Viúva de João Alberto recusa indenização de R$ 1 milhão do Carrefour

Milena Borges Alves, viúva de João Alberto, homem negro que foi espancado até a morte por dois seguranças do Carrefour (CRFB3), recusou a proposta de acordo de indenização de R$ 1 milhão feito pelo supermercado. Os advogados de Alves devem entrar na Justiça e cobrar entre R$ 10 milhões e R$ 15 milhões. Segundo o site UOL, do total, metade seria por indenização por dano moral e outra metade por dano material.

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Os advogados recusaram o montante oferecido pelo Carrefour pois foi o mesmo pago pela morte do cão Manchinha, espancado por um segurança também na rede de supermercados, em Osasco (SP), em 2018. A empresa destinou R$ 1 milhão para instituições de causas animais.

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Em carta aberta, os três advogados criticaram o valor oferecido para Alves. “Não podemos deixar de comparar o Manchinha como Nego Beto. Parece grosseiro fazer este comparativo, mas torna-se impossível não traçar um paralelo, pois parece que, para o Carrefour, o valor dado a vida de um cachorro e de um ser humano é exatamente o mesmo”.

João Alberto tinha 40 anos quando morreu após ser espancado por dois seguranças no estacionamento do Carrefour, na unidade da zona norte de Porto Alegre. O crime aconteceu em 19 de novembro de 2020.  Os dois seguranças foram presos no dia do crime.

Um dos advogados relembrou ao UOL do caso George Floyd morto por um policial em maio do ano passado nos Estados Unidos. A indenização paga para família de Floyd foi no valor de US$ 27 milhões (na época algo em torno de R$ 150 milhões).

“A comparação é inevitável entre o caso João Alberto com George Floyd. Em outras palavras, necessitamos alterar a jurisprudência, mas também precisamos mudar a cultura, a partir dessa negociação! Fica mais duas perguntas para a sociedade brasileira. Quanto vale a vida de um negro afro-brasileiro e um negro afro-americano? Quando vai ter fim a síndrome do cachorro vira-lata”, disse o advogado ao site.

Carrefour diz que valor oferecido é superior ao estipulado pelo STJ

Em nota, obtida pelo site, o Carrefour reafirmou que o valor oferecido é “bastante superior” por danos morais estipulado para indenização por morte de familiar pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) e maior do que o informado pea defesa de Alves. Entretanto, a rede de supermercados não divulgou a quantia

O Carrefour fechou acordo com à filha da viúva, enteada de João Alberto. O pai de Alberto, João Batista Rodrigues, também fechou negociação com o supermercado. Nesses dois casos os valores não foram revelados devido ao termo de confidencialidade.

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Poliana Santos

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