IPCA-15 é de 0,36%, puxado por energia elétrica e medicamentos
O IPCA-15 de maio, prévia da inflação oficial, ficou em 0,36%, uma leve desaceleração em relação ao índice de 0,43% registrado em abril. Os números foram divulgados nesta terça-feira (27) pelo IBGE. O acumulado no ano ficou em 2,80%, enquanto o acumulado em 12 meses foi de 5,40%. Em maio de 2024, o IPCA-15 havia registrado alta de 0,44%.

Sete dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram aumentos, com destaques para Vestuário (0,92%), Saúde e cuidados pessoais (0,91%) e Habitação (0,67%).
Em termos de impacto, destaque para Saúde e cuidados pessoais (0,12 p.p.) e Habitação (0,10 p.p.). Por outro lado, o grupo Transportes registrou a principal queda (0,29%), com impacto de -0,06 p.p. no índice geral.
As demais variações foram: Despesas pessoais (0,50%), Alimentação e bebidas (0,39%), Comunicação (0,27%), Educação (0,09%) e Artigos de residência (-0,07%), variando, em termos de impacto, entre o 0,09 p.p. de Alimentação e bebidas e o 0,00 p.p. de Artigos de residência.
Em Saúde e cuidados pessoais (0,91%), o resultado foi influenciado pelos produtos farmacêuticos (1,93%), reflexo da autorização do reajuste de até 5,09% nos preços dos medicamentos, a partir de 31 de março.
No resultado do grupo Habitação (0,67%), sobressaiu a energia elétrica residencial (1,68% e 0,06 p.p.), principal impacto individual no índice. Em maio, passou a vigorar a bandeira tarifária amarela, com a cobrança adicional de R$1,885 a cada 100kwh consumidos.
Além disso, foram apropriados no cálculo do IPCA-15 de maio os seguintes reajustes tarifários: 2,07% em Salvador (2,94%), a partir de 22 de abril; 3,33% em Recife (2,88%), a partir de 29 de abril; e redução de 1,68% na tarifa em Fortaleza (2,15%), a partir de 22 de abril.
Ainda em Habitação, a taxa de água e esgoto (0,51%) considera os seguintes reajustes: 9,98% em Recife (6,45%), a partir de 26 de abril; 4,17% em Goiânia (2,04%), vigente desde 1º de abril; e 6,58% em Porto Alegre (1,27%), a partir de 4 de maio. Houve também o reajuste médio de 0,77% no gás encanado (0,12%) no Rio de Janeiro (0,38%), vigente desde 1º de maio.
IPCA-15: Alimentação e bebidas desaceleram
O grupo Alimentação e bebidas desacelerou a alta de 1,14% para 0,39%. Contribuíram para o resultado as quedas do tomate (7,28%), do arroz (4,31%) e das frutas (1,64%). Por outro lado, destacam-se as altas da batata-inglesa (21,75%), da cebola (6,14%) e do café moído (4,82%).
O resultado do grupo Transportes (-0,29%) foi influenciado pela queda da passagem aérea (11,18%). Destaque também para a variação negativa no ônibus urbano (1,24%), em decorrência da tarifa zero aos domingos e feriados em Brasília (-17,20%) e em Belém (-11,44%), que teve a apropriação do reajuste de 15,00% nas tarifas com início em 14 de abril. Em Curitiba (-4,49%) há redução de tarifa aos domingos e feriados e, em Porto Alegre (1,83%), houve reajuste de 4,17% nas tarifas a partir de 31 de março.
O metrô (0,51%) combina o reajuste de 5,33% nas tarifas no Rio de Janeiro (4,78%), a partir de 12 de abril, e a gratuidade aos domingos e feriados em Brasília (-17,20%). O táxi (0,49%) reflete o reajuste médio de 10,91% nas tarifas em Porto Alegre (4,79%), vigente desde 31 de março.
Ainda em Transportes, os combustíveis aceleraram de -0,38% em abril para 0,11% em maio, com altas nos preços do etanol (0,54%) e da gasolina (0,14%) e quedas no óleo diesel (1,53%) e gás veicular (0,96%).
Quanto aos índices regionais, a maior variação no IPCA-15 de maio foi registrada em Goiânia (0,79%), por conta das altas do etanol (11,84%) e da gasolina (4,11%). Já o menor resultado ocorreu em Curitiba (0,18%), que apresentou queda nos preços da passagem aérea (10,13%) e das frutas (4,13%).