Grana na conta

Magazine Luiza (MGLU3) se explica após tombo das ações; veja opiniões

O ano não tem sido fácil para os acionistas do Magazine Luiza (MGLU3), que viram as ações da varejista saírem de R$ 26 em janeiro para os atuais R$ 17. Mas a situação chamou ainda mais atenção na última sexta-feira, quando os papéis recuaram 9%, levando a empresa a divulgar um comunicado sobre os possíveis motivos para a queda e chamar os analistas para uma teleconferência.

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No evento online, o Magazine Luiza passou uma mensagem otimista, destacando que os seus planos de crescimento seguem no caminho certo, apesar dos desafios vividos em agosto. Segundo o Bradesco BBI, que participou do evento, a empresa reiterou que este mês foi um dos mais difíceis na comparação com 2020. Os analistas do BBI disseram que o ajuste ocorrido na sexta-feira pareceu exagerado.

No entanto, as preocupações permanecem, principalmente em relação ao aumento da inflação no país e ao acirramento da concorrência. Com isso, o nesta terça, o BBI reduziu o preço-alvo das ações MGLU3 de R$ 27,00 para R$ 25,00 e reiterou recomendação neutra.

Segundo o banco Goldman Sachs, o horizonte é desafiador para o Magazine Luiza no curto prazo. Em relatório divulgado nesta terça-feira (13), o banco destaca que a comparação anual no balanço de terceiro trimestre deve ser acirrada. “Uma desaceleração no volume bruto de vendas (GMV) na comparação anual, com competição acirrada e fim os estímulos já é esperada, em nossa visão”, afirmam os analistas do banco, em relatório, sobre os resultados de 3T21 do Magazine Luiza.

O Goldman Sachs estima que o GMV de vendas diretas do Magazine Luiza deve crescer 20% no terceiro trimestre, contra 40% no segundo trimestre. Mas isso não deve prejudicar a varejista, que mantém o foco nas vendas do marketplace, “uma importante alavanca de longo prazo”, segundo os analistas.

Concorrência acirrada para o Magazine Luiza

As preocupações dos analistas do BBI em relação ao valuation da companhia e ao crescimento no curto prazo fizeram o banco adotar uma visão cautelosa sobre a varejista. Para o BBI, a principal preocupação do mercado em relação ao Magalu diz respeito ao avanço da concorrência, com o crescimento de empresas como a Shopee e o Ali Express.

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“Esses players têm potencial para causar perturbações no curto prazo (como já estamos vendo no caso dos custos de marketing) e suspeitamos que este seja um problema que pode continuar pesando sobre as ações”, diz relatório.

Porém, o banco de investimentos faz a ressalva de que nenhuma dessas empresas internacionais possui as vantagens competitivas que o Magalu detém no Brasil.

“Concordamos que os novos participantes não têm as vantagens competitivas que o Magazine Luiza possui – como logística eficiente, uma rede de lojas estratégica e uma marca forte – e que dificilmente vão consumir a participação de mercado de longo prazo do Magalu”, escrevem os analistas.

Pontos de cautela, segundo o Goldman Sachs

Segundo os analistas do banco americano, o foco do Magalu nos próximos meses estará na construção do ecossistema digital, ao integrar suas aquisições recentes, e em iniciativas de crescimento orgânico.

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“Acreditamos que a trajetória de crescimento do Magazine Luiza continua atrativa, com ganho de mercado continuado ajudando a mitigar parte da baixa no consumo”, escrevem os analistas.

Mas existem riscos, e eles são os seguintes, de acordo com o Goldman Sachs:

  • aumento da competição de operadores históricos e de novos participantes no mercado de negócios;
  • investimentos acima do esperado, pressionando negativamente as margens, o fluxo de caixa e os retornos;
  • riscos potenciais de execução ao acelerar o crescimento do mercado 3P;
  • custos de logística acima do esperado, com o crescimento para regiões com densidade mais baixa, e a competição permanece amplamente agressiva em cobertura de entregas gratuitas e subsídios gerais de entrega.

Segundo o banco, entre as estratégias da diretoria está a criação de uma ampla rede de sortimento de produtos que ajudaria o Magazine Luiza a combinar demanda on-line com estoques locais. Isso reduziria os custos de entrega e aumentaria a venda de produtos de baixo tíquete médio.

O Goldman Sachs tem recomendação de compra para Magazine Luiza, com preço-alvo em R$ 25, assim como o BBI. Esse valor representa uma potencial de alta de 42,3% sobre o fechamento de segunda-feira.

Última cotação do Magazine Luiza

Às 15:50 desta segunda, a cotação do Magazine Luiza no Ibovespa subia 0,63%, com as ações sendo negociadas a R$ 17,57.

Nos últimos 12 meses, os papéis do Magazine Luiza acumulam desvalorização de 22,49%, com a cotação máxima em R$ 28,26 e a mínima em R$ 17,18.

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Monique Lima

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