Marfrig (MRFG3) sobe 8,2% e empresas do setor seguem alta. O que motivou os ganhos?

A Marfrig (MRFG3) figurou em segundo lugar no ranking dos maiores ganhos nesta terça-feira (19) no Ibovespa, com forte alta de 8,26%, a R$ 12,75.

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No Ibovespa hoje, outras empresas do setor frigorífico também acompanharam os ganhos — Minerva (BEEF3) sobe 4,68%, a R$ 13,65 e BRF (BRFS3) valorizou 2,12%, a R$ 14,96 –, devido principalmente aos dados da Secex (Secretaria Especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais) de julho, que mostraram evolução no preços de exportação e fluxo, o que tende a reforçar melhores perspectivas para a temporada de balanços corporativos do segundo trimestre.

“Especificamente para Marfrig, um grande banco norte-americano melhorou suas estimativas de Ebitda e margens para a companhia no 2º trimestre e para o ano, apesar de cortar a projeção de preço-alvo da ação”, diz Alexsandro Nishimura, economista, head de conteúdo e sócio da BRA.

Outro ponto que colabora para a alta das companhias do setor frigorífico é que os preços dos grãos também estão caindo, o que tende a refletir positivamente para as empresas, uma vez que a commodity é a matéria-prima delas.

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De acordo com Luiz Carlos Corrêa, sócio da Nexgen Capital, esse fator também pode tirar o aperto sentido nas margens dos balanços trimestrais vistos anteriormente.

A Marfrig reflete um momento positivo na América do Sul, de acordo com Sérgio Berruezo, analista de Research da Ativa Investimentos. “Temos uma expectativa de que a parte de América do Sul melhore. Isso porque estamos vendo um ciclo bovino muito mais favorável aqui”, disse Sérgio.

O analista destaca que está se construindo uma oferta maior de bois aqui no Brasil.

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“A gente já estava vendo a queda da arroba, então isso deve aumentar as margens. Por outro lado, parte de demanda está muito forte, sobretudo a da China, Ásia em geral, que não arrefeceu nem um pouco”, explica Sérgio. “Lá, a demanda por carne está muito forte esse ano, o que está levando todo mundo a revisar os números e estão saindo vários relatórios, as prévias de varias corretoras refletem isso.”

O banco americano, que revisou as estimativas das ações da Marfrig, ressalta a situação da empresa em relação à sua exposição ao ciclo doméstico norte-americano. Assim como a JBS (JBSS3), é uma empresa cuja maior parte da receita vem dos EUA.

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Para a Marfrig, o ciclo visto ano passado foi muito mais favorável. Hoje, os Estados Unidos passam por um ciclo contrário ao brasileiro, com muito mais restrição de oferta, “o que tende a indicar um aumento da arroba por lá e uma maior demanda por importação. A gente está vendo que nos EUA o efeito é contrário, menos favorável para frigoríficos”, disse Sérgio.

Por fim, o analista da Ativa relembra que a Marfrig até então estava sofrendo em desempenho. A empresa chegou a cair mais de 40% em 2022.

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Victória Anhesini

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