Fundo imobiliário CACR11 volta a despencar; IFIX abre semana em queda
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O fundo imobiliário CACR11 voltou a ter um dia de forte oscilação negativa no pregão desta segunda-feira (22), o primeiro após uma divergência aberta entre o administrador e a gestora a respeito da remarcação de ativos. O dia foi marcado por queda do IFIX, após a máxima histórica registrada na sexta-feira (19).

O CACR11 fechou em queda de 5,38%, a R$ 73,80, a principal do dia entre os componentes do IFIX, mas chegou a ser cotado abaixo de R$ 66 nas primeiras horas da sessão. Na sexta, após o fechamento do mercado, o Banco Daycoval, responsável pela administração do fundo, anunciou a remarcação do valor patrimonial de quatro ativos, justamente os que haviam provocado a oscilação de preços do FII na primeiras semanas de setembro — no dia 9, o FII bateu em sua mínima histórica, a R$ 62,78.
Pela remarcação, o valor patrimonial dos quatro ativos caiu de R$ 247.324.710,92 para R$ 186.652.324,22, uma queda de 24,53%, o que vai impactar na redução do valor patrimonial do fundo em mais de R$ 60 milhões. Segundo o Daycoval, a mudança se deve à “deterioração da qualidade de crédito dos CRIs”, devido a mudanças na estrutura de garantias e reorganizações societárias das sociedades devedoras das notas comerciais que lastreiam os títulos.
O banco disse ainda que a decisão foi tomada diante das apresentações feitas pela Cartesia no relatório gerencial, divulgado na semana passada. No sábado (20), a gestora emitiu um comunicado dizendo que a decisão do administrador “acrescenta ruído relevante” ao mercado e reiterou as explicações dadas anteriormente.
Segundo a Cartesia, a reorganização societária se estendeu ao longo de oito meses e foi “um evento extremamente positivo para os ativos”. A empresa ainda reforçou a acusação de que o CACR11 vem sendo alvo de “ataques especulativos” e destacou que seus sócios são investidores do fundo, com “posição comprada de longo prazo” em “parcela relevante das cotas em circulação”.
- Maiores Altas
- Maiores Baixas
O IRDM11, que está em meio a AGE que discute a possível fusão com o IRIM11, também ficou entre as principais quedas, com recuo de 1,98% e fechamento a R$ 60,00. Na outra ponta, a maior alta do dia foi do RCRB11, que subiu 2,37%, a R$ 127,64. O MXRF11 fechou estável, repetindo sua máxima do ano, em R$ 9,80.
Fundo imobiliário cai; IFIX também tem queda após recorde
O IFIX abriu a semana em queda de 0,24%, em 3.558,20 pontos, num dia de operação negativa durante praticamente todo o dia, à exceção dos primeiros 5 minutos. A cotação mínima do dia foi em torno das 16h, com leve recuperação no fim da tarde, mas sem se aproximar do resultado de sexta.
O economista-chefe da Suno Research, Gustavo Sung, explicou que os recordes do IFIX e do Ibovespa, na semana passada, se devem à reação de maior apetite por risco do mercado, diante do início dos cortes de juros nos EUA, na semana passada. “Isso impacta indiretamente o mercado de renda variável porque faz os investidores procurarem outros mercados”, explica o analista.
Já a Selic, para ele, dificilmente voltará a cair antes de março de 2026, especialmente após o comunicado do Copom que acompanhou a decisão da semana passada, considerado duro e comprometido com o controle da inflação. Ele acredita que o cenário pode ficar mais promissor para o IFIX quanto mais perto estiver o ciclo de queda dos juros.
IFIX — resumo do dia 22/09/2025
- Fechamento: 3.558,20 pontos (-0,24%)
- Mínima: 3.554,58 (-0,29%)
- Máxima: 3.569,43 (+0,07%)
- Acumulado da semana: -0,24%
- Acumulado do mês: +2,35%
- Acumulado do ano: +14,18%
A carteira teórica do IFIX é modificada a cada quatro meses pela B3, e a atual versão passou a valer no início deste mês, com 115 FIIs. A seleção de um fundo imobiliário leva em conta fatores como valor patrimonial, regularidade no pagamento de dividendos e liquidez das cotas. A atual composição da carteira valerá até dezembro.