Ibovespa: Veja 7 pontos que preocupam gestores em 2024, segundo a AZ Quest

O economista-chefe da AZ Quest, Alexandre Manoel, destacou sete pontos críticos para os investidores acompanharem em 2024, que podem impactar a bolsa de valores brasileira. Em relatório publicado nesta quinta-feira (1), o economista trouxe insights que preocupam os gestores da casa e que podem influenciar o preço dos ativos domésticos, incluindo o principal índice da bolsa, o Ibovespa.

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Na perspectiva do economista da AZ Quest, questões como a sustentação do ajuste fiscal, as decisões de gastos públicos e a intervenção do Congresso em políticas parafiscais aparecem como temas importantes para a estabilidade do país. Além disso, o relatório aborda a intensidade do movimento de estatização promovido pelo governo e os desafios enfrentados pela política monetária internacional.

No âmbito externo, são examinados elementos como a eleição presidencial nos Estados Unidos, os conflitos geopolíticos em escala global e a dinâmica da política monetária nas economias desenvolvidas.

O relatório traz uma análise dos riscos para a economia global em 2024, destacando incertezas e os potenciais reflexos nos mercados financeiros. Veja os 7 pontos que podem influenciar o mercado financeiro, incluindo o Ibovespa.

AZQUEST - ALEXANDRE MANOEL,
Alexandre Manoel, economista-chefe da AZ Quest. Foto: Gabriel Reis

1) Manutenção das regras fiscais

O primeiro ponto de preocupação para o Ibovespa é a manutenção das regras fiscais. Manoel ressaltou a importância de manter o novo arcabouço fiscal, especialmente o chamado Regime Fiscal Sustentável (RFS), que impõe limites ao crescimento das despesas primárias do governo. 

Em sua visão, o governo Lula precisa evitar contabilidade criativa. Por outro lado, a equipe econômica dirigida pelo ministro Fernando Haddad está predisposta a controlar as despesas nos próximos anos, mas terá desafios para equilibrar as diferentes forças políticas em disputa.

2) Coordenação das decisões sobre gasto público

Na mesma linha, o economista disse ser importante fazer a coordenação das decisões sobre gasto público. Em outras palavras, o governo precisa fazer a coordenação eficaz das decisões sobre gastos públicos, citando exemplos recentes de descoordenação que podem afetar a manutenção do regime fiscal.

3) O Congresso e as políticas parafiscais

O economista também citou a atuação do Congresso Nacional sobre políticas parafiscais. Não basta a equipe econômica do governo propor controle de gastos. O Congresso precisa lidar com políticas que buscam expandir os gastos parafiscais, especialmente diante das iniciativas de elevação de subsídios creditícios.

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4) Nível de estatização promovido pelo governo

Outro ponto importante é o nível de estatização promovido pelo governo. O economista alertou para o possível retorno a um modelo estatista em vários setores da economia, com decisões como a devolução da Lotex para a Caixa e a não renovação de licenças no setor de distribuição de combustíveis pela Petrobras.

5) Eleição presidencial dos EUA

Já sobre o cenário externo, o economista da AZ Quest ressaltou a importância da eleição presidencial nos Estados Unidos e seu impacto nos mercados, especialmente considerando a possível candidatura de Donald Trump e suas consequências.

Uma possível vitória de Trumo poderia elevar a volatilidade dos mercado, inclusive da bolsa de valores brasileira. 

6) Conflitos geopolíticos e decisões da política monetária dos países

De igual modo, o Alexandre Manoel apontou para os conflitos geopolíticos em todo o mundo como fatores de risco que podem afetar os mercados financeiros, especialmente aqueles relacionados a tensões na Ásia e Oriente Médio.

Manoel também comentou sobre a incerteza em torno das decisões de política monetária nos países desenvolvidos, especialmente em relação ao aumento das taxas de juros nos Estados Unidos e seu impacto global.

Segundo Manoel, esses pontos merecem atenção dos investidores devido ao potencial de influenciar a trajetória da bolsa de valores e dos ativos domésticos ao longo do ano.

7) Apesar das incertezas, o Ibovespa fechou o ano em alta em 2023

No ano passado, o Ibovespa acumulou alta de 22% e manteve patamar acima de 134 mil pontos, registrando o melhor desempenho anual desde 2019. 

2023 começou com a taxa Selic em 13,75%, terminando o ano no patamar de 11,75%, de. O mês de 2023 em que o índice teve sua maior alta acumulada foi novembro, com ganho de 12,5%, com queda da Selic e indicações do Federal Reserve (Fed) sobre os juros americanos. 

Para 2024, muitos analistas acreditam que o Ibovespa pode superar a marca de 160 mil pontos, principalmente se forem superados os pontos de maior preocupação do mercado.

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Gustavo Bianch

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