Rebaixadas: Magazine Luiza (MGLU3) e Americanas (AMER3) recebem balde de água fria do Goldman Sachs

O Goldman Sachs jogou um balde de água fria nos papéis do Magazine Luiza (MGLU3) e Americanas (AMER3). O banco global de investimentos rebaixou as duas companhias e avisou que o Mercado Livre (MELI34) é a sua ação preferida no setor de e-commerce.

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No relatório publicado após a realização da Black Friday e da divulgação dos resultados do terceiro trimestre de 2022, o banco trocou a recomendação do Magalu de compra para neutra. Americanas foi ainda mais rebaixada, de neutra para venda, e os papéis de Via (VIIA3) seguiram na posição de venda.

O Goldman Sachs argumentou que desde que adicionou as ações de Magazine Luiza na sua lista de ativos, em 2019, a empresa caiu 70% na Bolsa, enquanto o Ibovespa cresceu 2%.

“Estimamos que o Magazine Luiza perdeu cerca de 75 pontos-base do mercado de comércio eletrônico do Brasil em 2022 (ou cerca de 230 pontos-base excluindo o efeito positivo da consolidação do KabuM!)”, comentaram os analistas. Para eles, se houvesse um cenário de melhora nas perspectivas econômicas e de queda nas taxas de juros, a análise seria mais positiva — o que não é o caso atual.

Na Americanas, a troca da recomendação foi tomada pela previsão de que o crescimento dos lucros seguirá limitado nos próximos doze meses.

“A Americanas está sobrecarregada por uma alavancagem financeira relativamente elevada, com dívida líquida sobre o Ebitda de 3,9 vezes (na definição clássica, excluindo arrendamentos, a partir do 3T22) e despesas financeiras líquidas representando 61% do Ebitda nos últimos 10 meses”, destacaram. Ex-presidente do Santander Brasil (SANB11), Sergio Rial assumirá a presidência da Americanas em 2023.

Acreditamos que os resultados podem levar tempo, pois a nova liderança precisará atuar em várias frentes diferentes, desde a diferenciação de sua oferta no espaço online, atualizando a experiência in-store de suas lojas off-line e integrando as aquisições recentes.

Americanas está ameaçada?

Entre Magalu e Americanas, o Goldman Sachs fica com o negócio dos Trajanos. Do outro lado, a varejista conta com o trunfo das lojas físicas como uma alta geradora de caixa, mas encontra-se em uma sinuca de bico devido a uma nova concorrente: a Oxxo.

“Durante muitos anos, a concorrência foi relativamente limitada, permitindo à empresa defender a sua fatia de mercado, mantendo a manutenção/remodelação ao mínimo. No entanto, com a Oxxo (da Femsa) ganhando escala rapidamente (cerca de 200 lojas em São Paulo), uma nova concorrência está surgindo. Além disso, parte do mix de lojas pode ter migrado para o online mais rápido do que o inicialmente previsto, especialmente em eletrônicos (cerca de 25% do mix), mas também em certa medida em roupas básicas e brinquedos”, afirmaram.

No segmento do comércio eletrônico, apenas o Mercado Livre conta com recomendação de compra do Goldman Sachs. “Também esperamos investimentos consistentes da Amazon (AMZO34) na construção de sua presença no país para manter a concorrência dinâmica”, complementaram.

Portanto, apesar do baixo desempenho acentuado no acumulado do ano, ainda vemos ventos contrários estruturais para MGLU3, AMER3 e VIIA3 e, portanto, rebaixamos MGLU3 para neutra e AMER3 para venda, enquanto mantemos VIIA3 como venda

Em uma escala mais abrangente do setor varejista, o Goldman conta com recomendações de compra em empresas como Assaí (ASAI3), Arezzo (ARZZ3), Carrefour (CRFB3), Centauro (SBFG3), Lojas Renner (LREN3), Petz (PETZ3) e RD (RADL3).

Segundo o Status Invest, por volta das 15h20, as ações de Magazine Luiza, Americanas e Via operavam em alta, sendo comercializadas por R$ 3,31 (+6,77%), R$ 9,83 (+ 0,51%) e R$ 2,19 (+5,29%), respectivamente. A BDR do Mercado Livre estava em queda de 1,94%, avaliada em R$ 41,09.

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Erick Matheus Nery

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