JBS (JBSS3) avança na dupla listagem e analistas projetam valorização

A JBS (JBSS3) anunciou a aprovação da sua proposta de dupla listagem em assembleia geral de acionistas. A empresa passará a ser listada na bolsa de Nova York (NYSE) a partir de 12 de junho.

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A decisão marca a conclusão de um plano que se arrastava há mais de uma década. “A aprovação de sexta-feira marca o passo final de um processo de longa data”, escreveu o BTG Pactual em relatório. Segundo o banco, a companhia vê a listagem internacional como uma via para alcançar uma base mais ampla de investidores e reduzir o desconto de valuation em relação a seus pares norte-americanos, como a Tyson Foods e sua subsidiária Pilgrim’s Pride (PPC).

Em declarações à imprensa, o CFO da JBS, Guilherme Cavalcanti, afirmou que a votação teve “margem significativa”, mesmo diante de recomendações negativas de consultorias como a ISS. A Genial Investimentos também destacou que a estrutura de ações com diferentes direitos de voto (dual class shares) pode causar desconforto entre investidores com foco em governança, mas não foi suficiente para barrar a aprovação da proposta.

JBS (JBSS3): analistas veem espaço para valorização

Com a listagem nos EUA, analistas veem potencial para reavaliação nos múltiplos da JBS. O BTG aponta que a empresa é negociada atualmente a 5,5x EV/EBITDA para 2025, abaixo de PPC (6,4x) e Tyson (7,7x). Uma equiparação a esses múltiplos implicaria em valorização potencial de 33% e 84%, respectivamente.

A Genial segue na mesma linha e projeta uma convergência para múltiplos próximos da média global do setor, estimada em 7,5x, o que implicaria um upside de cerca de 30%. “Ao combinar estrutura dual-class, acesso a capitais globais e um dividendo extraordinário de R$1,00 por ação, a companhia se posiciona para um rerating de valuation”, escrevem os analistas.

Apesar do otimismo com a listagem, os analistas ponderam que o caminho até uma valorização sustentada passa por entrega de resultados pela JBS (JBSS3), especialmente em alimentos processados — segmento de maior margem e que ajudou a Tyson a elevar seus múltiplos após 2014.

O BTG acredita que o ciclo positivo de revisão de lucros não deve se repetir em 2025 e cita possíveis pressões nas margens das divisões de aves e bovinos. Ainda assim, o banco mantém recomendação de compra: “Vemos valor na tese da JBS nos próximos meses, com resiliência de lucros e espaço para expansão gradual dos múltiplos.”

A Genial também mantém recomendação de compra para a JBS (JBSS3), com preço-alvo de R$54,50 — implicando valorização de cerca de 29% sobre a cotação atual.

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Maíra Telles

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