JBS (JBSS3), Minerva (BEEF3), Marfrig (MRFG3) e BRF (BRFS3): quais as favoritas do setor? Analistas respondem 

O Itaú BBA manteve visão otimista para a JBS (JBSS3) e Minerva (BEEF3), destacando ambas como as favoritas no setor de frigoríficos. Para a BRF (BRFS3) e Marfrig (MRFG3), o banco permaneceu com recomendação neutra.

Em relação à JBS, os analistas avaliam que o pior em termos de resultados trimestrais deve ter passado. “Consideramos a JBS uma história de geração de valor de médio prazo, apesar da falta de gatilhos no  curto prazo.”

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O banco mantém recomendação outperform para JBS, com o preço-alvo de R$ 39 para final de 2023 e R$ 31 para 2024. Segundo analistas, as projeções são uma antecipação da normalização a partir de 2024 da maioria dos negócios da JBS, principalmente Seara e Pilgrim ‘s Pride Corporation, que compensará os “retornos ainda subótimos” na divisão de carne bovina dos Estados Unidos. 

Já para Minerva, o BBA aponta que o mercado ainda está absorvendo a fusão e aquisição nas estimativas da companhia. Na semana passada, a Minerva anunciou que estava adquirindo 16 unidades de abate da Marfrig por R$ 7,5 bilhões. 

Segundo a equipe do BBA, a aquisição de criar valor para empresa no futuro representa um passo importante na consolidação da Minerva como principal exportadora de carne bovina na região, mas o movimento provavelmente impactará a geração de FCFE (Fluxo de Caixa Livre para os Acionistas).

“O acordo provavelmente adiará a geração de FCFE da Minerva em um setor que historicamente tem sido impulsionado por dinâmicas pró-cíclicas de curto prazo”, explica o BBA. 

Com isso, o BBA mantém recomendação outperform, equivalente a compra, para Minerva. O preço-alvo é de R$ 17. 

O pior já passou para JBS, diz Bradesco, que projeta alta de 83%

O Bradesco BBI elevou sua recomendação para as ações da JBS (JBSS3), passando agora a recomendar compra para os papéis.

Segundo a casa, o ‘pior já passou’, e o preço alvo para as ações da JBS é de R$ 30, representando uma alta de cerca de 83% ante o preço de fechamento da véspera.

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Em seu relatório, os analistas destacam como pontos positivos para tese:

  • Chuvas causadas pelo El Niño em junho, melhorando a oferta de pastagens/grãos e reduzindo custos
  • Oferta de carne nos EUA deve cair em 2024, após anos de expansão que causou um excesso de oferta no mercado
  • Mudanças na gestão ajudando a reduzir a diferença de desempenho/margem em relação aos pares
  • A estimativa da casa é de que o Ebitda do frigorífico fique acima do consenso do mercado, e as margens subam para 7,5% no ano que vem e para 8,2% no subsequente.

“Sabemos que os negócios da JBS são cíclicos, mas o mercado ainda não enxerga a provável recuperação de margem que se materializará até 2025”, diz a casa.

Além disso, os analistas destacaram que a janela de compra atual não foi vista nos últimos dez anos.

Falando sobre múltiplos, os especialistas destacaram que as ações JBSS3 estão sendo negociadas a 4,9x o valor de firma sobre Ebitda para a projeção de 2024, abaixo da média histórica de 5,5x.

BBA mantém visão neutra para Marfrig e BRF 

Sobre a Marfrig, os analistas do BBA avaliam a venda de ativos como um importante passo para a desalavancagem, que tem sido a principal crítica e ponto de ação dos investidores. Além disso, a empresa deverá se concentrar no segmento de alimentos processados, que geram margem de dois dígitos. 

“Enquanto isso, esperamos que o ciclo de baixa do gado nos EUA continue pesando na história da Marfrig, dadas as perspectivas desafiadoras para os próximos trimestres”, projeta o BBA. 

Para BRF, os banco espera um 3T23 forte com base nos custos mais baixos de grãos e retornos iniciais do programa de eficiência da companhia. Associado a isso, existe a expectativa de uma estrutura de capital mais equalizada.  

“A longo prazo, vemos o ritmo de recuperação dos resultados da BRF como igualmente importante, uma vez que o FCFE continuou aquém de nossas expectativas”, diz o BBA. 

O banco recomenda manter as ações para Marfrig e BRF, com preço-alvo de R$ 8 e R$ 9, respectivamente. 

Goldman: aquisições reforçam estratégia de diversificação da Minerva

Em relatório, o Goldman Sachs vê mérito estratégico na proposta de aquisição de alguns ativos da Marfrig, pois consolidaria a Minerva como um dos maiores produtores de carne bovina do mundo, ao mesmo tempo em que reforçaria sua estratégia de diversificação.

“Acreditamos que parte da tese de investimento do BEEF3 é apoiada pelo seu pagamento, e esperamos uma reação negativa das ações às notícias”, explicou o banco.

Para o Goldman, alguns dos principais riscos negativos para a visão de investimento incluem:

  • Novos embargos e proibições de exportação e/ou perturbações sanitárias;
  • Uma potencial desaceleração na procura da China;
  • Política e volatilidade macro na Argentina;
  • Aumento da concorrência pelas exportações de carne bovina.

O Goldman tem recomendação de “compra” para as ações de Minerva, com preço-alvo a R$ 15,80.

Cotação: Minerva e JBS sobem hoje

Nesta segunda (4), as ações da Minerva registram alta de 4,21%, cotadas em R$ 8,92.  Os  papéis da JBS também têm alta hoje, cerca de 0,70%, ao valor de R$ 18,64. Já as ações da BRF sobem 2,76 %, avaliadas em R$ 9,32. A Marfrig cai 0,14%, cotada em R$ 7,35.

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Vinícius Alves

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