IPO da incorporadora Moura Dubeux pode levantar R$ 1,16 bilhão

A incorporadora Moura Dubeux anunciou, na noite da última terça-feira (21), que a faixa de preço de sua oferta pública inicial de ações (IPO) ficará entre R$ 17 a R$ 21. A empresa criada em Pernambuco colocará à venda 51,1 milhões de papéis. Ainda existe a possibilidade de ser ofertado um lote adicional de 10,2 milhões de ações.

Levando em consideração um ponto médio da faixa estabelecida, a R$ 19, o IPO da Moura Dubeux pode levantar a R$ 1,16 bilhão, considerando o lote adicional. A companhia estima que os custos da abertura de capital girem em torno de R$ 68,2 milhões.

Em prospecto preliminar da oferta publicado no site da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Moura Dubeux diz que 90% dos recursos captados serão destinados à redução do endividamento da companhia. Atualmente, essa dívida está próxima a R$ 1,2 bilhão.

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Outros 10% dos volume total captado deve ser destinados a reforço de caixa. O prospecto da incorporadora também diz que serão adquiridos terrenos. A oferta terá a participação dos seguintes bancos:

  • Itaú BBA
  • Credit Suisse
  • Bradesco BBI
  • BB Investimentos
  • Caixa Econômica Federal

A divulgação do preço está prevista para 10 de fevereiro. É esperado que as ações da Moura Dubeux passem a serem negociadas no dia 12 na Bolsa de Valores de São Paulo (B3).

IPOs de construtoras devem atingir R$ 5 bilhões em 2020

Após 2019 recheado de ofertas subsequentes de ações (follow-on), ao menos cinco construtoras residenciais estão preparando suas ofertas públicas iniciais de ações (IPOs) para 2020, atingindo R$ 5 bilhões. A última vez que uma construtora estreou na B3 foi em 2009, quando a Direcional (DIRR3) abriu capital.

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Em 2020, Kallas, Cury e You,Inc devem abrir seu capital na bolsa brasileira. Além da Moura Deubeux, a Mitre também já solicitou à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para ofertarem suas ações por meio de IPOs.

Por sua vez, no ano passado, Tecnisa (TCSA3), Trisul (TRIS3), Eztec (EZTC3), Helbor (HBOR3) e Gafisa (GFSA3) captaram R$ 5,5 bilhões por meio de ofertas subsequentes. Os recursos foram utilizados para arcar com dívidas e desenvolver seus projetos.

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De acordo com o Departamento de Economia e Estatística do Secovi-SP, só em outubro foi registrada a venda de 3.467 unidades residenciais novas, volume 23,2% maior que as vendas de outubro de 2018 em São Paulo. Esse resultado demonstra que a alta dos papéis em 2019 também pode ser explicada pelo patamar de preço relativamente baixo em que o setor estava.

Notavelmente, a onda positiva para o mercado imobiliário, o que pode ter influenciado na decisão da Moura Dubeux em realizar seu IPO, foi fomentada principalmente pela queda da taxa de juros básica da economia (Selic).

Jader Lazarini

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