Mulheres no mercado financeiro: Veja 5 passos para começar a investir

Em fevereiro de 2022, o número de mulheres no mercado financeiro, ou seja, investindo na bolsa chegou a 1,2 milhão. Mas apesar do número expressivo, ele ainda é pequeno quando comparado com a predominância masculina no mercado financeiro. Isso porque das 5 milhões de contas de pessoas físicas abertas em corretoras no país, 3,8 milhões são de homens.

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Muitas mulheres têm medo de lidar com dinheiro, mas uma pesquisa do Reino Unido revela que bolsa é sim lugar de mulher. Um estudo da Warwick Business School apontou que as investidoras obtêm em média uma rentabilidade 1,8% maior que os homens. Além disso, outra pesquisa americana revelou que as mulheres no mercado financeiro são mais pacientes ao esperar um investimento render.

Segundo a pesquisa da FINRA (Autoridade Reguladora do Setor Financeiro dos EUA) as mulheres investem menos, em parte, porque não se consideram experientes em investimentos. O estudo revelou que 71% dos homens acham que têm um alto nível de conhecimento, contra apenas 54% das mulheres.

Para incentivar mais mulheres a iniciarem sua jornada rumo à liberdade financeira, o SUNO Notícias conversou com especialistas sobre os cinco primeiros passos para começar a investir.

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1º – Hoje é um ótimo dia para começar

O dia para criar uma conta na corretora e começar a movimentar o dinheiro é hoje! As especialistas indicam que começar o quanto antes já é um grande passo.

No início haverá dúvidas, inseguranças, medo e diversos sentimentos que podem fazer com que as mulheres desistam de dar o primeiro passo. Mas abrir a conta em uma corretora e conhecer o home broker é importante.

Para criar uma conta basta analisar as corretoras do mercado e qual te atende melhor. É válido lembrar que existem instituições que oferecem corretagem zero. Depois é só inserir os documentos e outros dados solicitados como RG, CPF e comprovante de residência.

A corretora fará um questionário complementar para elaborar o seu perfil de investidor — essa informação é fundamental para te ajudar a definir os melhores investimentos.

2º – Reserva de emergência

Agora que já possui uma conta, procure construir uma reserva de emergência em ativos que proporcione uma certa segurança, liquidez diária e baixa volatilidade.

O objetivo da reserva de emergência é ser um recurso que esteja disponível a qualquer momento em caso de necessidade inesperada. E isso pode ser no caso de uma demissão, urgência médica ou algum acontecimento deste tipo.

A reserva de emergência deveria corresponder a cerca de seis meses a um ano de despesas essenciais de uma pessoa.

Veja abaixo o exemplo da XP para calcular o quanto deve ser sua reserva de emergência.

O ativo que atende melhor as características para se construir uma reserva de emergência, na análise da XP, é o Tesouro Selic.

A head de produtos da Monte Bravo Investimentos, Maitê Kattar, acrescenta que parte da reserva deve ser alocada em ativos de prazos mais longos, e outros mais curtos.

“Antes de tudo, é importante que você tenha uma reserva e entenda qual parte da sua reserva você pode deixar investida para o longo prazo e qual parte você quer deixar em liquidez.”

3º –  Faça o primeiro aporte

Agora que entendeu como funciona a reserva de emergência, faça seu primeiro aporte comprando o título público para a reserva, mas também se arrisque em outros ativos, nem que seja uma ação de lote fracionado. A ideia é fazer um aporte pequeno só para se familiarizar com o home broker da corretora.

O home broker é o sistema que permite a negociação de ações e outros ativos financeiros via internet, de forma simples e rápida.

“Faça seu primeiro aporte, compre nem que seja uma única ação pelo lote fracionado (final F), com essa pequena operação você já irá se familiarizar com o funcionamento do mercado financeiro e como funciona o layout da sua corretora para realizar as operações de compra e venda”, disse a Heloise Sanchez, da equipe de análise da Terra Investimentos, e que estará no evento online da semana da investidora no canal do youtube da Terra Investimentos, no dia 10 de março.

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4º –  Busque ajuda

Com as noções básicas de como começar, procure ajuda de especialistas. Existem várias opções no mercado, como assessores de investimentos, consultores, e até mesmo conteúdos sobre mercado financeiro para você estudar por conta própria.

É necessário conhecer seu perfil para tomada de risco e ver os investimentos que sejam alinhados a com seu perfil. Se a ajuda for uma consultoria ou assessoria, antes de olhar o produto peça explicações para entender melhor por que foi recomendado aquele ativo.

“Quando te apresentarem os produtos que farão parte de sua carteira, tenha em mente perguntas como: qual o prazo, qual a liquidez, qual o possível retorno comparado com o CDI ou com o Ibovespa (em caso de Renda Variável), qual o risco de perda envolvido”, explica Kattar.

Sanchez acrescenta ainda que, se for possível, siga uma carteira recomendada da casa de análise ou corretora em que confia, pois as chances de perdas diminuem.

“Busque orientações com assessores de investimento, dentro do seu perfil de risco, e siga carteiras recomendadas, a chance de erro acaba diminuindo e você conta com a opinião de especialistas no assunto.”

Depois de orientações e familiaridade com a corretora é só aumentar os aportes em outros ativos.

“Invista sempre dentro de um número de empresas que seja possível controlar e acompanhar, para quem está começando. Acho interessante um número entre 3 e 5 empresas”, concluiu Sanchez.

5º – Mulheres são capazes

Muitas mulheres acreditam que não são capazes de lidar com investimentos, mas elas já lidam com o dinheiro no dia a dia, só ainda não se deram conta disso.

De acordo com uma pesquisa do banco UBS, feita em 2019, as mulheres têm facilidade em se envolver com responsabilidades financeiras de curto prazo. Por exemplo, a cada 10 mulheres, 8 estão altamente envolvidas na administração diária das despesas da casa e no pagamento das contas.

O estudo revela também que 58% das mulheres casadas, entre as 3,7 mil entrevistadas, delegam a responsabilidade aos seus cônjuges. Veja os motivos abaixo:

Foto: UBS
Foto: UBS

Sanchez ainda acrescenta que algumas mulheres buscam investir em nome do marido, tanto pela questão de maior quantia, como consequentemente, maior recebimento de dividendos quando houver, ou mesmo para simplificação de imposto de renda.

Porém, é importante que as mulheres saibam como operar e entendam como funciona e tenham em sua própria estratégia de investimentos, que certamente será bastante diferente do(a) companheiro (a).

“Por último, mas não menos importante: invista sozinha! Só assim vocês conseguirão atingir a liberdade financeira”, concluiu Heloise Sanchez sobre mulheres no mercado financeiro.

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Poliana Santos

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