Méliuz (CASH3) deve mostrar resultados pressionados no 3T22, dizem analistas

Nesta terça-feira (8), o Méliuz (CASH3) divulgará seus resultados do terceiro trimestre. Na perspectiva de analistas do BTG Pactual, a empresa de cashback deve seguir apresentando resultados pressionados no curto prazo, assim como era comentado em análises anteriores.

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Os analistas da casa informam que sua tese de investimentos no Méliuz tem como base o longo prazo.

O BTG Pactual espera que a companhia de cashback apresente um volume bruto transacionado (GMV, na sigla em inglês) estável em comparação ao mesmo trimestre do ano anterior.

A expectativa também é de que a empresa reporte uma taxa de serviço (take rate) crescente na base trimestral. Os analistas esperam que o aumento seja de 2,24 pontos percentuais.

Mesmo que esses fatores auxiliem no balanço do 3T22 do Méliuz em relação ao imediatamente anterior, o BTG espera um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) negativo e um prejuízo líquido.

Na comparação anual, a casa espera que o Ebitda seja 215,5% menor e que o prejuízo líquido fique 374,9% abaixo na comparação anual. De qualquer modo, os valores estimados ainda estariam, respectivamente, 43,7% e 50,2% acima do apurado no segundo trimestre.

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Vertical de shoppings e de serviços financeiros do Méliuz

Na vertical de shoppings Brasil, os analistas possuem estimativas de receita líquida de R$ 72,5 milhões. A cifra representa um aumento de 84,0% na base anual.

As perspectivas são impulsionadas por dois motivos: crescimento do take-rate na ordem de 2,2 pontos percentuais na comparação trimestral e um incremento, ainda que morno, da base de clientes (26,3 mil previstos contra 25,2 mil do segundo trimestre).

Contudo, o BTG Pactual prevê um trimestre com um GMV mais fraco, chegando a R$ 1,16 bilhão — o que representa uma queda de 6,7% na comparação trimestral.

Já com relação à vertical de Serviços Financeiros os analistas estimam que deve ocorrer um impulso na receita pela integração dos três meses relativos aos resultados do Bankly no Méliuz.

A casa espera que a receita do terceiro trimestre seja da ordem de R$ 18,3 milhões, contra uma valor de R$ 7,3 milhões no segundo trimestre para o Bankly.

Recomendação para ações do Méliuz

O BTG espera que o Méliuz tenha um crescimento de top line, com base no segundo semestre sazonalmente mais forte para o varejo, aumento do take-rate em 2,2 pontos percentuais na comparação trimestral, e incorporação dos três meses completos da receita do Bankly.

No entanto, os analistas citam que esse crescimento será impactado por dinâmicas negativas.

Neste sentido, dizem que a escolha do Méliuz em priorizar a taxa cobrada em cada transação (net take rate) deve trazer reflexos no GMV e desaceleração do volume total de pagamentos (TPV, na sigla em inglês) no cartão co-branded não sendo compensada pela alta da carteira de crédito própria.

Diante do corte realizado nas previsões sobre o volume de aprovação de crédito, impactando diretamente as receitas previstas no médio prazo de interchange e de juros rotativo do cartão próprio, a BTG Pactual definiu um preço-alvo abaixo do estabelecido anteriormente, de R$ 2,45 para R$ 1,90.

O reajuste acontece “mesmo considerando que a dinâmica de Net Take-rate auxilie o Méliuz a entregar um breakeven mais cedo do que o inicialmente previsto por nós”.

Ainda assim, a casa observa uma margem de segurança atrativa nas ações.

”Ressalvamos que os cortes foram lesivos para o valuation de longo prazo, mas demonstram sobriedade do Méliuz em controlar a PDD [provisão para devedores duvidosos] diante de um macro ainda desafiador no curto prazo”, comentam os analistas.

Cotação do Méliuz nesta segunda-feira

Nesta segunda-feira (7), as ações do Méliuz fecharam em queda de 0,79%, a R$ 1,26.

No acumulado mensal, os papéis registram alta acima de 7% na bolsa de valores brasileira. Apesar disso, no ano, a queda está próxima a 60%.

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Silvio Suehiro

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