Ibovespa cai, com Ata do Copom e NY no negativo; Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3) fecham em direções opostas

Após oscilar nesta terça-feira (7), o Ibovespa fechou a sessão em queda de 0,26%, aos 119.090,24 pontos, após ter a mínima diária de 117.491,95 pontos e a máxima de 119.552,69 pontos.

O volume financeiro do dia foi de R$ 21,9 bilhões. No mês, o Ibovespa acumula seis sessões de queda.

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Nesta abertura de mês, a referência da B3 cede 2,34% e, na semana, cai 0,35%. Nesta terça, chegou a esboçar leve ganho no melhor momento da tarde, mas ainda fechou em baixa, de 0,24%, aos 119.090,24 pontos. Apesar do modesto ajuste neste começo de agosto, as seis perdas são a mais longa sequência negativa do Ibovespa desde junho do ano passado, quando emendou oito baixas entre os dias 3 e 14 daquele mês.

O Ibovespa hoje terminou seguindo mesma direção que as Bolsas dos Estados Unidos, que tiveram perdas.

  • Dow Jones: – 0,45%, aos 35.314,75 pontos;
  • S&P500: – 0,42%, aos 4.499,33 pontos;
  • Nasdaq: – 0,79%, aos 13.884,32 pontos.

O preço do dólar à vista fechou a sessão em alta de 0,06%, atingindo a máxima de R$ 4,8976, após oscilar entre R$ 4,8898 e R$ 4,9412.

Ibovespa: Ata do Copom e cenário externo

“A ata do Copom não trouxe visão muito clara com relação às próximas quedas da Selic. Uma parte do mercado considera que os próximos ajustes possam ser mais incisivos, com a ancoragem das expectativas de inflação – mas outra parte se mostra mais conservadora. Diante dessa divisão, há um certo tom cauteloso, o que deixa o mercado meio de lado. Lá fora, a inflação continua em patamares elevados, é motivo de alerta ainda, com efeito também para o Brasil”, diz Charo Alves, especialista da Valor Investimentos.

Ele ressalta que fatores externos permanecem em pauta, apesar da visão prevalecente, otimista, quanto à inflação doméstica e a trajetória da Selic, ambas convergindo para baixo no momento, apesar de o setor de serviços ser ainda motivo de atenção.

“A tendência global hoje foi de aversão a risco, com apreciação do dólar e queda das bolsas, desde a manhã. Dados da China sobre a balança comercial desapontaram. E a Moody’s rebaixou as notas de dez bancos americanos. Na Europa, houve anúncio, na Itália, de aumento de imposto sobre lucro de instituições financeiras. Aqui, o Ibovespa chegou a virar para o positivo, mas, mesmo que não tenha conseguido sustentar a alta no fechamento, mostrou perdas menores do que as vistas lá fora”, diz Marcela Rocha, economista-chefe da Principal Claritas.

“A ata do Copom, na nossa opinião, veio mais dura. Apesar da decisão dividida sobre o corte de 0,25 ponto e da desconfiança sobre o ritmo de queda de meio ponto porcentual para a Selic, definição que foi tomada por unanimidade, a barra para um corte de juros mais intenso do que isso foi elevada, com o BC preocupado com a reancoragem de expectativas. Os juros futuros recuaram, refletindo a cautela externa também, mas os vencimentos longos mostraram uma retração maior, hoje, com desinclinação da curva”, acrescenta a economista.

Para Alex Carvalho, analista da CM Capital, o cenário externo tem se mostrado mais volátil, com a China trazendo números econômicos que não têm agradado aos investidores, o que se combinou nesta terça, para a cautela global, com a elevação de tributação sobre bancos na Itália e, especialmente, ao rebaixamento pela Moody’s da nota de crédito de alguns pequenos e médios bancos americanos, na semana seguinte ao corte do rating dos Estados Unidos pela Fitch.

“Tudo isso, lá fora, acontecendo no momento em que a Selic começa a ser cortada”, observa o analista, destacando, por outro lado, que os investidores devem manter atenção aos resultados trimestrais das empresas brasileiras, em busca de oportunidades em ações cujo desempenho possa ter ficado para trás no primeiro semestre.

Após a divulgação de resultados de nomes como Petrobras, Vale, Santander, Bradesco e, de segunda para esta terça, Itaú e Eletrobras, o mercado conhecerá amanhã os números trimestrais do BTG, antes da abertura, e do Banco do Brasil, depois do fechamento da B3. Com os números divulgados nesta terça, antes da abertura, Eletrobras ON e PNB subiram, respectivamente, 1,96% e 0,90% nesta terça-feira.

“A tendência para o Ibovespa ainda é positiva, mas não deve buscar de imediato o nível dos 123 mil pontos, com que chegou a flertar recentemente. O índice fez fundo ali pela região dos 116,5 mil pontos, no fim de junho e em meados de julho no intradia, um suporte importante que, caso venha a ser rompido, poderia levá-lo em direção aos 110 mil pontos”, acrescenta o analista.

Com a recuperação dos preços do petróleo, a Petrobras (PETR4) teve uma modesta alta, com os papéis preferenciais da estatal subindo 0,099% nesta sessão, cotados a R$ 30,20. Já as ações ordinárias da Petrobras (PETR3) caíram 0,18%, a R$ 33,04.

Vale (VALE3) registrou queda de 0,65%, cotada em R$ 67,39, após divulgação da balança comercial chinesa, que apontou queda nas exportações. Outras empresas ligadas ao setor de commodities também apresentam pontuação negativa.

Entre as maiores quedas do Ibovespa hoje, destaque a para Petz (PETZ3), que despencou 6,10%, Dexco (DXCO3), que registrou queda de 5,36%, e Méliuz (Cash3), que caiu 3,39%.

As 3 maiores altas do dia foram de Hapvida (HAPV3), Yduqs (YDUQ3) e Alpagartas (ALPA4), que subiram 6,71%, 3,99% e 3,28%, respectivamente.

No setor bancário, o Bradesco (BBDC4), após uma sequência de resultados negativos, teve alta hoje de 0,46%, cotado a R$ 15,41. Por sua vez, o Itaú (ITUB4) fechou em baixa de 0,22%, seguido pelo Banco do Brasil (BBAS3), que ficou negativo em 0,70%, e Santander (SANB11), queda de 1,26%.

O que movimentou o Ibovespa hoje?

O Ibovespa fechou o dia sem grandes novidades, diz Ricardo Brasil, fundador da Gávea Investimentos e pós-graduado em análise financeira.

A principal notícia foi a ata do Copom que, segundo Ricardo, deixa claro que não há possibilidade de cortes maiores nos juros e que o comitê do Banco Central deve manter o patamar de queda de 0,50% nas próximas reuniões.

Essa sinalização impactou as ações do setor de consumo. que fecharam em queda, como Petz e Méliuz.

Além disso, com os resultados da balança comercial chinesa, o setor de commodities registrou um dia negativo. As exportações chinesas caíram 14,5% em julho na base anual. Com isso, os papéis de Vale, CSN (CSNA3), Usiminas (USIM5) e Gerdau (GGBR4) fecharam em queda hoje.

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Do lado positivo, a Eletrobras (ELET3) aqueceu o mercado após a divulgação do seu resultado operacional no segundo trimestre. “A empresa teve um aumento de 16% em relação ao ganho do mesmo trimestre do ano passado, com lucro líquido de 1,6 bilhão. E a companhia pretende fazer uma emissão de 7 bilhões em debêntures”, afirma Ricardo.

Neste pregão, a Petrobras se recuperou e subiu acompanhando a recuperação do petróleo.

“Entre os destaques positivos, temos também o setor de educação, que sobe com Yduqs (YDUQ3) e Cogna (COGN3), com a expectativa de mais quedas de juros nas próximas reuniões, que foi reforçada na ata do Copom, é que é benéfica para o setor”, diz o analista.

Por fim, segundo Ricardo, outro destaque são os papéis da Locaweb, que sobem após elevação de recomendação de venda para compra e aumento do preço alvo de R$ 5,80 para R$ 10.

Último fechamento do Ibovespa

O Ibovespa terminou o pregão de ontem (7) em queda de 0,11%, aos 119.379,50 pontos

Com Estadão Conteúdo

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Vinícius Alves

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