MRV (MRVE3): BTG triplica preço-alvo após venda de ativos nos EUA; ações disparam 6%

O BTG Pactual recomendou nesta sexta (1º) a compra das ações da MRV (MRVE3) e triplicou o preço-alvo para R$ 23. Os papéis fecharam hoje o pregão negociados a R$ 8,28, com ganhos de 6,02%.

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A recomendação para as ações da MRV está associada ao anúncio feito pela companhia sobre sua subsidiária Resia (com operações nos EUA, era anteriormente conhecida como AHS). A empresa controlada vendeu duas propriedades na Flórida (Village at Tradition e Harbour Grove) por US$ 195 milhões, gerando, segundo o banco, “uma sólida margem bruta de 37%”.

O valor geral de vendacorresponde a um resultado líquido de US$ 121,7 milhões, ou seja, um lucro bruto de US$ 71,6 milhões.

Com esse valor, o cap rate foi de 4,2%, enquanto o Yield On Cost foi de 6,7%. Incluído no valor da venda, são R$ 123,4 milhões de custos do empreendimento. A margem bruta é de 37%.

Explica o relatório do BTG: “Sinalizamos que a Resia vendeu esses imóveis a um bom cap rate de saída, de 4,2%, enquanto a empresa os desenvolveu a um yield sobre o custo de 6,7% (em linha com o guidance da empresa). Excluindo a dívida relacionada aos projetos, o negócio gerará US$ 122 milhões em caixa líquido.”

A notícia positiva para a MRV, embora já esperada, reforça o bom desempenho da Resia. Essa venda deve gerar lucros, após impostos, de aproximadamente R$ 280 milhões, o que ajudará a companhia a reduzir a alavancagem (48% de dívida líquida/patrimônio).

“O cenário de curto prazo para desenvolvedores de baixa renda é desafiador (custos altos pressionando as margens), mas ajustes podem ajudar as empresas a recuperar a lucratividade. Mantemos nossa recomendação de compra da ação (0,7x P/VP)”, conclui o relatório.

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O Bradesco BBI também vê os papéis da MRV como outperform – o que equivale à compra. O BBI, no entanto, estabeleceu preço-alvo de R$ 17, classificando como positiva a venda dos dois projetos da subsidiária nos EUA.

A MRV também informou que seu conselho de administração aprovou um novo programa de recompra de ações de sua própria emissão. O limite desse programa de recompra é de 6.082.426 ações ordinárias, que corresponde a cerca de 2% do total de ações que estão circulação da companhia.

MRV: lucro no 1T22 teve queda de 47,8%, com alta nos custos de construção

lucro líquido da MRV no primeiro trimestre de 2022 caiu 47,8% em relação ao mesmo período de 2021, chegando a R$ 71 milhões. O grupo reúne as operações de MRV, Luggo, Urba e AHS, hoje Resia.

A MRV, que opera dentro do Casa Verde e Amarela (CVA), gerou lucro de R$ 27,087 milhões. Já a maior parte do lucro veio da subsidiária norte-americana AHS, que contribuiu com R$ 60,553 milhões. A Urba, de loteamentos, e a Luggo, de locação residencial, geraram prejuízos de R$ 14,2 milhões e R$ 2,2 milhões, respectivamente.

Parte da queda nolucro consolidado é explicada pelo aumentos nos custos de construção, que levaram a companhia a aumentar o orçamento previsto para seus projetos em andamento. Isso fez a margem bruta recuar 8 pontos porcentuais, passando de 27,8% para 19,8% na mesma base de comparação anual.

O grupo informou que “eventos como o conflito entre a Rússia e a Ucrânia, e a intensificação da inflação de energia e de commodities demonstraram que as projeções inflacionárias de 4,5% ao ano, consideradas nos orçamentos anteriores, seriam insuficientes. Com isso, a companhia atualizou as projeções de INCC em seus orçamentos para 7%, o que resultou na compressão da margem bruta no trimestre”.

O lucro também sofreu um efeito negativo de R$ 19 milhões no resultado financeiro com a venda das carteiras de recebíveis das operações de MRV e da Urba. O resultado financeiro apurou ainda um efeito positivo na operação de swap de recompra de ações da MRV e outro efeito negativo com a marcação à mercado dos swaps de dívidas, de IPCA para CDI.

Sem contar as oscilações no resultado financeiro, de caráter não operacional, o lucro líquido consolidado da MRV&Co teria sido de R$ 101 milhões.

Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) consolidado foi a R$ 199 milhões, queda de 5,8%. A margem Ebitda recuou 1,3 ponto porcentual, para 11,9%.

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Redação Suno Notícias

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