Por que você precisa prestar atenção na Movida (MOVI3) agora

Após uma valorização expressiva das ações ao longo de 2025, a Movida (MOVI3) volta a chamar a atenção do mercado em um momento em que juros elevados começam a dar sinais de inflexão. A combinação entre alta sensibilidade ao ciclo de cortes da Selic, disciplina na alavancagem e ajustes operacionais colocou a Movida entre os nomes mais expostos a uma melhora do cenário macroeconômico nos próximos anos, segundo análise do Itaú BBA.

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No relatório mais recente, os analistas destacam que a companhia figura entre as empresas de maior beta do setor de transporte e logística, o que amplia tanto o potencial de valorização quanto os riscos. “A Movida está entre as melhores opções da nossa cobertura para capturar o ciclo de afrouxamento monetário”, afirmam Daniel Gasparete, Gabriel Rezende e Pedro Tineo, analistas do banco.

Movida e o impacto direto da queda dos juros

Um dos principais pontos levantados pelo Itaú BBA é a elevada exposição da estrutura de capital da Movida ao comportamento da taxa Selic. Ao fim do terceiro trimestre de 2025, a companhia apresentava uma relação dívida líquida/Ebitda de 2,7 vezes, com cerca de 80% da dívida bruta atrelada à taxa básica de juros.

Segundo os analistas, cada redução de 1 ponto percentual na Selic pode adicionar aproximadamente R$ 100 milhões ao lucro da companhia. “Esse impacto representa cerca de um terço do lucro estimado para 2025 e mais de 20% da projeção para 2026”, aponta o relatório. O banco observa ainda que a empresa tem reforçado o compromisso de estabilizar a alavancagem, com guidance para encerrar o quarto trimestre de 2025 entre 2,6 e 2,8 vezes dívida líquida/Ebitda.

Estratégia operacional prioriza rentabilidade

No campo operacional, a leitura do Itaú BBA é de que a Movida deve seguir focada na recomposição do retorno sobre o capital investido, priorizando ajustes de tarifas em vez de expansão acelerada da frota. A estratégia vale tanto para o segmento de aluguel de veículos (RAC) quanto para gestão e terceirização de frotas (GTF).

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O banco projeta crescimento de tarifas em patamares de um dígito alto a dois dígitos baixos em 2026, impulsionado por um mix maior de contratos de curto prazo. Apesar da preocupação de parte do mercado com uma eventual intensificação da concorrência, os analistas avaliam que esse risco tende a se materializar apenas no segundo semestre de 2026. “Nesse momento, o próprio ciclo de queda dos juros e o ambiente macroeconômico devem pesar mais do que disputas pontuais de volume”, avalia o relatório.

Seminovos, projeções e retorno ao investidor

Outro ponto de atenção recorrente entre investidores é o desempenho da divisão de seminovos. O Itaú BBA observa que a Movida manteve margem Ebitda próxima de 1% nesse segmento, apoiada por dados favoráveis de preços e por uma renovação consistente da frota. Ainda assim, o banco adota uma postura conservadora, incorporando aumento de depreciação por veículo em suas estimativas para os próximos anos.

Com base nessas premissas, o Itaú BBA revisou para cima suas projeções de lucro da Movida para 2026 e elevou o preço-alvo da ação para R$ 15,50, o que representa um potencial de valorização relevante em relação às cotações recentes. Além disso, a companhia anunciou distribuição de juros sobre capital próprio e sinalizou uma futura operação de aumento de capital, medida que, na avaliação dos analistas, contribui para a otimização da estrutura tributária e financeira.

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Maíra Telles

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