Balanços da semana

Ibovespa cai 0,82%, aos 110,1 mil pontos; Magazine Luiza (MGLU3) perde 5%

Ibovespa hoje encerrou a segunda-feira (6) com queda de 0,82% aos 110.185,91 pontos, após oscilar entre 110.015,20 e 111.934,78 pontos. Neste início de mês, o índice acumula perda de 1,05% em junho, avançando 5,12% no ano. O volume financeiro foi de R$ 16,9 bilhões, abaixo da média.

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O Ibovespa perdeu a carona do exterior moderadamente positivo na sessão e iniciou a semana em baixa, após ter interrompido na anterior três semanas de ganhos consecutivos.

“A semana passada foi muito agitada, com dados relevantes como o PIB, aqui, e o payroll nos Estados Unidos. O descolamento do exterior tem ocorrido já há alguns dias, às vezes com o Ibovespa andando à frente do que se viu lá fora. Então é natural um ajuste, sem grandes novidades na sessão”, diz Rodrigo Natali, estrategista-chefe da Inv.

“Alguns setores continuam a ter desempenho favorável, como as exportadoras, enquanto as empresas de menor capitalização – as small caps – e as de consumo, com exposição à economia doméstica, continuam a sofrer. Assim, com uns em alta e outros em baixa, o Ibovespa se mantém nesta faixa que temos visto, sem muita força.”

“Hoje, o número do Caged veio mais forte do que o esperado, e os dados sobre atividade no País têm vindo em geral acima do que o mercado imaginava no começo do ano. Mas a atuação vista sobre os preços no mercado têm refletido o que se espera para os juros nos Estados Unidos e agora na Europa, em meio à inflação muito alta em 12 meses – por outro lado, há também a reabertura na China, com efeito sobre as commodities. A reunião do BCE (Banco Central Europeu) deve ser relevante nesta semana, com expectativa de que comece a elevar juros na zona do euro em julho, com redução de balanço da instituição a partir do mesmo mês”, diz Daniel Miraglia, economista-chefe do Integral Group.

No quadro doméstico, em meio a pressões do Planalto e da base aliada para que a equipe econômica encontre logo solução para equacionar a questão dos combustíveis, o mercado volta a ponderar o lado fiscal à medida que se aproxima nova reunião do Copom, na próxima semana, e o calendário eleitoral começa a ganhar dinamismo, em meio a negociações entre governo, Congresso e Estados sobre como reduzir os preços dos combustíveis e da energia elétrica.

Hoje, o presidente Jair Bolsonaro admitiu haver pressões para que substitua Paulo Guedes na Economia, e que espera solução do ministro nos próximos dias para o problema.

Guedes esteve reunido nesta segunda-feira com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), uma das lideranças do Centrão que consideram essencial resposta aos preços dos combustíveis e da energia para que o governo chegue vivo a 2023, com as mais recentes pesquisas eleitorais mostrando chance de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vencer ainda no primeiro turno.

Em lista apresentada a lideranças políticas, o governo contabiliza que 11 entre 14 países da Europa optaram por reduzir os tributos sobre combustíveis como mecanismo para enfrentar o impacto da alta de preços de petróleo na economia. Nos Estados Unidos, vários Estados, entre eles Nova York, estão suspendendo ou congelando a cobrança dos tributos que incidem sobre os combustíveis, de acordo com o jornal Estado de S. Paulo.

Há quase três meses sem reajuste (87 dias), a gasolina nas refinarias da Petrobras (PETR4) já apresenta uma defasagem de preço em relação ao mercado internacional de 20%, patamar que não registrava desde meados de maio, aponta o Broadcast.

Ainda que tenha sido flexibilizado para cobrir demandas de países como Hungria, República Checa e Eslováquia, o embargo da União Europeia (UE) a importações de petróleo da Rússia manterá os preços da commodity elevados ao menos até o fim deste ano, impondo mais pressão sobre a inflação global e com consequências para o crescimento econômico e a política monetária de nações desenvolvidas, segundo avaliam analistas consultados pelo Broadcast, informa o jornalista Gabriel Caldeira, de São Paulo.

Em relatório mensal, a Âmago Capital observa que três fatores prevaleceram sobre a percepção pessimista do mercado em maio: a história de crescimento da China acabou; a guerra da Ucrânia será eterna; e empresas de alto crescimento estão fadadas ao fracasso na nova realidade econômica.

A casa observa que “as restrições à mobilidade tiveram um grande efeito na economia chinesa, levando o governo a adotar uma série de medidas de estímulos, que podem ter um efeito positivo relevante nos próximos meses”. Por outro lado, a guerra na Ucrânia será “longa e causará problemas de oferta por muito tempo”, aponta a Âmago. “Um terceiro consenso do mercado é que empresas de tecnologia e de crescimento devem ser evitadas e que tais empresas devem renunciar ao crescimento em busca de melhora de suas margens operacionais”, acrescenta.

Bolsas de Nova York

As bolsas de Nova York fecharam em alta nesta segunda-feira, em dia marcado por uma tentativa de recuperação em grande parte da sessão. O apoio veio da Ásia, com o índice de gerentes de compras (PMI) composto da China subindo em maio, refletindo relaxamento de restrições contra a covid-19 no país. No entanto, ao longo dia, os índices perderam fôlego e chegaram a operar mistos, enquanto ainda pesam as preocupações com o aperto monetário do Federal Reserve (Fed) na semana da divulgação da inflação ao consumidor norte-americano (CPI) de maio.

  • Dow Jones subiu 0,05%, a 32.915,78 pontos;
  • S&P 500 avançou 0,31%, a 4.121,43 pontos;
  • Nasdaq teve alta de 0,40%, a 12.061,37 pontos.

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dólar à vista fechou em alta de 0,37%, a R$ 4,7962, depois de oscilar entre R$ 4,7494 e R$ 4,8071130.

Os contratos futuros de petróleo fecharam em queda nesta segunda. Os preços chegaram a subir durante a madrugada, diante de um maior sentimento de risco após o índice de gerentes de compras (PMI) composto da China de maio subir. Além disso, o óleo foi apoiado pela decisão da Arábia Saudita de elevar os preços de suas exportações de petróleo bruto para a Ásia e Europa. No entanto, o movimento não se sustentou, pois a commodity perdeu força após a notícia de que os Estados Unidos estudam permitir a venda de óleo venezuelano à Europa.

O petróleo WTI para julho fechou em baixa de 0,31% (US$ 0,37), a US$ 118,50 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para agosto caiu 0,18% (US$ 0,21), a US$ 119,51 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).

O ouro fechou em queda nesta segunda, à medida que o mercado preferiu ativos atrelados ao risco diante de indicadores econômicos positivos na China. A alta dos juros dos Treasuries também contribuiu para a fraqueza do metal precioso, uma vez que ambos concorrem como ativos de segurança para o mercado.

Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para agosto recuou 0,35%, a US$ 1.843,70 por onça-troy.

No Ibovespa hoje, a sessão foi de poucos negócios, com volume muito abaixo da média.

A maior queda do dia foi Hapvida (HAPV3), com -6,15%, seguido por Positivo (POSI3), que caiu 6,13%, e Méliuz (CASH3), que desvalorizou 6,11%.

Já na ponta oposta, quem liderou as maiores altas foi Raia Drogasil (RADL3), com +2,68%, seguido por CSN Mineração (CMIN3), que registrou +1,94%, e Locaweb (LWSA3), que subiu 1,69%.

Entre os grandes bancos recuaram Banco do Brasil (BBAS3), com queda de -1,24%, Santander (SANB11), que desvalorizou 0,37% e Itaú (ITUB4) que teve baixa de 0,35%. Bradesco (BBDC3, BBDC4) fechou misto, com queda de 0,43% e alta de 0,10%, respectivamente.

Petrobras (PETR3, PETR4) também seguiu a linha de contramão, com ações ordinárias em queda de 0,06% e as preferenciais, +0,07%.

Em meio à notícia de que a assembleia de debenturistas de Furnas aprovou aporte de R$ 1,58 bilhão na Madeira Energia (Mesa), Eletrobras (ELET3, ELET6) cedeu 0,14% e 0,60%. Vale (VALE3) subiu 0,10%.

Maiores altas do Ibovespa:

Maiores baixas do Ibovespa:

Outras notícias que movimentaram o Ibovespa

Suspensão da assembleia de Furnas pode afetar oferta de ações da Eletrobras (ELET3)

assembleia de debenturistas de Furnas prevista para esta segunda-feira (6) foi suspensa por uma decisão do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro(TJ-RJ). A juíza do plantão judicial, Isabel Teresa Pinto Coelho Diniz, concedeu neste domingo (5), uma tutela provisória de urgência atendendo a um pedido da Associação dos Empregados de Furnas (Asef), em ação que apontava uma série de supostas irregularidades cometidas pela companhia.

Entre elas, estariam a quebra de contrato de debêntures e a violação de regras sobre prazos. A disputa judicial pode afetar a oferta pública de ações da Eletrobras (ELET3), que tem como objetivo a privatização da estatal.

A juíza acolheu o argumento da ação movida pela Asef de que houve “violação do dever de informação aos debenturistas convocados quanto à deliberação de ‘waiver’ prévio para permitir o aumento do capital na subsidiária Madeira Energia S.A.”. É válido lembrar que a Furnas é subsidiária da Eletrobras.

A decisão menciona o direito de exercício de voto pelo debenturista e que o aporte “de R$ 681.446.626,81, sem aprovação da Assembleia Geral de Debenturistas” poderia “vir a caracterizar o rompimento do contrato de debêntures”.

“Quanto ao receio de perigo de dano, este decorre do fato que os debenturistas minoritários podem ser lesados em razão do mencionado conflito de interesses”, escreveu a juíza, na decisão. “Ressalte-se, que a presente decisão não implica em qualquer irreversibilidade concreta, uma vez que nova Assembleia de Debenturista pode ser futuramente designada.”, acrescentou.

“Existe um acordo de acionistas vigente”, afirmou o advogado Fernando Luis Coelho Antunes, que representa a Asef, ao jornal O Estado de S.Paulo. “A assembleia está suspensa justamente em virtude de irregularidades”, completou.

Na decisão do Judiciário, a magistrada determina que a Assembleia de Debenturista de Furnas está suspensa “até que o Juiz Natural analise a regularidade dos vícios arguidos pelo parte autora para realização da segunda assembleia geral de debenturistas de Furnas”.

No último dia 3, o jornal apurou que o aporte milionário feito por Furnas na Madeira Energia (Mesa), em decorrência do exercício de sua preferência no aumento de capital pela companhia, foi realizado antes da assembleia de debenturistas para evitar aceleração de dívidas da Hidrelétrica de Santo Antônio e a execução de garantias dadas pela Eletrobras. O exercício do direito de preferência e integralização deveria ser feito até 31 de maio, conforme acordado pelo conselho de administração de Furnas e Eletrobras, que a controla. Mas, ao mesmo tempo, precisaria de aprovação dos debenturistas.

Eletrobras, por sua vez, tem de ter toda solucionada a questão relacionada à subscrição de Furnas em Mesa – e sua aprovação pelos debenturistas de Furnas -, para seguir adiante com a oferta de até R$ 35 bilhões que resultará na privatização da elétrica. Essa é uma condição prevista no prospecto da oferta, que se não cumprida, cancela a operação.

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IPCA de dois dígitos torna mais difícil segurar alta de preços

A forte resistência da inflação medida pelo IPCA, atualmente na casa de dois dígitos em 12 meses desde setembro de 2021, acendeu o sinal de alerta para o aumento da inércia inflacionária.

Essa inércia, que é a inflação do passado recente pesando sobre os preços atuais e futuros, dificulta o trabalho do Banco Central de segurar o repasse, mesmo subindo juros ante um IPCA em escalada.

“Infelizmente, estamos carregando bastante essa inflação do passado para o presente”, afirma o economista da LCA Consultores Fábio Romão. Vários fatores têm contribuído para isso.

Um deles é a inflação ter encerrado 2021 acima de 10%, o que faz dessa marca um parâmetro para os reajustes. Também há forte pressão de preços vinda do atacado para o varejo. E o descasamento das cadeias produtivas globais, agravado pela guerra na Ucrânia, dificulta a marcação de preços.

Boa parte da resistência da inflação, que em 12 meses até abril atingiu 12,1%, segundo o IPCA, foi alimentada pela indexação formal. São reajustes que seguem contratos, como aluguel, escola e plano de saúde, ou são autorizados pelo governo (combustível, energia).

Romão mediu o impacto da indexação formal na inflação e constatou que, na pandemia, o peso aumentou dois pontos porcentuais. Em dezembro de 2019, respondia por 32,05% do IPCA e, em abril de 2022, já era de 34,15%. Preços monitorados responderam por 50% do aumento, com destaque para gasolina, diesel e eletricidade.

Outra parte da resistência da inflação resulta da indexação informal, que turbina preços pelos aumentos de custos incorridos. É o caso do funileiro Vinicius Aguirre, que reajustou de R$ 350 para R$ 400 o valor por peça restaurada, pois a tinta automotiva, um derivado do petróleo, subiu. “A minha indexação é em função da tinta, que é o que mais onera.”

Outro fator que pesa nesse jogo é a expectativa. “Se agentes percebem que o BC está com dificuldade de cumprir a meta (de inflação), eles aumentam preços, antes de a inflação bater nos custos”, diz o coordenador de índices de preços da FGV, André Braz.

Indexação é um mecanismo de defesa contra a perda do poder de compra do dinheiro. “Quanto maior a inflação – e a de dois dígitos assusta -, é claro que há um incentivo ao aumento da indexação, seja formal ou informal”, afirma Silvio Campos Neto, sócio da Tendências Consultoria. Por causa do passado de hiperinflação no Brasil, esse mecanismo talvez seja mais forte, observa.

Para Romão, o espalhamento da inflação é a prova de que as pressões de preços por conta da indexação informal aumentaram. Em abril, 78,75% dos itens do IPCA tiveram variação positiva, resultado recorde. O movimento, segundo ele, é mais visível nos serviços. E esses reajustes ganham sinal verde neste momento em que o brasileiro opta por consumir mais serviços do que bens.

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Desempenho dos principais índices

Além do Ibovespa, confira o fechamento dos principais índices da bolsa hoje:

  • Ibovespa hoje: -0,82%
  • IFIX hoje: -0,03%
  • IBRX hoje: -0,81%
  • SMLL hoje: -2,24%
  • IDIV hoje: -1,14%

Cotação do Ibovespa nesta sexta (3)

Ibovespa fechou o pregão da última sexta-feira (3) em queda de 1,15% aos 111.102,32 pontos.

(Com informações do Estadão Conteúdo)

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Victória Anhesini

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