na B3, a empresa vista como o ativo mais comparável à Multilaser é a Intelbrás (INTB3), que abriu seu capital neste ano e é focada na produção de equipamentos de segurança, comunicação e energia. Desde a estreia, a ação praticamente dobrou de valor.

No caso da oferta da Multilaser, o objetivo é usar o dinheiro para financiar a expansão do negócio — o que pode incluir aquisições –, além de reduzir dívidas, conforme informações que constam no prospecto.

A empresa criada como uma recarregadora de cartuchos de impressora, no fim dos anos 1980, passará a ser negociada a partir de amanhã.

Diversificação de operações da Multilaser

A Multilaser tem um portfólio muito diversificado. Hoje são 5 mil produtos disponíveis, para todos os bolsos, de pen-drives a tablets.

Recentemente, fechou uma parceria com o grupo chinês Hisense para fabricar TVs da marca Toshiba. Em 2020, o faturamento da companhia foi de cerca de R$ 3 bilhões, com crescimento de aproximadamente 27% no ano.

A Suno Research, em relatório enviado a clientes, frisou que o modelo de negócio da Multilaser chama a atenção, já que consiste no desenvolvimento, fabricação, distribuição e venda de diversos produtos em diferentes áreas, como tablets, notebooks, smartphones e outros acessórios.

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“A Multilaser é uma das empresas mais diversificadas de bens de consumo no Brasil. Ela apresenta receitas crescentes, margens elevadas e rentabilidade ótima.”

Apesar disso, recomendou que os clientes ficassem de fora da oferta por enxergar um risco importante no fato de 75% do lucro líquido do último exercício ter tido origem no recebimento de incentivos fiscais.

Histórico de atuação

A empresa, de perfil familiar, foi fundada em 1987 por Israel Ostrowiecki. Em 1991, tornou-se a única empresa na América Latina a fazer recarga de cartucho de tinta de impressoras. Aos poucos, foi diversificando sua atuação.

A companhia é conduzida hoje pelo filho do fundador, Alexandre. Um dos sócios da empresa é Renato Feder, amigo de infância de Alexandre, que chegou à Multilaser em 2003. Na época, a empresa teve de se reinventar, pois chegou à conclusão de que não se sustentaria com o negócio de cartuchos.

Feder, que desde 2018 está afastado do dia a dia da companhia, chegou a ser cotado para assumir o Ministério da Educação no governo de Jair Bolsonaro e é o atual secretário de Educação do Paraná.

Segundo o sócio da Varese Retail, Alberto Serrentino, a Multilaser enfrenta diferentes concorrentes dependendo da categoria analisada.

“Eles possuem preços competitivos e têm produtos de entrada em diferentes segmentos. É difícil rotulá-los”, frisa. O especialista diz que a indústria brasileira de eletroeletrônicos já teve presença maior no mercado, mas perdeu competitividade ao longo do tempo.

Os coordenadores do IPO da Multilaser são Itaú BBA, XP, Bank of America, UBS-BB e Safra.

(Com informações do Estadão Conteúdo)

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Jader Lazarini

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