Magazine Luiza (MGLU3) aprova grupamento de ações: o que isso significa para o investidor?

O grupamento de ações do Magazine Luiza (MGLU3) foi aprovado em assembleia geral ordinária e extraordinária realizada na quarta-feira (24). Qual o impacto desse movimento da varejista terá para investidores e também para a própria empresa?

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“Para os investidores, esse grupamento pode significar uma redução da volatilidade, pois ações com preços mais altos tendem a ser menos voláteis. Isso é positivo para aqueles que buscam estabilidade em seus investimentos”, descreve Nilson Marcelo, analista quantitativo da CM Capital.

Além disso, um preço por ação mais alto pode melhorar a percepção de mercado sobre a empresa, uma vez que investidores podem ver o aumento de preço como um sinal de qualidade ou estabilidade, o que é psicologicamente atrativo, diz o analista.

“Outro ponto é que o grupamento do Magazine Luiza pode tornar as ações mais acessíveis para investidores institucionais, que muitas vezes têm políticas que exigem um preço mínimo por ação”, acrescenta.

Vale lembrar que com esse grupamento, o capital social do Magazine Luiza passou a ser dividido em 738,995 milhões de ações ordinárias, de modo que todas elas são nominativas, escriturais e sem valor nominal. Por outro lado, o montante desse capital continua em R$ 13,802 bilhões.

Além disso, os investidores poderão ajustar suas posições nas ações do Magazine Luiza em lotes múltiplos de 10, dentro do período compreendido entre 25 de abril e 24 de maio de 2024. Esses ajustes podem ser realizados por meio da negociação privada ou na própria Bolsa de Valores brasileira.

As ações MGLU3 serão negociadas apenas de maneira grupada a partir de 27 de maio de 2024, que é a data da primeira sessão depois do encerramento do prazo para realizar o livre ajuste das posições acionárias.

Grupamento de ações do Magazine Luiza pode ajudar empresa?

Marcelo, da CM Capital, acredita que aumentar o preço das ações pode ajudar a melhorar a imagem da Magazine Luiza no mercado financeiro, especialmente considerando a recente queda significativa no valor de suas ações MGLU3.

“Este movimento pode ser parte de uma estratégia mais ampla para reestruturar a empresa ou prepará-la para futuras ações, como novas emissões de ações ou operações de fusão e aquisição. Manter um preço de ação adequado também pode garantir que a empresa continue listada em bolsas que têm requisitos mínimos de preço por ação”, destaca.

Já em termos de impacto estratégico, Marcelo acredita que o grupamento dos papéis do Magazine Luiza pode ajudar a atrair novos investidores e simplificar a estrutura acionária da empresa, facilitando a gestão de relações com investidores. “Essa estratégia pode ser crucial para reverter as tendências negativas recentes e posicionar a empresa para uma recuperação ou expansão futura”, completa.

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Magazine Luiza: sem avanços operacionais, valor das ações pode cair, diz analista

Aline Rosa, especialista em mercado de capitais e sócia da Matriz Capital, explica que sem avanços operacionais significativos acompanhando o grupamento de ações do Magazine Luiza, o valor dos papéis pode continuar a declinar.

Ela cita o exemplo do Citigroup, que em 2011, efetuou um grupamento que transformou suas ações de cerca de R$ 4 para mais de R$ 40, contribuindo para estabilizar a empresa e afastá-la da imagem de “penny stock”.

“No caso da General Electric, contudo, um grupamento não conseguiu evitar uma redução adicional no valor de mercado, refletindo mais sobre os problemas contínuos da empresa do que sobre melhorias na gestão ou nos fundamentos”, descreve.

Rosa lembra que recentemente o Magazine Luiza enfrentou dificuldades significativas no mercado, refletidas pela volatilidade em suas ações. Esses desafios, segundo ela, estão atrelados a fatores como o aumento das taxas de juros, que impactan negativamente o consumo e são um elemento crítico para o setor varejista.

Além disso, a especialista cita o aumento da concorrência, especialmente de gigantes do e-commerce como Amazon (AMZO34) e Mercado Livre (MELI34), o que pressionou ainda mais a empresa. “Essas condições adversas ampliaram as incertezas sobre a capacidade do Magazine Luiza em sustentar seu crescimento e estabilidade anteriormente observados”, acrescenta.

Desempenho das ações do Magazine Luiza

No fechamento do Ibovespa, as ações de Magazine Luiza caíram 2,80%, cotadas a R$ 1,39. No mês, as ações recuam 22,22%, enquanto no ano, a queda é de 34,86%.

Cotação PETR4

Gráfico gerado em: 25/04/2024
1 Dia

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Giovanni Porfírio Jacomino

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