Lula: se quiserem que Bolsa cresça, é preciso garantir emprego e renda

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta quarta-feira (10), que os empresários do País precisam garantir emprego e renda para a população se quiserem que a Bolsa de Valores de São Paulo (B3) continue a se valorizar.

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Lula disse que quer conversar com os empresários do País sobre os desejos da classe e que o mercado de capitais brasileiro só irá crescer caso o povo viva com dignidade.

“Eu quero conversar com os empresários e entender qual é a loucura deles, que não percebem que se o povo não tiver emprego, não haverá renda”, disse.

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“Se eles quiserem que a Bolsa cresça, que a economia cresça, é preciso garantir que o povo tenha emprego e renda, eles precisam viver com dignidade. Ou será que ficaremos reféns do ‘Deus mercado’, que só quer ganhar dinheiro não importa como. Já vimos a experiência em 2008, na crise do subprime e a quebra do Lehman Brothers. E quando quebram, quem coloca dinheiro é o Estado, o Estado que eles repudiam”, afirmou.

Para o ex-presidente, as empresas estatais listadas na Bolsa, como Petrobras (PETR4) e Banco do Brasil (BBAS3), por exemplo, podem ser vantajosas.

“Quem acha que só a iniciativa privada é boa? Um Banco do Brasil ou uma Petrobras, bem dirigidos como foram no nosso governo, têm futuro. A Petrobras se tornou a quarta petroleira do mundo. Não descobrimos o pré-sal pra ela exportar petróleo cru, mas para exportar derivados e fazer uma indústria petroquímica forte”, disse.

Segundo Lula, o governo precisa focar em criar condições para a criação de novos empregos para estimular a demanda. “Não há possibilidade de investimento se não houver demanda. Para ter demanda, precisa ter emprego”, disse.

O ex-presidente também afirmou ser contrário a autonomia do Banco Central (BC) e disse que, caso eleito, poderá rever a política de desestatização da Petrobras.

“O mercado conviveu oito anos comigo. Do que ele tem medo?. Sou contra a autonomia do BC, é melhor estar na mão do governo do que na mão do mercado. O mercado quer ganhar dinheiro investido em coisas produtivas? Agora se o mercado quiser lucrar as custas de venda de soberania nacional, esquece. E quem tiver comprando as coisas da Petrobras, está correndo risco porque podemos mudar muitas coisas”, disse.

Essa foi a primeira entrevista de Lula após recuperar os direitos políticos. Na segunda-feira (8), o ministro do STF Edson Fachin determinou ordem de habeas corpus para declarar a “incompetência da 13ª Vara Federal da Subseção Judiciária de Curitiba para o processo e julgamento das ações” envolvendo o Triplex do Guarujá, o Sítio de Atibaia, a sede do Instituto Lula e as doações à mesma instituição.

Fachin ordenou a invalidação dos processos e determinou a reabertura das ações penais. A decisão devolve à Lula os direitos políticos, tirando-o do escopo da Lei de Ficha Limpa.

Condução econômica na pandemia é criticada por Lula

O ex-presidente Lula afirmou também que a condução da crise causada pela pandemia do novo coronavírus (covid-19) pelo governo Bolsonaro é ruim e deixa empresas quebrarem.

“Quantos restaurantes estão fechando, farmácias, lavanderias, institutos de beleza? Para que existe governo? É para tentar encontrar solução para essa gente”, disse.

Para Lula, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) deveria criar um comitê de crise para mitigar o impacto da pandemia no País e, assim, reduzir seus impactos econômicos.

“O presidente deveria ter um comitê de crise e toda semana ele deveria orientar a sociedade, visitar as cidades, os hospitais, trabalhando para criar hospitais de campanha, tentando para evitar que falte oxigênio como faltou em Manaus”, disse.

De acordo com o ex-presidente, ele irá tomar a vacina e orientou os brasileiros a seguirem o mesmo caminho.

“Eu vou tomar a minha vacina, não me importa de que País, se são duas ou uma só, e quero fazer propaganda para o povo brasileiro. Não siga nenhuma decisão imbecil do presidente da República ou do ministro da saúde. Tome vacina porque é uma das coisas que pode livrar você do covid”, completou Lula.

A entrevista repercutiu no mundo político. O ex-presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), se posicionou a favor do discurso de Lula e comparou o ex-presidente ao atual presidente Bolsonaro.

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Vinicius Pereira

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