Grana na conta

Juro do rotativo supera os 447% em abril e o do parcelado é o maior desde março de 2011

Mesmo após o fim do ciclo de alta da Selic, o juro médio total cobrado pelos bancos no rotativo do cartão de crédito subiu 14,4 pontos porcentuais de março para abril, informou nesta terça-feira, 30, o Banco Central. A taxa passou de 433,3% (dado revisado) para 447,7% ao ano, o maior patamar desde março de 2017 (490,3%).

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O rotativo do cartão, juntamente com o cheque especial, é uma modalidade de crédito emergencial, muito acessada em momentos de dificuldades.

Entre as principais linhas de crédito livre para a pessoa física, destaque para o cheque especial, cuja taxa passou de 130,1% ao ano para 134,0% ao ano de março para abril. No crédito pessoal, a taxa passou de 42,2% para 43,1% ao ano.

Desde 2018, os bancos estão oferecendo um parcelamento para dívidas no cheque especial. A opção vale para débitos superiores a R$ 200.

Em janeiro de 2020, o BC passou a aplicar uma limitação dos juros do cheque especial, em 8% ao mês (151,82% ao ano).

No caso do parcelado, ainda dentro de cartão de crédito, o juro passou de 193,2% (dado revisado) para 200,7% ao ano, o maior valor da série disponibilizada pelo BC, iniciada em março de 2011.

Considerando o total de juro do cartão de crédito, que leva em conta operações do rotativo e do parcelado, a taxa passou de 102,4% (dado revisado) para 104,8%.

Em abril de 2017, começou a valer a regra que obriga os bancos a transferir, após um mês, a dívida do rotativo do cartão de crédito para o parcelado, a juros mais baixos. A intenção do governo com a nova regra era permitir que a taxa de juros para o rotativo do cartão de crédito recuasse, já que o risco de inadimplência, em tese, cai com a migração para o parcelado.

Recentemente, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, formalizaram a criação de um grupo de trabalho com o BC para debater as causas e propor soluções para os juros elevados do cartão de crédito.

Segundo apurou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), uma das opções na mesa é acabar de vez com a modalidade do rotativo do cartão de crédito.

(Com informações de Estadão Conteúdo)

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João Vitor Jacintho

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