Leilão da ANP: governo arrecada R$ 422,4 mi, com ágio de 854,8%; 3R Petroleum (RRRP3) leva 6 blocos

O terceiro ciclo da Oferta Permanente arrecadou R$ 422,4 milhões para o governo, ágio de 854,8%, segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), organizadora do leilão da ANP realizado em um hotel da zona oeste do Rio. Os investimentos totais previstos são de R$ 406,2 milhões nas áreas vendidas.

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Ao todo, foram adquiridos 59 dos 379 blocos ofertados no leilão da ANP. Os blocos foram contratados por 13 empresas, que devem investir R$ 406 milhões em atividades de exploração nos próximos anos.

O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, destacou que o leilão foi o oitavo em três anos. “O resultado de todos esses leilões significa investimentos de mais de R$ 620 bilhões, e arrecadação governamental superior a R$ 1 trilhão ao longo de 30 anos, com expectativa de criação de mais de 500 mil empregos”, afirmou.

Sobre as ofertas recebidas hoje, o ministro sublinhou a presença de empresas brasileiras no leilão. “Podemos destacar o interesse de várias empresas que iniciaram e consolidaram sua atuação no Brasil, adquirindo campos maduros da Petrobras através do processo de desinvestimento”, disse. “Fico feliz de ver a quantidade de empresas nacionais participando desse evento, coisa que deve orgulhar a todos aqueles que elaboram políticas públicas nesse país.”

Na sessão pública de hoje, empresas podiam fazer propostas por 14 setores de blocos exploratórios localizados em sete bacias: Santos, Pelotas, Espírito Santo, Recôncavo, Potiguar, Sergipe-Alagoas e Tucano. A Oferta Permanente inclui campos devolvidos ou em processo de devolução, blocos não arrematados em leilões anteriores e novos blocos exploratórios em bacias terrestres em estudo na ANP.

Ao abrir a sessão, o diretor-geral da ANP, Rodolfo Saboia, destacou que a recente alta nos preços do petróleo, relacionada à invasão da Ucrânia pela Rússia, lembra a importância da segurança energética, em um contexto de substituição das energias fósseis por renováveis.

“A transição energética precisa ser feita de forma equilibrada. É necessário, sem dúvida, aumentar o investimento em energias renováveis, para garantir a ampliação da oferta de combustíveis limpos, mas, ao mesmo tempo, é imprescindível continuar atendendo à demanda por hidrocarbonetos de forma sustentável e eficiente, ate que as novas soluções sejam capazes possam substituí-lo”, disse Saboia. “Especialmente no Brasil, temos ainda muita riqueza a ser gerada pela indústria de petróleo e gás natural em benefício da sociedade”.

Grandes petroleiras compraram blocos sob o regime de concessão na bacia de Santos, como Shell (RDSA34), Ecopetrol e TotalEnergies. A Petrobras (PETR4) não participou do certame.

Outras petroleiras que estão em franco crescimento, como a 3R Petroleum (RRRP3), que arrematou seis blocos, Petroborn, Origem, NTF entre outras, participaram ativamente, focadas principalmente em áreas da região Nordeste.

Em discurso ao fim do leilão, o ministro de Minas e Energia (MME), Bento Albuquerque, destacou a presença de empresas brasileiras na disputa.

Segundo ele, são empresas que se consolidaram como produtoras de petróleo e gás natural e que, agora, buscam investir em exploração, atividade de maior risco e de maior oportunidade de retorno.

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“Precisamos manter a oferta de áreas, por demanda do mercado”, disse Albuquerque, complementando que o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) autorizou recentemente a inclusão de mais 11 áreas no polígono do pré-sal até o final do ano, no sistema de oferta permanente.

Ele acrescentou que, nas próximas semanas, o governo vai iniciar as reuniões de grupos de trabalho criados pelo Comitê Nacional de Política Energética (CNPE) envolvendo órgãos governamentais de energia e de meio ambiente, com a participação de indústria, para propor medidas que melhorem o planejamento do processo de oferta de áreas e de licenciamento ambiental.

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Empresas vencedoras do leilão

Os blocos marítimos da Bacia de Santos foram os primeiros a receber ofertas na sessão pública. Houve disputa entre a empresa Total Energies, que arrematou dois blocos, e o consórcio formado pela Shell Brasil (70%) e a Ecopetrol (30%), que venceu a disputa em cinco blocos e fez a única oferta pelo sexto bloco que arrematou.

Ao todo, o bônus de assinatura que será pago pelos blocos do setor somou R$ 415,5 milhões, o que representa um ágio de 895,99% sobre a oferta mínima exigida. As licitações também devem gerar R$ 307 milhões em investimentos e preveem um programa exploratório mínimo de 1,3 mil unidades de trabalho.

A Bacia de Pelotas foi a segunda na ordem de apresentações, e nenhuma empresa fez um lance por seus blocos marítimos. Na Bacia do Espírito Santo, a terceira do dia, dois blocos terrestres de setores diferentes receberam ofertas únicas. Um foi arrematado pela CE Engenharia e outro pelo consórcio formado entre a Imetame (30%), Seacrest (50%) ENP Ecossistemas (20%). O bônus de assinatura que será pago pelos dois blocos soma R$ 355 mil, e o investimento previsto na exploração é de cerca de R$ 2 milhões.

A quarta bacia da sessão pública foi a do Recôncavo, que teve quatro blocos arrematados em três setores diferentes. A Petroborn venceu a disputa por um dos blocos e fez oferta única pelo segundo que arrematou. Os outros dois blocos tiveram participação da NTF, que arrematou um sozinha e outro em consórcio de 50% com a Newo. Os bônus de assinatura somaram cerca de R$ 1,1 milhão e os investimentos previstos, cerca de R$ 14,4 milhões.

Na Bacia de Alagoas, a empresa Origem arrematou 11 blocos no primeiro setor ofertado e mais três no segundo. O bônus de assinatura total foi de cerca de R$ 1 milhão e o investimento previsto é de quase R$ 8 milhões, com 2,3 mil unidades de trabalho no programa exploratório mínimo.

A Bacia de Potiguar teve a maior parte de seus blocos arrematados pela empresa Petro-Victory, que obteve a concessão de 19 blocos em três setores diferentes. A 3R Petroleum fez propostas por blocos em dois setores e conseguiu arrematar seis deles. O bônus de assinatura totalizou cerca de R$ 2 milhões, e o investimento previsto nos blocos leiloados é de R$ 39 milhões.

A última bacia a receber ofertas foi a de Tucano, localizada na Bahia. A empresa Origem arrematou quatro blocos, e o consórcio formado pela Imetame (30%) e ENP Ecossistemas (70%) levou outros dois. O bônus de assinatura somou R$ 2,5 milhões, e os investimentos previstos são de R$ 24,2 milhões.

3R Petroleum arremata seis blocos na bacia Potiguar, com bônus total

Os blocos localizados nas bacias do Alagoas e Potiguar, no Rio Grande do Norte, foram arrematados nesta quarta-feira por três empresas durante leilão de áreas realizado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Na bacia do Alagoas, o destaque foi a atuação da Origem, que arrematou 14 blocos nos setores SSEAL-T2 e SSEAL-T2, com pagamento total de bônus de cerca de R$ 1 milhão, o que representa ágio de 50%.

A previsão de investimentos é de R$ 18,4 milhões para as áreas arrematadas, que somam 353 quilômetros quadrados. Os blocos foram arrematados sem concorrência.

No leilão da bacia Potiguar, no Rio Grande do Norte, a empresa Petro-Victory arrematou 23 blocos, com pagamento de cerca de R$ 1 milhão em bônus.

Já a 3R Petroleum arrematou seis blocos na bacia de Potiguar no leilão desta quarta-feira, com pagamento de bônus de R$ 1 milhão.

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Petroborn e NFT levam blocos da bacia do Recôncavo em leilão da ANP

A Petroborn, empresa baiana especializada em campos maduros, levou dois blocos da bacia do Recôncavo ofertados no terceiro ciclo da Oferta Permanente, o primeiro em disputa com a Apoema Consultores, e o segundo sem concorrência.

A petroleira vai desembolsar R$ 571,7 mil pelos dois blocos em terra REC-T-103 (R$ 360,5 mil) e Rec-T-165 (R$ 211,5 mil), do setor REC-T1.

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) realiza o terceiro leilão de áreas da Oferta Permanente, um banco de áreas de petróleo e gás natural que são licitadas a partir da demanda dos interessados, e que substituiu os grandes leilões tradicionais da agência, que eram realizados desde 1999. No total, 78 empresas estavam habilitadas a participar de qualquer ciclo da Oferta Permanente de Concessão.

No setor REC-T2, a NFT levou o bloco REC-T-24, por R$ 501 mil, após disputa com a Apoema e a Petroborn. A empresa, em parceria com a Newo, também arrematou o bloco REC-T-191, por R$ 80 mil.

No total, as empresas vão investir R$ 14,5 milhões nos blocos adquiridos no leilão da ANP.

O modelo de licitação dos blocos oferecidos no 3º Ciclo é o modelo de concessão, que se aplica a licitações que não incluam o polígono do pré-sal. Os dois ciclos anteriores da oferta permanente, também realizados apenas sob o regime de concessão, ocorreram em 2019 e 2020. No primeiro ciclo, em setembro de 2019, foram arrematados 33 blocos e 12 áreas com acumulações marginais. Já no segundo, em dezembro de 2020, foram arrematados 17 blocos exploratórios.

Desde o fim do ano passado, o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) estabeleceu a Resolução nº 27/2021, que permite que blocos do pré-sal e de áreas estratégicas sejam incluídos na oferta permanente, sob regime de partilha.

A partir disso, estão em fase de elaboração o edital e os modelos de contrato da Oferta Permanente de Partilha de Produção (OPP). O leilão ainda não possui data para ser realizado, mas, na abertura da sessão pública do leilão da ANP realizada hoje, o diretor-geral da ANP previu que isso pode ocorrer ainda este ano.

Com informações do Estadão Conteúdo e Agência Brasil

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Redação Suno Notícias

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