IPCA-15 cai 0,07% em julho após alta anterior de 0,04%, diz IBGE; veja o que pensam especialistas

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15, o IPCA-15, apresentou uma queda de 0,07% em julho. No mês de junho, o índice, um dos principais termômetros da inflação, havia subido 0,04% em junho. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados nesta manhã de terça-feira (25).

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O resultado veio mais abaixo do que a mediana das estimativas de analistas do mercado financeiro consultados pelo Projeções Broadcast, que era de -0,03%, com intervalo que ia de queda de 0,4% até alta de 0,09%.

No acumulado deste ano, o resultado desta terça-feira (25) reflete um aumento de 3,09% no IPCA-15. No período de 12 meses, a alta foi de 3,19%, ante taxa de 3,40% até junho, segundo o IBGE. Nesta base de comparação, as projeções iam de avanço de 2,80% a 3,36%, com mediana de 3,23%.

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Especialista em mercado analisa IPCA-15 de julho

André Fernandes, especialista em mercado de capitais e sócio da A7 Capital, em entrevista para a Suno, avaliou que o IPCA-15 veio melhor do que o mercado esperava; “O consenso do mercado era queda de -0,03% na variação mensal, e veio -0,07%. Na variação anual, o índice ficou em -3,19%, o consenso do mercado era de -3,26%,” explicou o especialista e sócio.

Entre os itens que mais impactaram o dado de agora, o especialista destaca a alta no preço dos combustíveis (gasolina) na comparação mensal que teve um aumento de 3%, e pesa no IPCA. Essa alta é decorrente, principalmente, da volta dos tributos nos combustíveis.

Por outro lado, Fernandes destaca a baixa na conta de energia elétrica residencial, que teve uma queda de -3,4% e também tem um grande peso no índice.

“Na minha opinião, pode ser um reflexo do clima. No verão ficamos em bandeira vermelha, hoje estamos em bandeira verde, que é a menor. Também é importante destacar que ainda não vimos nesses dados impacto nos preços dos veículos novos com o programa do Governo, o que ainda pode pesar futuramente no IPCA.”

O setor de serviços, que tem atraído muita atenção do mercado atualmente, mostrou dados de contínua aceleração, porém abaixo do mês anterior e também abaixo da média histórica. “Dados dos serviços subjacentes, que excluem os itens mais voláteis, já começam a inflexionar para baixo ao olharmos a média móvel dos últimos 3 meses, com uma variação anual de 5,7%”, analisa Fernandes.

Reação do mercado ao IPCA-15

A reação do mercado aos números atualizados do IPCA-15 foi imediata. “Na abertura do mercado futuro, vimos a curva de juros fechando mais (caindo), e as apostas nas opções do Comitê de Políticas Monetárias (Copom) se destacando o corte de -0,50% na taxa Selic na próxima reunião, que saiu de 47% de probabilidade para 63%”, conclui o especialista.

Com informações de Estadão Conteúdo.

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Camila Paim

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