Carlyle compra fatia do Madero por R$ 300 milhões com ‘estratégia de expansão’

Com uma estreia na bolsa ainda nebulosa, o Madero acabou de receber um aporte de R$ 300 milhões da Carlyle, gestora de recursos dos EUA que investe na empresa de restaurantes desde meados de 2019.

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Segundo o Madero, o cheque deve ser utilizado para uma estratégia de expansão da empresa, que ainda não tem uma definição para a sua oferta pública inicial (IPO) na bolsa. A companhia soma uma dívida líquida de R$ 981 milhões.

“O Grupo Madero possui a meta de realizar um IPO assim que o mercado de capitais apresentar condições para a realização de uma operação nos parâmetros que a companhia entender adequados, o que, combinado com a retomada da normalidade das operações, com consequente reflexo no Ebtida, impactará substancialmente na estrutura de capital da empresa”, disse o Madero, em nota.

O fato relevante do Madero, arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), afirma que o acionista controlador, Luiz Renato Durski Junior, se comprometeu a vender um montante de 2,4 milhões de ações ordinárias.

No outro lado da mesa, na posição de compra, a Carlyle fará a aquisição por meio do fundo de investimento Madrid.

Apesar da compra das ações do Madero, “o controle da Companhia permanecerá detido por Luiz Renato Durski Junior”, segundo o comunicado. A transação trata-se de um Share Purchase Agreement (Contrato de Compra e Venda de Ações).

“O Grupo Madero tem superado com sucesso os desafios impostos pela pandemia e está bem posicionado para alavancar sua plataforma verticalmente integrada única e um portfólio de grandes marcas para continuar com seu plano de expansão de forma sustentável no longo prazo”, disse o diretor do fundo Carlyle, Jay Sammons, em nota ao Neo Feed.

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Madero teve redução de prejuízo no 3T21

Segundo o resultado financeiro do Madero, a empresa reportou um prejuízo de R$ 25,2 milhões no terceiro tri deste ano, diminuindo a perda de R$ 28,2 milhões anotada no mesmo período do ano passado. Essa foi a primeira vez que o grupo divulgou seus resultados trimestrais.

O balanço foi divulgado na quinta-feira (18), quando o Madero frisou que sua receita no terceiro trimestre deste ano cresceu 66,6% na base anual, para R$ 310,4 milhões, um recorde. Antes disso, a maior receita trimestral havia sido no quarto trimestre de 2019, de R$ 277,1 milhões.

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“O aumento da receita mesmo em relação aos períodos pré pandêmicos é resultado da recuperação das vendas que já está em patamares similares a 2019, bem como da estratégia de expansão da companhia que, durante 2020 e 2021 abriu 67 novas operações, todas próprias, sendo 20 da marca Madero e 46 da marca Jeronimo, além da primeira Ecoparada Madero, em dezembro de 2020, um conceito ESG, inovador para as estradas do Brasil, na rodovia Castello Branco, no Estado de São Paulo”, anota a administração.

As vendas nos mesmos restaurantes (SSS, na sigla em inglês) atingiram R$ 95,8% das vendas no mesmo período em 2019.

Por sua vez, o Ebitda (Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado totalizou R$ 44 milhões ao final de setembro, o que equivale a um salto de 225,9% em comparação com os R$ 13,5 milhões anotados ao final do terceiro trimestre de 2020.

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Sem cronograma, Madero pediu IPO em agosto

Apesar das dificuldades financeiras, o grupo mirava fazer o IPO antes do fim de 2021. Na ocasião do pedido de oferta pública, a empresa não definiu um cronograma para a listagem das ações na B3, nem o montante de recursos que pretende movimentar.

A companhia, contudo, já informou que será um oferta pública, ou seja, destinada para todos os investidores que tiverem interesse, com base na Instrução 400 da CVM.

Na ocasião da oferta, segundo o pedido inicial, os acionistas vendedores das ações do Madero serão as pessoas físicas Luiz Renato Durski Junior, Kethlen Ferreira Ribas Durski, Ariel Leonardo Szwarc, Rafael de Oliveira Mello, Nicolas Raymond Gorguet, Luiz Adriano Urbanski e Murillo Piloto Proença, além do Madrid.

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Eduardo Vargas

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